Fazer jejum
Precisamos
promover o verdadeiro jejum que nos faz abster de toda a má “gordura”
anti-social e anti-ética.
Iniciamos o
tempo da quaresma, preparando-nos, nesses quarenta dias, para a celebração da
Páscoa da ressurreição de Jesus. Nele somos instados a fazer jejum,
intensificar a oração e a penitência, praticar mais obras de caridade e
solidariedade para com o próximo. A mudança de vida nos faz superar o egoísmo,
a indiferença, as injustiças e a falta de colaboração para uma convivência mais
fraterna e solidária.
Na quarta-feira
de cinzas focalizamos nossos limites humanos e nossa vida terrestre passageira.
Enquanto temos tempo revemos nossa caminhada para a direcionarmos adequadamente
para o sentido da vida apresentada por Deus. Jesus Cristo vai à frente,
indicando-nos um modo mais humano e fraterno. A Campanha da Fraternidade,
promovida pela Igreja no Brasil a cada ano, durante este período, nos convida a
viver uma fé comprometida com o bem do semelhante e de toda a sociedade. O tema
deste ano faz-nos envolver na realidade da violência em que vivemos para tentar
superá-la. Sozinhos não conseguimos. Unidos podemos assentar bases mais sólidas
para tirarmos as causas de morte e agressões contra a vida e a dignidade
humana. O lema da Campanha “Vós sois todos irmãos” (Mateus 23,8) no convida à
união de esforço para considerarmos a vida humana como presente de Deus, que
devemos cultivar com todo empenho pessoal e coletivo.
Uma agressão
muito forte em que vivemos é o grande massacre da ética nas relações e
convivência social. O que deveria ser um bem público é privatizado de modo
covarde e ilícito moralmente. Por isso, precisamos fazer forte cruzada de
promoção do respeito ao bem comum. A política e os políticos devem ser os
primeiros a dar o exemplo na promoção das eleições e na prática de seus
encargos. Mas os eleitores são os primeiros a saberem e atuarem para as eleições
não corruptas. Saber escolher envolve a consciência ética e cidadã, como quem
está aplicando bem o “dinheiro” no Banco do dever cívico!
Precisamos
promover o verdadeiro jejum que nos faz abster de toda a má “gordura”
anti-social e anti-ética. Não podemos nos eximir de fazer o esforço para nos
interessarmos melhor e usar da reflexão para analisarmos esse momento da nossa
história e contribuirmos com as boas eleições. Sabemos que não é fácil
discernir. Os candidatos se apresentam como bons, embora saibamos que a mentira
é uma grande força dos corruptos e corruptores. Precisamos usar o jejum da
acomodação para nos comprometermos com a real cidadania da doação de cada um
para melhorarmos o Brasil!
Este tempo
quaresmal nos é muito propício para meditarmos e tomarmos consciência do porquê
Deus nos deu a vida aqui e agora, para agirmos como pessoas do bem pessoal,
familiar e comunitário e colaborarmos com seu melhor encaminhamento. A oração,
a penitência e as obras de bem, de solidariedade com os empobrecidos e com
todos os que sofrem por qualquer causa e motivo, nos ajudam a crescer
espiritualmente e como seres humanos conscientes da missão que Deus nos deu
gratuitamente.
Todos são
convidados a usar os livrinhos da Campanha da Fraternidade, encontrados nas
Paróquias, para usufruírem dos valores especialmente apresentados nesse tempo.
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Fonte: www.cnbbleste2.org.br Ilustração: www.paroquiadivino.org.br
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