Dom Sergio abre 54ª AG com mensagem de paz e misericórdia
A presidência da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu os trabalhos da 54ª
Assembleia Geral (AG) da entidade com a celebração eucarística realizada na
manhã desta quarta-feira, dia 06, na basílica de Nossa Senhora Aparecida, em
Aparecida (SP).
Presidência da Eucaristia |
“Os nossos
esforços em favor da unidade da Igreja, nosso empenho pela justiça e a paz no
Brasil e no mundo devem ser acompanhados de muita oração e escuta da Palavra
para poder discernir os passos a serem dados e ter a força necessária para
caminhar na fidelidade ao Senhor”, disse o arcebispo de Brasília e presidente
da CNBB, dom Sergio da Rocha, durante missa de abertura da 54ª Assembleia Geral
(AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A missa foi
presidida por dom Sergio e concelebrada pelo arcebispo de Salvador (BA) e
vice-presidente, dom Murilo Krieger, e pelo bispo auxiliar de Brasília e
secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner. Da procissão de
entrada participaram os presidentes das 12 Comissões Episcopais de
Pastoral CNBB.
Misericórdia,
justiça, unidade e paz foram as palavras de destaque na homilia do presidente
da CNBB, que falou do sentido da eucaristia na vida eclesial. “A Igreja
eucarística vive da misericórdia, que é fonte de paz. A Igreja misericordiosa
vive da eucaristia, o alimento dos que promovem a paz. A eucaristia manifesta e
alimenta a nossa comunhão com o Senhor e a comunhão entre nós”, afirmou dom
Sergio.
Dom Sergio da
Rocha ressaltou que a celebração, primeiro ato da AG da CNBB, “é sinal e
recordação de que a eucaristia é a fonte e o sustento permanente da vida e da
missão da Igreja, Igreja que é chamada a experimentar e a testemunhar a
misericórdia divina, de modo especial nesse ano santo”.
No contexto de
crise e de crescimento da violência e da intolerância, dom Sergio considerou
que “somos chamados a vivenciar a comunhão eucarística num tempo marcado por
muitas divisões e por muita violência”.
“Nós necessitamos
muito de misericórdia e de justiça, de unidade e de paz. Para tanto, nosso
olhar se volta para o Senhor ressuscitado em atitude de oração, suplicando-lhe
os dons da unidade e da paz, como sempre fazemos ao participar da missa. É dele
que nos vem a esperança, é dele que nos vem a força para caminhar e superar
tantos desafios. Nele está o nosso refúgio e a nossa força como rezamos hoje
com salmista”, explicou.
Misericórdia
Bispos participantes |
Sobre o
evangelho, que apresenta a passagem do evangelista João, dom Sergio lembrou
que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não
morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”."O evangelho que
ouvimos proclama a misericórdia de Deus, que nós somos chamados a acolher e
vivenciar, de modo especial nesse ano jubilar e nesse tempo pascal”, acrescentou.
“Nós cremos em
Cristo ressuscitado, por isso cremos na vitória do amor sobre a violência, no
triunfo da misericórdia sobre o rancor, da graça sobre o pecado, da vida sobre
a morte. Somos chamados, cada dia de novo a ser misericordiosos como o Pai,
revelando seu rosto misericordioso na vida da Igreja que quer ser, sempre mais,
mãe misericordiosa e casa de portas abertas”, refletiu.
Crise
Dom Sergio
recordou que o tema central da Assembleia Geral da CNBB deste ano é
“Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Sal da terra e luz do
mundo”. Disse, ainda, que durante esses dias os bispos estarão atentos à atual
situação do país. “Em tempos de crise, os critérios que devem nortear o nosso
agir sejam sempre os critérios de Deus e não os critérios do mundo. O evangelho
nos convida a aproximarmos da luz e caminhar na luz”, falou dom
Sergio.
Para o
arcebispo, o tempo da Páscoa convida ao acolhimento da paz, que é dom do
ressuscitado. “Somos chamados a ser mensageiros da misericórdia e portadores da
paz, em casa, em nossas comunidades, nas redes sociais e nas ruas. Seja nosso
louvor pascal manifestado não apenas com os lábios, mas com o coração e a vida,
seja acompanhado pela busca da paz, jamais cedendo à tentação da agressividade
em palavras ou atos”, exortou.
“A busca da
ajustiça, que conduz à paz, não se faz por meio da violência. Pessoas
com diferentes posturas, especialmente nos campos da política e da religião,
não podem ser tratadas como inimigas, mas sim com o devido respeito”,
disse.
“Por isso, nesse
ano santo, redobremos o empenho pela vivência da misericórdia e pela promoção
da justiça e da paz”, desejou dom Sergio, que também pediu as orações dos fiéis
brasileiro para a 54ª AG da CNBB.
Acompanhe a
cobertura fotográfica da 54ª Assembleia Geral da CNBB:
www.flickr.com/cnbbnacional
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Fonte: cnbb.org.br
Assembleia da CNBB iniciou-se hoje, 6,
no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho, em Aparecida (SP)
A cerimônia de instalação da 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ocorrida nesta quarta-feira, 6, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho, contou com a presença do núncio apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello; do arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis; do arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha; do arcebispo de Salvador (BA), dom Murilo Krieger; do bispo auxiliar de Brasília e secretário geral, dom Leonardo Steiner; do reitor do Santuário Nacional de Aparecida, padre João Batista; e do prefeito de Aparecida, Ernaldo César.
Mesa Diretora na Abertura |
Na ocasião, o núncio apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, destacou a atmosfera de fraternidade testemunhada no reencontro dos bispos. Em sua comunicação, feita nesta quarta-feira, 6, durante a instalação da 54 Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), manifestou o desejo de que "a reflexão produzida seja o rosto de Cristo, que é luz, a fim de que o rosto de Cristo, que é Igreja, possa aparecer”.
Neste mesmo espírito, dom Sergio da Rocha afirmou que este momento fortalece a comunhão dos bispos entre si e com o sucessor de Pedro, para melhor servir as Igrejas particulares. “É um tempo especial de comunhão e participação”, disse.
Dom Sergio recordou, ainda, que esta assembleia é realizada no contexto do Ano da Misericórdia, inaugurado na Igreja no dia 08 de dezembro de 2015. "Esperamos que ela seja marcada pelo espírito do ano jubilar", ressaltou.
Laicato
O tema central, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da terra e luz do mundo", foi abordado pelo cardeal Raymundo Damasceno Assis. O arcebispo falou da necessidade de “abrir espaços para o leigo na Igreja e favorecer a sua formação e participação no contexto próprio do leigo, que são as realidades temporais".
A respeito do tema da AG, dom Sergio citou a relação existente entre a missão dos leigos e o apelo do papa Francisco de uma Igreja Missionária. “Esperamos muito que esta assembleia nos ajude a apoiar e valorizar a missão dos leigos. Não pode haver uma Igreja em saída sem a ajuda dos leigos, e uma sociedade justa e fraterna se os leigos não forem sal e luz", acrescentou.
Também sobre o tema, o prefeito de Aparecida, Ernaldo César, observou que o “tema nunca se fez tão presente e atual, cristãos leigos e leigas, sal da terra e luz do mundo, para a transformação da sociedade brasileira".
Situação atual
O presidente da Conferência falou, ainda, que no momento de crise, o mundo volta o olhar para a Igreja reunida. Disse que na reunião do episcopado não se pretende propor soluções técnicas, nem respostas de caráter político partidário. “Fiel à sua missão, a Igreja quer oferecer a alegria do evangelho, os critérios éticos, que devem sempre nortear os nossos trabalhos", completou.
O reitor do Santuário de Aparecida, padre João Batista, destacou a importância da Conferência Episcopal para o povo brasileiro. "O povo está inseguro e temeroso com relação aos rumos do nosso país. A CNBB sempre foi um guarda chuva onde o povo brasileiro pode se abrigar”, disse.
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Fonte: cnbb.org.br
Em
coletiva,
bispos abordam conjuntura política e tragédia em Mariana
A conjuntura
política, econômica e social do Brasil e a tragédia do rompimento da barragem
em Mariana (MG) foram assuntos destacados na coletiva de imprensa do 1º dia da
54ª Assembleia Geral da CNBB, na tarde desta quarta-feira (06). Atenderam
a imprensa, o arcebispo de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha, e o bispo de
Campos (RJ), dom Roberto Francisco Ferrería Paz.
Ainda foram
apresentados aos jornalistas outros assuntos que estão na agenda de trabalho
dos bispos em Aparecida (SP), como atuação dos leigos e leigas na Igreja e na
sociedade, o XVII Congresso Eucarístico Nacional, o 5º Centenário da Reforma de
Martinho Lutero (1483-1546), além dos jogos olímpicos e paraolímpicos do Rio de
Janeiro.
Dom Roberto Francisco - Dom Geraldo Lyrio - Dom Darci Nicioli |
Sobre a
conjuntura político-social do Brasil, dom Geraldo Lyrio Rocha destacou que foi
formada uma comissão para elaborar um texto que será aprovado e divulgado
durante o período de realização da Assembleia Geral.
Sobre o assunto,
dom Roberto Francisco Ferrería Paz, acrescentou que neste ano de eleições
municipais é necessário resgatar o sentido da política e promover um diálogo
acerca da crise que vive o país. O bispo de Campos (RJ) integra a comissão que
vai preparar uma nota sobre as Eleições 2016.
“As eleições
2016 são municipais e se teme que com todo este panorama de descrédito ou até
mesmo de acusação leviana de toda classe política existam um absentismo
eleitoral bastante volumoso, expresso seja em voto em branco ou voto em nulo.
Nós temos que resgatar o sentido da política”, afirmou.
Respondendo ao
questionamento de um jornalista sobre a situação atual do país, dom Roberto
Francisco Ferrería Paz salientou que a CNBB como Igreja não pratica política
partidária, não apoia nenhum partido e cabe aos leigos fomentar e animar a
política no Brasil.
“Isso é
incumbência justamente do documento dos leigos. Cabe aos leigos pertencerem,
animarem os partidos”, afirmou.
Tragédia de
Mariana – Dom Geraldo Lyrio Rocha falou sobre a tragédia ocorrida em 5 de
novembro, no Distrito de Bento Rodrigues, município de Mariana (MG), provocada
pelo rompimento da barragem de rejeitos Fundão, da empresa Samarco Mineradora,
vitimando centenas de pessoas.
“Nós não estamos
diante de uma catástrofe provocada pela natureza, estamos diante de uma grande
tragédia ambiental, de magnitude incalculável, provocada pela mão humana.
Portanto há responsabilidades das empresas mineradoras, o Estado e uma ausência
de fiscalização por parte dos órgãos públicos”, afirmou.
Dom Geraldo
afirmou que as empresas mineradoras estão dando apoio às famílias vitimas da
tragédia, mas salientou que as ações ainda estão longe de recuperar as vidas
perdidas.
“Tudo o que tem
sido feito ainda está longe de vislumbrar soluções efetivas que permitam uma
recomposição de um quadro que foi destruído desta maneira”, finalizou.
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Fonte: a12.com
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