Homilias
breves e bem preparadas
Na catequese da
Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco recomendou que as homilias
das Missa sejam breves, bem preparadas - com a oração - e que não tenham mais
de 10 minutos.
Cidade do
Vaticano - Dando continuidade a sua série de catequeses sobre a Santa Missa, o
Papa Francisco falou na Audiência Geral desta quarta-feira sobre “o Evangelho e
a homilia”, ressaltando que a homilia não deve ter mais de dez minutos.
O diálogo entre
Deus e o seu povo, que tem lugar na Liturgia da Palavra, alcança a sua
plenitude na proclamação do Evangelho, que é precedida pelo canto do Aleluia
ou, na Quaresma, por outra aclamação, na qual “a assembleia dos fiéis acolhe e
saúda o Senhor que está para falar no Evangelho”.
O Evangelho, de
fato, é a luz que ajuda a entender o sentido dos demais textos bíblicos
proclamados na Missa, explicou o Papa; por isso é objeto de uma veneração
particular: somente um ministro ordenado pode proclamá-lo, que ao final beija o
livro.
“Os fiéis ficam
de pé para escutá-lo e fazem o sinal da cruz na testa, na boca e no peito. As
velas e o incenso honram Cristo que, mediante a leitura evangélica, faz ressoar
a sua eficaz palavra”.
Precisamente
deste sinais “a assembleia reconhece a presença de Cristo que dirige a “boa
nova” que converte e transforma”.
“É um discurso
direto aquele que acontece” como comprovam as aclamações com que se responde à
proclamação: “Graças a Deus” e “Glória a vós Senhor”.
“Nós nos
levantamos para ouvir o Evangelho, mas é Cristo que nos fala ali. E por isto
nós estamos atentos, porque é uma conversa direta. É o Senhor que nos fala”:
“Portanto, na
Missa não lemos o Evangelho - estejam atentos a isto - para saber como
foram as coisas, mas ouvimos o Evangelho para tomar consciência que aquilo que
Jesus fez e disse uma vez, e aquela Palavra é viva, a Palavra de Jesus que está
nos Evangelhos é viva e chega ao meu coração. Por isto escutar o Evangelho é
tão importante, com o coração aberto, porque é Palavra viva”.
Como dizia Santo
Agostinho, “a boca de Cristo é o Evangelho - “bonita imagem!” - Ele reina
no céu, mas não deixa de falar na terra”.
“Se é verdade
que na Liturgia “Cristo anuncia ainda o Evangelho, então, participando da
Missa, devemos dar uma resposta. Nós ouvimos o Evangelho e devemos dar uma
resposta na nossa vida”.
A homilia
E, para fazer
chegar a sua mensagem ao seu povo, Cristo também se serve da palavra do
sacerdote durante a homilia:
“Vivamente
recomendada desde o Concílio Vaticano II como parte da própria Liturgia, a
homilia está longe de ser um discurso de circunstância, tampouco uma catequese
como esta que estou fazendo agora, nem uma conferência, nem mesmo uma aula. A
homilia é outra coisa. O que é a homilia?”:
É “retomar
aquele diálogo que já está aberto entre o Senhor e seu povo, para que encontre
cumprimento na vida. A exegese autêntica do Evangelho é a nossa vida santa!”.
Neste sentido o
Papa recordou o que havia dito na última catequese, de que “a Palavra do Senhor
entra pelos ouvidos, chega ao coração e vai até as mãos, às boas obras. E
também a homilia segue a Palavra do Senhor e também faz este percurso para nos
ajudar para que a Palavra do Senhor chegue às mãos, passando pelo coração”.
“Eu já tratei do
tema da homilia na Exortação Evangelii Gaudium, onde recordava que o contexto
litúrgico “exige que a pregação oriente a assembleia, e também o pregador, para
uma comunhão com Cristo na Eucaristia que transforme a vida”:
“Quem profere a
homilia deve realizar bem o seu ministério. Aquele que prega, o sacerdote, o
diácono, o bispo, oferecendo um real serviço a quem participa da Missa, mas
também aqueles que ouvem devem fazer a sua parte. Antes de tudo prestando a
devida atenção, assumindo, isto é, as justas disposições interiores, sem
pretensões subjetivas, sabendo que cada pregador tem méritos e limites”.
“Se às vezes
existem motivos para chatear-se pela homilia longa ou não focada ou
incompreensível, outras vezes é, pelo contrário, o preconceito a ser o
obstáculo”.
O Papa observou
que quem faz a homilia, “deve estar consciente de que não está fazendo uma
coisa própria, está pregando, dando voz a Jesus. Está pregando a Palavra de
Jesus”:
“E a homilia
deve ser bem preparada, deve ser breve, breve! Um sacerdote me dizia que uma
vez havia ido a outra cidade onde viviam os pais. E seu pai lhe disse: Sabes,
estou contente, porque com os meus amigos encontramos uma igreja onde tem Missa
sem homilia!”.
“E quantas vezes
- observou Francisco – nós vemos que na homilia alguns dormem, outros conversam
ou saem para fumar um cigarro. Por isto, por favor, que seja breve a homilia,
mas que seja bem preparada”.
“E como se
prepara uma homilia, queridos sacerdotes, diáconos, bispos? Como se prepara?”,
pergunta o Papa.
“Com a oração,
com o estudo da Palavra de Deus e fazendo uma síntese clara e breve, não deve
ir além de 10 minutos, por favor”.
Ao concluir, o
Papa recordou que na Liturgia da Palavra, por meio do Evangelho e da homilia,
Deus dialoga com o seu povo, que o escuta com atenção e veneração e, ao mesmo
tempo, o reconhece presente e operante.
Assim, se nos
colocamos na escuta da “boa notícia”, por ela seremos convertidos e
transformados, portanto, capazes de mudar nós mesmos e o mundo. Por que? Porque
a Boa Nova, a Palavra de Deus entra pelos ouvidos, vai ao coração e chega ás
mãos para fazer as boas obras”.
Saudação aos
peregrinos brasileiros
Ao final, o Papa
Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa presentes na Sala Paulo VI,
em particular os seminaristas da Administração Apostólica São João Maria
Vianney, acompanhados pelo seu Bispo, Dom Arêas Rifan.
“Queridos
amigos, na preparação de vocês para o Ministério Ordenado, de bom grado façam
da Bíblia o alimento diário do diálogo de vocês com o Senhor, para que, quando
forem enviados a proclamar esta Palavra divina, as pessoas encontrem na vida de
vocês o testemunho mais eloquente da sua eficácia. Obrigado pela visita e rezem
por mim”.
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Assista:
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Tráfico humano:
Francisco pede a conversão dos traficantes
O Papa fez um
apelo em vista do Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico Humano, no
dia em que a Igreja celebra Santa Josefina Bakhita.
Cidade do
Vaticano – Um apelo contra o tráfico: na Audiência Geral, o Papa Francisco
recordou a memória litúrgica da Santa Josefina Bakhita, no dia 8 de fevereiro,
em que se celebra também o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico
Humano.
O tema deste ano
é “Migração sem Tráfico. Sim à liberdade! Não ao Tráfico!”.
Diante das
poucas possibilidades de canais regulares, afirmou o Papa na Audiência, muitos
migrantes decidem aventurar-se por outras vias, onde com frequência os aguardam
abusos de todo tipo, exploração e escravidão.
As organizações
criminosas, que se dedicam ao tráfico de pessoas, usam essas rotas migratórias
para esconder as próprias vítimas entre os migrantes e os refugiados.
“Portanto,
convido todos, cidadãos e instituições, a unir as forças para prevenir o
tráfico e garantir proteção e assistência às vítimas. Rezemos para que o Senhor
converta o coração dos traficantes - que palavra feia 'traficante de pessoa' -
e dê esperança de reconquistar a liberdade a quem sofre por esta chaga
vergonhosa.”
A primeira
edição do Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico Humano foi
celebrada em 8 de fevereiro de 2015, a pedido do Papa Francisco.
O Pontífice
encarregou a União Internacional das Superioras e dos Superiores Gerais de
promover este evento e desde o início Talitha
Kum, a rede mundial da vida consagrada que luta contra o tráfico de
pessoas, assumiu a coordenação.
Santa Josefina Bakhita
nasceu 1869 em Darfur, no Sudão. Mais conhecida como "Mãe Moretta"
(nossa Mãe Morena), carregou 144 cicatrizes físicas ao longo de sua vida, que
foram recebidas depois que ela foi sequestrada aos nove anos e vendida como
escrava. Ela morreu em 8 de fevereiro de 1947 na Itália. Foi canonizada por S.
João Paulo II em 1º de outubro de 2000.
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Fonte: www.vaticannews.va/pt
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