sobre a Campanha da Fraternidade 2018
O Arcebispo
Metropolitano de Pouso Alegre, Dom José Luiz Majella Delgado - C.Ss.R., já
encaminhou para as Paróquias da Arquidiocese sua mensagem sobre a Campanha da
Fraternidade 2018, que este ano traz como tema "Fraternidade e superação
da violência" e o lema "Vós sois todos irmãos" (Mt 23, 8). A
mensagem é para ser lida em todas as comunidades e grupos paroquiais.
"Olhando a
nossa história, vemos que a violência, infelizmente, faz parte da nossa
trajetória e está ligada às desigualdades sociais, presentes desde a época da
colonização portuguesa. Atualmente, a violência também marca nosso cotidiano,
destruindo a vida de nosso povo, como: homicídios, sequestros, estupros,
preconceitos, corrupção, ódio de classe, de raça, de gênero, de política,
intolerância religiosa, indiferença, desigualdades econômicas, narcotráfico,
exploração sexual, tráfico humano, exploração dos trabalhadores, violência no
campo, falta de segurança pública e ineficiência do sistema penitenciário e
judicial", destaca.
O Arcebispo
também traz sua preocupação com a violência dentro do sistema prisional que,
antes de recuperar, acaba fortalecendo a índole criminosa.
"Destaco a
violência no sistema prisional, que mantém aproximadamente 2500 pessoas na
região da nossa Arquidiocese, muitas vezes, em situações desumanas, com seus
direitos violados e aguardando julgamentos que lhes afastam de suas famílias,
as quais passam por situações humilhantes para visitá-las", reflete.
A promoção
da cultura da paz, da reconciliação e da justiça, deve ter sempre a luz da
Palavra de Deus como caminho e sustento. Este caminho é uma
necessidade humana e social, profundamente evangélico e quaresmal, que nos
proporciona uma urgente e oportuna conversão.
"Para que
isso aconteça em nossa Arquidiocese precisamos inserir os temas relativos à
superação da violência em nossas orações, liturgias, catequese, encontros de
formação, círculos bíblicos e pequenos grupos. Além disso, é preciso “sair” ao
encontro daqueles que sofrem com a violência nas famílias, bairros, periferias,
escolas, hospitais, presídios e asilos para conhecer sua realidade de conflito
e apoiá-los. É hora também de dialogar mais com outros cristãos e religiões
não-cristãs para ajudarmos a construir uma cultura de justiça e paz",
diz.
Leia a mensagem
do Arcebispo na íntegra:
"Irmãos e
irmãs em Cristo,
A paz do Senhor!
Iniciamos hoje
mais um caminho quaresmal que nos levará a celebrar a Páscoa de Jesus, nosso
Irmão, e nos ajudará a viver em nossa vida pessoal, em nossas comunidades e na
sociedade a Vida Plena para Todos (Jo 10,10). Neste período, em sintonia com a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), começamos também a vivência
da Campanha da Fraternidade que, neste ano, tem como tema “Fraternidade e
superação da violência” e lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). Por isso,
conclamo os fiéis das nossas comunidades cristãs e todos que estão preocupados
com a violência e buscam soluções para este problema a nos unirmos neste tempo
quaresmal e trabalhar em favor da superação da violência.
A violência em
nosso país é múltipla e nos faz sofrer! Olhando a nossa história, vemos que a
violência, infelizmente, faz parte da nossa trajetória e está ligada às
desigualdades sociais, presentes desde a época da colonização portuguesa.
Atualmente, a violência também marca nosso cotidiano, destruindo a vida de
nosso povo, como: homicídios, sequestros, estupros, preconceitos, corrupção,
ódio de classe, de raça, de gênero, de política, intolerância religiosa,
indiferença, desigualdades econômicas, narcotráfico, exploração sexual, tráfico
humano, exploração dos trabalhadores, violência no campo, falta de segurança
pública e ineficiência do sistema penitenciário e judicial. Entre estas
situações, destaco a violência no sistema prisional, que mantém aproximadamente
2500 pessoas na região da nossa Arquidiocese, muitas vezes, em situações
desumanas, com seus direitos violados e aguardando julgamentos que lhes afastam
de suas famílias, as quais passam por situações humilhantes para visitá-las; a
discriminação e a indiferença com as pessoas em situação de rua, abandonadas em
sua dependência e sem assistência social; a exploração de migrantes, que deixam
sua terra natal e familiares para trabalharem no campo e em cidades de nossa
Arquidiocese; a violência doméstica que tem levado a agressões contra a mulher,
homem, crianças e adolescentes, sendo, muitas vezes, vítimas de abuso sexual; e
aqueles que deveriam garantir a nossa segurança, lamentavelmente, muitas vezes,
nos provocam medo e dor. Mesmo diante desta triste realidade, não podemos
desanimar! É hora de desconstruir a violência que há entre nós e, como irmãos,
reconstruir a paz, formando uma rede de cuidados para do bem de todos.
Queremos
“construir fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça,
à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência” (Objetivo
Geral - CF 2018). Este caminho é uma necessidade humana e social, profundamente
evangélico e quaresmal, que nos proporciona uma urgente e oportuna conversão.
Para que isso aconteça
em nossa Arquidiocese precisamos inserir os temas relativos à superação da
violência em nossas orações, liturgias, catequese, encontros de formação,
círculos bíblicos e pequenos grupos. Além disso, é preciso “sair” ao encontro
daqueles que sofrem com a violência nas famílias, bairros, periferias, escolas,
hospitais, presídios e asilos para conhecer sua realidade de conflito e
apoiá-los. É hora também de dialogar mais com outros cristãos e religiões
não-cristãs para ajudarmos a construir uma cultura de justiça e paz. É
importante que membros da Igreja estejam presentes e sejam atuantes nas
iniciativas dos conselhos públicos sobre segurança e de organizações não
governamentais para contribuirmos como verdadeiros cristãos leigos e leigas em
vista do bem comum. Nesta caminhada de fraternidade, contamos com a ajuda de
nossas famílias e comunidades, além dos demais cristãos e pessoas de boa
vontade, principalmente as autoridades civis e militares, as pessoas ligadas
aos conselhos de segurança pública, os agentes do poder judiciário e do setor
penitenciário. Somos todos irmãos e, juntos, podemos começar a superar a
violência.
Todo este
caminho não será concluído durante esta Quaresma, mas nesta campanha teremos a
oportunidade de iniciar ou intensificar a travessia para uma sociedade mais
justa e fraterna, como nos ensinou Jesus. Que tenhamos êxito e possamos colher,
em breve, mais frutos de perdão, amor e paz, plantados por irmãos que desejam
superar a violência.
Que Maria, Nossa
Senhora da Conceição Aparecida, e São Sebastião, nosso padroeiro, nos
acompanhem neste caminho e Deus nos ajude. A todos minha bênção e votos de uma
feliz Páscoa!"
Fraternalmente,
Dom José Luiz
Majella Delgado, C.Ss.R.
Arcebispo
Metropolitano de Pouso Alegre
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Fonte: www.arq.mirade.br
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