15º Domingo do Tempo Comum
Naqueles dias, disse
Amasias, sacerdote de Betel, a Amós: “Vidente, sai e procura refúgio em Judá,
onde possas ganhar teu pão e exercer a profecia; mas em Betel não deverás
insistir em profetizar, porque aí fica o santuário do rei e a corte do reino”.
Respondeu Amós a
Amasias, dizendo: “Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado
e cultivo sicômoros. O Senhor chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o
Senhor me disse: ‘Vai profetizar para Israel, meu povo’”.
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Salmo: 84
– Mostrai-nos, Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
– Mostrai-nos, Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
– Quero ouvir o
que o Senhor irá falar:/ é a paz que ele vai anunciar./ Está perto a salvação
dos que o temem,/ e a glória habitará em nossa terra.
– Mostrai-nos, ó
Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
– A verdade e o
amor se encontrarão,/ a justiça e a paz se abraçarão;/ da terra brotará a
fidelidade,/ e a justiça olhará dos altos céus.
– O Senhor nos
dará tudo o que é bom,/ e a nossa terra nos dará suas colheitas;/ a justiça
andará na sua frente/ e a salvação há de seguir os passos seus.
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2ª Leitura: Ef 1,3-10
Bendito seja
Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do
seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu.
Em Cristo, ele
nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e
irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor.
Ele nos
predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo,
conforme a decisão da sua vontade, para o louvor da sua glória e da graça
com que nos cumulou no seu Bem-amado.
Pelo seu sangue,
nós somos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas, segundo a riqueza
da sua graça, que Deus derramou profusamente sobre nós, abrindo-nos a
toda a sabedoria e prudência.
Ele nos fez
conhecer o mistério da sua vontade, o desígnio benevolente que de antemão
determinou em si mesmo, para levar à plenitude o tempo estabelecido e
recapitular, em Cristo, o universo inteiro: tudo o que está nos céus e tudo o que
está sobre a terra.
Evangelho: Mc 6,7-13
Jesus chamou os
doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos
impuros.
Recomendou-lhes
que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola,
nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não
levassem duas túnicas.
E Jesus disse
ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em
algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi
a poeira dos pés, como testemunho contra eles!”
Então os doze
partiram e pregaram que todos se convertessem. Expulsavam muitos demônios
e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.
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Reflexão
A disponibilidade para a missão
O tema central
da liturgia deste domingo é a missão. No evangelho, Jesus, pela primeira vez,
envia os Doze em missão; o trecho do livro de Amós fala da resistência que o
profeta enfrenta no seu ministério junto ao santuário de Betel. Quando do
chamado dos Doze sobre o monte (Mc 3,13-19), o autor do evangelho já informou
ao ouvinte e ao leitor que a vocação dos discípulos tem duplo aspecto: união a
Jesus e disponibilidade para serem enviados em missão.
O texto do
evangelho de hoje é o relato do envio em missão dos Doze. A iniciativa de
enviá-los é de Jesus. Em todo o Antigo Testamento não encontramos episódio
comparável a este. Não há nenhuma notícia de que, por exemplo, um profeta tenha
escolhido um grupo de discípulos para enviá-los em missão. A pregação deles,
como a de Jesus (cf. Mc 1,15) e a de João Batista (cf. Mc 1,4), é um apelo à
conversão. Há uma longa tradição bíblica que perpassa, de algum modo, todos os
textos da Escritura que interpelam o povo a uma profunda e verdadeira
conversão, condição para viver fielmente a Aliança e reconhecer o tempo da
visita salvífica de Deus em Jesus Cristo. Sem conversão, sem um coração aberto,
não é possível receber como Boa-Notícia a mensagem do evangelho, tampouco os
frutos da graça que Deus nos concede por meio de Jesus Cristo. O poder que eles
recebem é o poder do Senhor (cf. Mc 1,21-28); poder de fazer o bem, de amar as
pessoas que irão encontrar pelo caminho.
Nas
recomendações para a missão estão as exigências que associam os discípulos a
Jesus e os identificam com ele: para a missão devem levar somente o
estritamente necessário para não impedir a mobilidade e a disponibilidade:
cajado e sandálias, instrumentos de viagem (cf. Ex 12,11); é necessário
desapego, pois a confiança não pode estar nos meios, mas no próprio Senhor que
os envia. O desapego total é fundamental, pois uma pessoa apegada aos próprios
interesses não pode ser testemunha e mensageira do amor de Deus. Dito de outra
maneira, as pessoas devem ver realizado nos discípulos o que eles anunciam. O
relato tem um forte apelo eclesial: a missão da Igreja está fundamentada num
mandato do Senhor. A missão não é feita somente de êxitos; é preciso contar com
o fracasso e a rejeição. Desde a época profética, os mensageiros de Deus não
eram bem acolhidos, como foi o caso de Amós, no santuário de Betel. Seja como
for, a alegria, a confiança em Deus, o amor às pessoas devem sustentar a vida
do missionário.
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustração: franciscanos.org.br
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