"Cristãos caminhem na luz. Não à vida dupla"
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou na manhã desta sexta-feira, (29/04),
a Missa na Capela de sua residência, a Casa Santa Marta.
Em sua homilia,
o Pontífice comentou o trecho da Carta de São João, em que o Apóstolo coloca os
fiéis diante da responsabilidade de não ter uma vida dupla: luz de fachada e
trevas no coração. A vida do cristão é ser límpidos como Deus e sem pecado,
porque não há erro reconhecido que não atraía a ternura e o perdão do Pai.
Caminhar na luz
“Se dizemos que
não temos pecado, fazemos de Deus um mentiroso”, afirmou Francisco, ressaltando
a eterna luta do homem contra o pecado e pela graça:
Cristo é a luz, caminhemos orientados por ela e nela! |
“Se você diz que
está em comunhão com o Senhor, então caminhe na luz. Mas vida dupla, não! Isso
não! Aquela mentira que nós estamos tão acostumados a ver, e também a cair,
não? Dizer uma coisa e fazer outra. Sempre a tentação… A mentira nós sabemos de
onde vem: Na Bíblia, Jesus chama o diabo de ‘pai da mentira, o mentiroso. E por
isso, com tanta doçura, com tanta mansidão, este avô diz à Igreja
‘adolescente’: ‘Não seja mentirosa! Você está em comunhão com Deus, então
caminha na luz. Faça obras de luz, não dizer uma coisa e fazer outra, não faça
uma vida dupla”.
Maior do que
nossos pecados
“Meus Filhos” é
o início da carta de São João: esta introdução carinhosa – com o tom que um avô
usa com seus netos mais jovens – reflete a doçura das palavras do Evangelho do
dia, quando Jesus define como “leve” o seu fardo e promete descanso aos
fadigados e oprimidos. Do mesmo modo, o apelo de João – afirma Francisco – é
para não pecar, “mas se alguém o fez, não se desencoraje”,
“Temos um
Paráclito, uma palavra, um advogado, um defensor junto ao Pai: é Jesus Cristo,
o Justo. Ele nos dá a graça. A gente tem vontade de dizer ao avô, que nos
aconselha assim: “Mas não é muito feio ter pecados?. Não, o pecado é feio! Mas
se você pecou, olha, estão te esperando para te perdoar! Sempre! Porque Ele – o
Senhor – é maior do que os nossos pecados”.
Transparentes e
na verdade
Esta – conclui
Francisco – “é a misericórdia de Deus, a grandeza de Deu”. Ele sabe que “não
somos nada, que somente Dele vem a força, e assim, sempre nos espera”:
“Caminhemos na
luz, porque Deus é luz. Não caminhar com um pé na luz e outro nas trevas. Não
seja mentiroso. E outra: todos pecamos, ninguém pode dizer: “Este é um pecador,
esta é uma pecadora. Eu, graças a Deus, sou justo”. Não, somente um é o Justo,
aquele que pagou por nós. E se alguém peca, Ele espera, nos perdoa, porque é
misericordioso e sabe que somos plasmados, recorda que nós somos pó. Que a
alegria que esta Leitura nos dá nos leve avante na simplicidade e na
transparência da vida cristã, principalmente quando nos dirigimos ao Senhor,
com a verdade”. (BF/CM)
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Francisco a participantes de congresso:
Globalizar a empatia e não a indiferença
Promover a globalização da empatia no lugar da globalização da
indiferença: esta foi a exortação do Papa Francisco na manhã desta sexta-feira
(29/04), ao receber no Vaticano cerca de 700 participantes do Congresso
Internacional sobre Medicina Regenerativa. O Congresso foi organizado pelo
Pontifício Conselho para a Cultura, no qual foram tratados vários temas, como
tumores infantis e doenças raras.
"A sensibilidade humana deve ser universal" |
Em seu discurso,
o Pontífice citou as inúmeras ocasiões em que teve a oportunidade de se
encontrar com pessoas que sofrem de patologias raras – estimadas em 300 milhões
em todo o mundo. “A esses pacientes, de fato – notou o Papa –, não é dedicada
suficiente atenção, porque não se entrevê um consistente retorno econômico aos
investimentos feitos”.
De modo
especial, Francisco ressaltou três aspectos que devem ser levados em
consideração quando se fala de medicina e cultura. O primeiro é a
sensibilização. “É de fundamental importância promover na sociedade o
crescimento do nível de empatia, para que ninguém fique indiferente às
invocações de ajuda do próximo. A sensibilidade humana deve ser universal,
independente do credo religioso, da classe social ou do contexto cultural”.
Investigação
O segundo
aspecto é a pesquisa – entendida seja no âmbito da educação, seja da
investigação científica. O Papa defendeu a importância de os estudantes da área
receberem uma formação humana adequada, com especial referência à ética. “A
pesquisa, seja em âmbito acadêmico, seja industrial, requer uma constante
atenção às questões morais para ser instrumento de proteção da vida e da
dignidade da pessoa humana. Do mesmo modo, a formação e pesquisa exigem ser
inseridas no horizonte do serviço aos valores nobres, como a solidariedade, a
gratuidade e a compartilha do saber.”
O terceiro
aspecto ressaltado por Francisco foi o acesso aos tratamentos. Citando sua Exortação
Apostólica Evangelii Gaudium, o Papa recordou a necessidade de combater uma
economia da exclusão e da desigualdade, que semeia vítimas quando o mecanismo
do lucro prevalece sobre o valor da vida humana. “Esta é a razão pela qual à
globalização da indiferença é preciso contrapor a globalização da empatia. Por
isso, somos chamados a divulgar o problema das doenças raras em escala mundial,
a investir na formação mais adequada, a incrementar os recursos para a pesquisa
e a promover a mudança de paradigma econômico para que a pessoa humana seja
privilegiada".
Vice-Presidente
dos EUA
O Papa concluiu
encorajando as pessoas e instituições envolvidas nas iniciativas do Pontifício
Conselho para a Cultura, como a Fundação Vaticana Ciência e Fé – STOQ e a
Fundação Stem for Life, para que neste Ano Jubilar possam ser cooperadores
qualificados e generosos da misericórdia do Pai. Além de médicos,
pesquisadores e pacientes, participou do Congresso também o Vice-Presidente dos
Estados Unidos, Joe Biden. Esta manhã, ele fez uma palestra sobre os esforços
para acelerar a pesquisa sobre o câncer e os progressos da medicina
regenerativa. (BF)
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Fonte: radiovaticana.va
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