Francisco e o vendedor de ilusões
Cidade do Vaticano (RV) – Um dos motivos pelos quais amamos o Papa Francisco é a sua sinceridade. E durante a viagem a América do Sul pudemos testemunhar muitos destes momentos. #CoisasdeFrancisco seria a hashtagideal para exprimir essas peculiaridades do Pontífice.
Gostamos mais
ainda quando o Papa abandona os discursos – por ele preparados com tanto
empenho para a Viagem Apostólica – e nos fala de coração. “Os discursos prontos
aborrecem, são chatos”, argumenta o Papa.
Tema especial
Todavia, o
último discurso que Francisco preparou, para o encontro com os jovens em
Assunção e acabou entregando ao bispo da pastoral da juventude, traz uma
reflexão especial do Papa que nós gostaríamos de dar destaque: o vendedor de
ilusões.
Francisco, o Papa da geração "selfie" |
“Seria como as
camisas de duas equipes; e pergunta-nos, em qual delas gostaríamos de jogar.
Com aquela meditação, leva-nos a imaginar como seria pertencer a uma ou a outra
equipe. Seria como perguntar: Com quem queres jogar na vida?”, questiona o
Papa.
E Santo Inácio
diz que o mal, para recrutar jogadores, promete àqueles que jogam com ele
riqueza, honras, glória e poder. Serão famosos. Serão endeusados por todos.
“No lado oposto,
apresenta-nos o jogo de Jesus. Não como algo fantástico. Jesus não nos
apresenta uma vida de ‘estrelas’, famosos; pelo contrário, jogar com Ele é um
convite à humildade, ao amor, ao serviço aos outros. Jesus não nos mente. Nos
leva a sério”.
Ao recordar que
na Bíblia o demônio é chamado pai da mentira, Francisco arrebatou: ele é um
“vendedor de ilusões”.
“Promete,
promete, mas não dá nada, nunca cumpre nada do que diz. É um mau pagador. Faz
desejar coisas que estão fora do alcance dele. Faz depositar a esperança em
algo que nunca nos fará feliz. Este é o seu jogo, esta é a sua estratégia:
falar muito, oferecer muito e não fazer nada”.
Do lado
contrário – prossegue o Papa – está Jesus que nos oferece o seu jogo.
“Jesus não nos
vende ilusões; não nos promete, aparentemente, grandes coisas. Não nos diz que
a felicidade está na riqueza, no poder, no orgulho. Antes, pelo contrário,
mostra-nos que o caminho é outro... Jesus não nos mente. Mostra-nos um caminho
que é vida, que é verdade. Ele mesmo é a grande prova disso. É o seu estilo, a
sua maneira de viver a existência, a amizade, a relação com o seu Pai. E a isto
nos convida: a sentirmo-nos filhos, filhos amados”.
Ao chamar Cristo
de Treinador do bem, o Papa ainda disse: “Jesus não vende ilusões porque sabe
que a felicidade verdadeira, a felicidade que enche o coração não está nos
roupas que vestimos, nos sapatos que calçamos, na etiqueta de determinada
marca”.
Ao concluir a
sua reflexão, o Papa convida os jovens a seguirem o modelo dos santos, que já
deixaram de jogar neste campo, mas viraram jogadores indispensáveis para quem
quer dar o melhor de si mesmo.
“Eles são a
prova de que Jesus não é um ‘vendedor de ilusões’, mas que a sua proposta é
mesmo de plenitude. Acima de tudo, é uma proposta de amizade: amizade
verdadeira, amizade de que todos precisamos”, afirmou Francisco.
Essa amizade
verdadeira também pode e deve ser compartilhada nas redes sociais. O Papa
exorta os jovens para, jogando ao estilo de Cristo, sair pelo campo, ir fazer
mais amigos.
“Para contagiar
todo mundo com a amizade de Jesus, onde quer que esteja, no trabalho, no
estudo, na balada, por Whastapp, no Facebook ou no Twitter”. (RB)
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Fonte: radiovaticana.va
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