Dia Mundial do
Enfermo
Na sua mensagem
para este Dia Francisco reafirma o serviço da Igreja aos doentes e destaca o
exemplo de Maria no cuidado para com essas pessoas.
Cidade do
Vaticano - Neste dia 11 de
fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes, a Igreja recorda o Dia
Mundial do Enfermo. Todos os anos o Papa envia uma mensagem de fé e
esperança aos profissionais e voluntários que trabalham na área da saúde. Para
a celebração da data este ano, o Papa Francisco escolheu as palavras de
Jesus, elevado na cruz, que se dirige à sua mãe e a João, dizendo: “Eis o seu
filho! (…) Eis a sua mãe!” (Jo 19, 26-27).
Esta data, de
origem religiosa, tem o objetivo de apelar à sociedade e à comunidade mundial
por melhores condições de tratamento e atenção às pessoas doentes, seja nos
hospitais, postos de saúde ou mesmo em casa. O Dia Mundial do Enfermo foi
criado em 11 de fevereiro de 1992, por iniciativa do Papa João Paulo II.
A mensagem para
este Dia Mundial do Enfermo foi divulgada no último dia 11 de dezembro. No
texto, Francisco reafirma o serviço da Igreja aos doentes e destaca o exemplo
de Maria no cuidado para com essas pessoas.
A mensagem traz
como tema as palavras que Jesus, do alto da cruz, dirige a Maria e a João:
«“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo
acolheu-A como sua» (Jo 19, 26-27). São Palavras que deram origem à vocação
materna de Maria em relação a toda a humanidade, explica Francisco na mensagem.
Segundo o Papa,
a vocação materna da Igreja para com os necessitados e doentes concretizou-se
em uma série de iniciativas em favor dos enfermos e constitui uma história de
dedicação que não deve ser esquecida.
“A imagem da
Igreja como ‘hospital de campo’, acolhedora de todos os que são feridos pela
vida, é uma realidade muito concreta, porque, nalgumas partes do mundo, os
hospitais dos missionários e das dioceses são os únicos que fornecem os
cuidados necessários à população”.
O Santo Padre
destaca ainda no texto o trabalho da Pastoral da Saúde como necessário e
essencial e recorda a ternura e perseverança de tantas famílias ao acompanhar
seus doentes. Segundo o Papa, os cuidados por parte da família são testemunho
de amor pela pessoa humana e devem ser apoiados.
“Portanto,
médicos e enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários, familiares e
todos aqueles que se empenham no cuidado dos doentes, participam nesta missão
eclesial. É uma responsabilidade compartilhada, que enriquece o valor do
serviço diário de cada um”.
Francisco
concluiu a mensagem confiando a Maria todos os doentes no corpo e no espírito,
para que os sustente na esperança. “A Virgem Maria interceda por este XXVI Dia
Mundial do Doente, ajude as pessoas doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão
com o Senhor Jesus, e ampare aqueles que cuidam delas”.
Eis a íntegra da
mensagem:
MENSAGEM DE SUA
SANTIDADE FRANCISCO PARA O XXVI DIA
MUNDIAL DO DOENTE
(11 DE FEVEREIRO
DE 2018)
Mater Ecclesiae: «“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde
aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua» (Jo 19, 26-27)
Queridos irmãos e irmãs!
O serviço da
Igreja aos doentes e a quantos cuidam deles deve continuar, com vigor sempre
renovado, por fidelidade ao mandato do Senhor (cf. Lc 9, 2-6, Mt 10, 1-8; Mc 6,
7-13) e seguindo o exemplo muito eloquente do seu Fundador e Mestre.
Este ano, o tema
do Dia do Doente é tomado das palavras que Jesus, do alto da cruz, dirige a
Maria, sua mãe, e a João: «“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde
aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua» (Jo 19, 26-27).
1. Estas
palavras do Senhor iluminam profundamente o mistério da Cruz. Esta não
representa uma tragédia sem esperança, mas o lugar onde Jesus mostra a sua
glória e deixa amorosamente as suas últimas vontades, que se tornam regras
constitutivas da comunidade cristã e da vida de cada discípulo.
Em primeiro
lugar, as palavras de Jesus dão origem à vocação materna de Maria em relação a
toda a humanidade. Será, de uma forma particular, a mãe dos discípulos do seu
Filho e cuidará deles e do seu caminho. E, como sabemos, o cuidado materno dum
filho ou duma filha engloba tanto os aspetos materiais como os espirituais da
sua educação.
O sofrimento
indescritível da cruz trespassa a alma de Maria (cf. Lc 2, 35), mas não a
paralisa. Pelo contrário, lá começa para Ela um novo caminho de doação, como
Mãe do Senhor. Na cruz, Jesus preocupa-Se com a Igreja e toda a humanidade, e
Maria é chamada a partilhar esta mesma preocupação. Os Atos dos Apóstolos, ao
descrever a grande efusão do Espírito Santo no Pentecostes, mostram-nos que
Maria começou a desempenhar a sua tarefa na primeira comunidade da Igreja. Uma
tarefa que não mais terá fim.
2. O discípulo
João, o amado, representa a Igreja, povo messiânico. Ele deve reconhecer Maria
como sua própria mãe. E, neste reconhecimento, é chamado a recebê-La,
contemplar n’Ela o modelo do discipulado e também a vocação materna que Jesus
Lhe confiou incluindo as preocupações e os projetos que isso implica: a Mãe que
ama e gera filhos capazes de amar segundo o mandamento de Jesus. Por isso a
vocação materna de Maria, a vocação de cuidar dos seus filhos, passa para João
e toda a Igreja. Toda a comunidade dos discípulos fica envolvida na vocação
materna de Maria.
3. João, como
discípulo que partilhou tudo com Jesus, sabe que o Mestre quer conduzir todos
os homens ao encontro do Pai. Pode testemunhar que Jesus encontrou muitas
pessoas doentes no espírito, porque cheias de orgulho (cf. Jo 8, 31-39), e
doentes no corpo (cf. Jo 5, 6). A todos, concedeu misericórdia e perdão e, aos
doentes, também a cura física, sinal da vida abundante do Reino, onde se
enxugam todas as lágrimas. Como Maria, os discípulos são chamados a cuidar uns
dos outros; mas não só: eles sabem que o Coração de Jesus está aberto a todos,
sem exclusão. A todos deve ser anunciado o Evangelho do Reino, e a caridade dos
cristãos deve estender-se a todos quantos passam necessidade, simplesmente
porque são pessoas, filhos de Deus.
4. Esta vocação
materna da Igreja para com as pessoas necessitadas e os doentes concretizou-se,
ao longo da sua história bimilenária, numa série riquíssima de iniciativas a
favor dos enfermos. Esta história de dedicação não deve ser esquecida. Continua
ainda hoje, em todo o mundo. Nos países onde existem sistemas de saúde pública
suficientes, o trabalho das congregações católicas, das dioceses e dos seus
hospitais, além de fornecer cuidados médicos de qualidade, procura colocar a
pessoa humana no centro do processo terapêutico e desenvolve a pesquisa
científica no respeito da vida e dos valores morais cristãos. Nos países onde
os sistemas de saúde são insuficientes ou inexistentes, a Igreja esforça-se por
oferecer às pessoas o máximo possível de cuidados da saúde, por eliminar a
mortalidade infantil e debelar algumas pandemias. Em todo o lado, ela procura
cuidar, mesmo quando não é capaz de curar. A imagem da Igreja como «hospital de
campo», acolhedora de todos os que são feridos pela vida, é uma realidade muito
concreta, porque, nalgumas partes do mundo, os hospitais dos missionários e das
dioceses são os únicos que fornecem os cuidados necessários à população.
5. A memória da
longa história de serviço aos doentes é motivo de alegria para a comunidade
cristã e, de modo particular, para aqueles que atualmente desempenham esse
serviço. Mas é preciso olhar o passado sobretudo para com ele nos
enriquecermos. Dele devemos aprender: a generosidade até ao sacrifício total de
muitos fundadores de institutos ao serviço dos enfermos; a criatividade,
sugerida pela caridade, de muitas iniciativas empreendidas ao longo dos
séculos; o empenho na pesquisa científica, para oferecer aos doentes cuidados
inovadores e fiáveis. Esta herança do passado ajuda a projetar bem o futuro.
Por exemplo, a preservar os hospitais católicos do risco duma mentalidade
empresarial, que em todo o mundo quer colocar o tratamento da saúde no contexto
do mercado, acabando por descartar os pobres. Ao contrário, a inteligência
organizativa e a caridade exigem que a pessoa do doente seja respeitada na sua
dignidade e sempre colocada no centro do processo de tratamento. Estas
orientações devem ser assumidas também pelos cristãos que trabalham nas
estruturas públicas, onde são chamados a dar, através do seu serviço, bom
testemunho do Evangelho.
6. Jesus deixou,
como dom à Igreja, o seu poder de curar: «Estes sinais acompanharão aqueles que
acreditarem: (...) hão de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados» (Mc
16, 17.18). Nos Atos dos Apóstolos, lemos a descrição das curas realizadas por
Pedro (cf. At 3, 4-8) e por Paulo (cf. At 14, 8-11). Ao dom de Jesus
corresponde o dever da Igreja, bem ciente de que deve pousar, sobre os doentes,
o mesmo olhar rico de ternura e compaixão do seu Senhor. A pastoral da saúde
permanece e sempre permanecerá um dever necessário e essencial, que se há de
viver com um ímpeto renovado começando pelas comunidades paroquiais até aos
centros de tratamento de excelência. Não podemos esquecer aqui a ternura e a
perseverança com que muitas famílias acompanham os seus filhos, pais e
parentes, doentes crónicos ou gravemente incapacitados. Os cuidados prestados
em família são um testemunho extraordinário de amor pela pessoa humana e devem
ser apoiados com o reconhecimento devido e políticas adequadas. Portanto,
médicos e enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários, familiares e
todos aqueles que se empenham no cuidado dos doentes, participam nesta missão
eclesial. É uma responsabilidade compartilhada, que enriquece o valor do
serviço diário de cada um.
7. A Maria, Mãe
da ternura, queremos confiar todos os doentes no corpo e no espírito, para que
os sustente na esperança. A Ela pedimos também que nos ajude a ser acolhedores
para com os irmãos enfermos. A Igreja sabe que precisa duma graça especial para
conseguir fazer frente ao seu serviço evangélico de cuidar dos doentes. Por
isso, unamo-nos todos numa súplica insistente elevada à Mãe do Senhor, para que
cada membro da Igreja viva com amor a vocação ao serviço da vida e da saúde. A
Virgem Maria interceda por este XXVI Dia Mundial do Doente, ajude as pessoas
doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão com o Senhor Jesus, e ampare aqueles
que cuidam delas. A todos, doentes, agentes de saúde e voluntários, concedo de
coração a Bênção Apostólica.
Vaticano, 26 de
novembro – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo – de 2017.
.............................................................................................................................................................
Papa no
Angelus:
“Nenhuma doença é causa de impureza ”
Francisco
recordou que neste domingo celebra-se o Dia Mundial dos Enfermos, memória de
Nossa Senhora de Lourdes.
Cidade do
Vaticano - “Nestes domingos, o Evangelho, segundo a narração de Marcos, nos
apresenta Jesus que cura os doentes de todos os tipos. Neste contexto, se
insere bem o Dia Mundial dos Enfermos que se celebra precisamente hoje, 11 de
fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lourdes. Portanto, com o olhar do
coração dirigido à gruta de Massabielle, contemplamos Jesus como o verdadeiro
médico dos corpos e das almas, que Deus Pai enviou ao mundo para curar a
humanidade, marcada pelo pecado e suas consequências”. Com essas palavras o
Papa Francisco iniciou a sua alocução que precedeu a oração mariana do Angelus
com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, no Vaticano.
O estigma
social jamais deve nos afastar daqueles que sofrem. “Nenhuma doença é causa de
impureza: a doença certamente envolve toda a pessoa, mas de modo algum afeta ou
impede seu relacionamento com Deus. Pelo contrário, uma pessoa doente pode
estar ainda mais unida a Deus”, disse o Papa Francisco.
“O pecado,
esse sim nos torna impuros!”, disse o Pontífice enfatizando que “o egoísmo, o
orgulho, o entrar no mundo da corrupção, essas são doenças do coração das quais
é preciso sermos purificados, dirigindo-se a Jesus como o leproso: ‘Se queres,
tens o poder de purificar-me'. “Ao ouvir isso - recordou o Papa – Jesus sente compaixão,
muito importante para fixar a atenção sobre essa ressonância interna de Jesus,
como fizemos longamente durante o Jubileu da Misericórdia. Não se entende a
obra de Cristo, não se entende o próprio Cristo, se não entrarmos no seu
coração cheio de compaixão. É isso que o leva a estender a mão ao homem que
sofre de lepra, tocá-lo e dizer-lhe: “Eu quero, fica purificado”.
“No Antigo
Testamento – recordou Francisco - era considerado uma grave impureza e
comportava a separação do leproso da comunidade. A sua condição era realmente
dolorosa, porque a mentalidade do tempo o fazia sentir-se impuro diante de Deus
e dos homens”.
Segundo o
Papa, “o fato mais perturbador é que Jesus toca o leproso, porque isso era
absolutamente proibido pela lei mosaica. Tocar um leproso significava ser
também contagiado também dentro, no espírito, isto é, tornar-se impuros. Mas,
neste caso, o influxo não vai do leproso a Jesus para transmitir o contágio,
mas de Jesus ao leproso para dar-lhe a purificação. Nesta cura, admiramos, além
da compaixão, também a audácia de Jesus, que não se preocupa nem com o
contágio, nem com as prescrições, mas é movido somente pela vontade de libertar
aquele homem da maldição que o oprime”.
Então o Papa
pediu aos fiéis presentes na Praça São Pedro para fazerem um exame de
consciência e depois repetir com ele as palavras do leproso: ‘Se queres, tens o
poder de purificar-me'. “Toda vez que nos aproximamos do sacramento da
Reconciliação com o coração arrependido, o Senhor – explicou Francisco - repete
também a nós: “Eu quero, fica purificado!”. Assim a lepra do pecado desaparece,
voltamos a viver com alegria o nosso relacionamento filial com Deus e somos
readmitidos plenamente na comunidade”.
Francisco
concluiu invocando a intercessão da Virgem Maria, Nossa Mãe Imaculada: “peçamos
ao Senhor, que trouxe aos enfermos a saúde, que cure também as nossas feridas
internas com a sua infinita misericórdia, para assim nos dar novamente a
esperança e a paz do coração”.
...........................................................................................................................................................
Assista:
...........................................................................................................................................................
Assista:
................................................................................................................................................
Fonte: www.vaticannews.va/pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário