"Que o tempo no cárcere seja experiência de crescimento"
Cidade do
Vaticano (RV) - “Não se fechem no passado; transformem-no em caminho de
crescimento, de fé e de caridade. Deem a Deus a possibilidade de fazê-los
brilhar através desta experiência”. É o que escreve o Papa em uma carta aos
detentos do cárcere de Velletri, nas proximidades de Roma. A carta de Francisco
é uma resposta à mensagem recebida pelo Bispo Dom Marcello Semeraro em sua
visita à prisão, em 5 de março passado, quando celebrou uma missa.
“Agradeço por
pensarem em mim em meio às dificuldades da sua vida atual”, afirma o Papa.
“Confesso que eu também muitas vezes penso em vocês e nas pessoas que vivem nas
prisões. “É por isso que quando faço visitas pastorais, peço sempre – quando é
possível – para encontrar irmãos e irmãs como vocês, que vivem uma liberdade
com limites, para levar o meu carinho e a minha proximidade”.
“Vocês vivem uma
experiência na qual o tempo parece estar parado, parece que não passa nunca,
mas a dimensão real do tempo não é a do relógio. Estejam certos de que Deus nos
ama pessoalmente; para Ele a sua idade e cultura não têm importância, nem mesmo
o que vocês foram, as coisas que fizeram, as metas que alcançaram, os erros que
cometeram, as pessoas que feriram”.
“Na história da
Igreja, muitos chegaram à santidade através de experiências duras e difíceis”,
conclui o Papa, fazendo um convite aos detentos: “Abram a porta de seu coração
a Cristo e será Ele a reverter a sua situação”.
O cárcere de
Velletri foi construído em 1999 e abriga atualmente 505 detentos, em dois
pavilhões (CM)
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Teólogo, Pe. Giuseppe Lorizio:
Teólogo, Pe. Giuseppe Lorizio:
"Amoris Laetitia" deve ser acolhida e colocada em prática
Ensinamento para ser estudado e praticado |
Cidade do
Vaticano (RV) - “Diante de novos desdobramentos há sempre quem tenta diminuir o
magistério da Igreja. Foi assim com o Concílio Vaticano II, quando se disse
que, sendo um evento de natureza pastoral, não obrigava os fiéis a aceitar seus
pronunciamentos. É o que se faz também hoje com o Papa Francisco, quando seu
ensinamento resulta indigesto devido a seu estilo evangélico, como no caso da Amoris
Laetitia”.
São palavras do
professor ordinário de teologia fundamental na Pontifícia Universidade
Lateranense, Pe. Giuseppe Lorizio, no debate sobre o valor magisterial da
Exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia do Papa Francisco,
publicada em 8 de abril.
Pastoral inclui
o doutrinal
“Deve-se,
todavia, dizer e reiterar – explica o teólogo – que se um documento ou um
Concílio tem natureza ‘pastoral’ não é verdade que tenha menos valor do que
textos ou pronunciamentos doutrinais.”
“Efetivamente, o
pastoral inclui também a doutrina. Se a Igreja sentiu a necessidade de
interrogar-se em dois Sínodos e de expressar o resultado deste trabalho num
documento assinado pelo Papa, é também porque quer afirmar algo de diferente em
relação a antes”, observa Pe. Lorizio.
Passos avante na
pastoral
“A Amoris
Laetitia tem exatamente o mesmo valor da Familiaris Consortio de São João
Paulo II, publicada em 1981, que era também ela uma Exortação apostólica”,
acrescenta Pe. Lorizio.
Do ponto de
vista doutrinal, o texto de Francisco não faz outra coisa senão repropor a
ideia do matrimônio que a Revelação nos propõe. Ao invés, do ponto de vista
pastoral, dá passos avante. Mas o fato de a palavra exortação ser acompanhada
do termo ‘apostólica’ nos faz entender que são documentos do magistério
ordenado do bispo de Roma e do Sínodo e, por conseguinte, os fiéis, em boa fé,
não podem deixar de acolhê-los e buscar colocá-los em prática”.
Não há novos
dogmas
“O magistério
infalível do Papa requer um pronunciamento ‘ex-cathedra’ de tipo dogmático e,
certamente, este não é o caso. Mas, por outro lado, aAmoris Laetitia deve
ser acolhida com o espírito de confiança que deve caracterizar todo e qualquer
fiel em relação aos pastores da Igreja”, pondera o especialista em teologia
fundamental. (RL)
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Fonte: radiovaticana.va
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