“Vamos a Belém ver o que o Senhor comunicou”
A manhã de
quinta-feira (14) começou no Santuário Nacional com a Missa da Assembleia Geral
da CNBB. Presidida por Dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém (PA), a
celebração teve como tema central o 17º Congresso Eucarístico Nacional, que
acontece neste ano na capital paraense.
Dom Taveira faz a homilia |
Dom Taveira
iniciou a homilia recordando os pastores que receberam a visita dos anjos a
respeito do nascimento de Jesus. Após o anúncio, disseram: “Vamos a Belém para
ver o que aconteceu, segundo o que o Senhor nos comunicou”.
Em seguida,
refletindo sobre a leitura de Atos dos Apóstolos, o bispo explicou que o trecho
narra o processo de iniciação cristã. Primeiro é feito o anúncio do Evangelho,
depois a caminhada até o Batismo e, assim, a propagação da Boa Nova por meio do
batizado.
Quem comunga tem
a vocação de se entregar pelo mundo.
Bispos em oração |
“Da mesma forma
que a água do batismo mergulha a pessoa na vida nova de Cristo, assim o Pão
Eucarístico pressupõe a fé”, afirmou o bispo destacando também que “comungar
seu corpo entregue e seu sangue derramado é a condição para experimentar o
sabor de sua ressurreição". Ele ainda acrescentou que quem comunga tem a
vocação de se entregar pelo mundo, de partilhar Cristo.
Nesse sentido,
Dom Alberto Taveira ressaltou que “o Brasil é convidado a conhecer, no
Congresso em Belém, essa terra que tem pelo caminho da história a vocação da
partilha”. E fez o convite: “Dentro de poucos meses, neste 2016, queremos
convidar a todos, o Brasil, a cantar assim conosco: ‘A Eucaristia nos reúne
nesta mesa; eleva a Deus um sacrifício de louvor; é missão de toda a Igreja
viver no mundo a partilha do amor’”.
“Irmãos, vamos a
Belém para ver o que aconteceu, segundo o Senhor nos comunicou!”, finalizou.
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Sobre o tema
central da assembleia, dom Leonardo reafirmou o papel importante do leigo na
Igreja. O secretário geral apontou o engajamento em pastorais e movimentos da
Igreja como uma forma de contribuição do leigo.
Entre os pontos
citados no texto, dom Murilo reforçou que a conferência “acompanha atentamente
esse processo e espera o correto procedimento das instâncias competentes,
respeitado o ordenamento jurídico do Estado democrático de direito. A crise
atual evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que
assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da
República, restaure a credibilidade das instituições, assegure a
governabilidade e garanta os direitos sociais”.
Respondendo aos
jornalistas, dom Sergio da Rocha explicou que a CNBB segue na linha adotada em
pronunciamentos anteriores de não manifestar uma posição de caráter político
partidário.
Depois de vinte
anos de regime de exceção, o Brasil retomou a experiência de um Estado
democrático de direito. Os movimentos populares, organizações estudantis,
operárias, camponesas, artísticas, religiosas, dentre outras, tiveram
participação determinante nessa conquista. Desde então, o país vive um dos mais
longos períodos democráticos da sua história republicana, no qual muitos
acontecimentos ajudaram no fortalecimento da democracia brasileira. Entre eles,
o movimento “Diretas Já!”, a elaboração da Carta Cidadã, a experiência das
primeiras eleições diretas e outras mobilizações pacíficas.
CNBB divulga declaração sobre o momento nacional e documento sobre o Laicato
Dom Sergio da Rocha |
Na última
entrevista coletiva da 54ª Assembleia Geral da CNBB a Presidência da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) atendeu aos jornalistas
presentes em Aparecida (SP), nesta quinta-feira (14).
Na ocasião, o
Arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha destacou
as principais discussões apresentadas ao episcopado nos nove dias de
assembleia.
Questões como a
importância do laicato, a comissão dos textos litúrgicos na tradução do missal
romano, reflexões sobre a conjuntura política do Brasil, os 60 anos da Cáritas
Brasileira, o estudo sobre o Dizimo, Jubileu dos 300 anos e entre muitos outros
assuntos estiverem na pauta dos bispos.
Cristãos leigos
e leigas na Igreja e na sociedade
O bispo auxiliar
de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner falou do documento
sobre o laicato, que deve ser divulgado nos próximos dias pela conferência.
Dom Leonardo Steiner |
“O documento
quer trazer orientação e dar pistas de como os leigos podem nos ajudar mais.
Fala da importância dos leigos na evangelização, da necessidade de uma Igreja
evangelizadora onde os leigos exercem um papel muito importante”, afirmou.
Momento nacional
O Arcebispo de
Salvador (BA) e vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger leu aos jornalistas
a declaração da CNBB sobre o momento nacional.
Dom Murilo Krieger |
O
vice-presidente da CNBB salientou que a preocupação da conferência é de apontar
caminhos, mostrando a direção aos fiéis no diálogo e respeito ao outro. “O
dialogo significa colocar-se no lugar do outro. Na verdade o que todos queremos
é que haja paz e que a lei seja defendida e preservada”, salientou.
Presidência da CNBB |
“Insistimos em
recordar que o caminho é o da orientação, acompanhamento e respeito.
Acreditamos no diálogo, na sabedoria do povo brasileiro e no discernimento das
lideranças na busca de caminhos que garantam a superação da atual crise e a
preservação da paz em nosso país”, afirmou.
Ao final da
coletiva de imprensa, dom Leonardo retomou uma expressão apresentada na nota em
que destacou a importância da democracia e a superação de posições pessoais
pelo bem no Brasil.
“O bem da nação
requer de todos a superação de interesses pessoais, partidários e
corporativistas. A polarização de posições ideológicas, em clima fortemente
emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a divisões e violências
que ameaçam a paz social”, destaca parágrafo da nota.
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DECLARAÇÃO SOBRE O MOMENTO NACIONAL
“Quem pratica a
verdade aproxima-se da luz” (Jo 3,21).
Nós, bispos
católicos do Brasil, reunidos em Aparecida, na 54ª Assembleia Geral da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), frente à profunda crise
ética, política, econômica e institucional pela qual passa o país, trazemos, em
nossas reflexões, orações e preocupações de pastores, todo o povo brasileiro,
pois, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e
mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são
também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos
de Cristo” (Gaudium et Spes, 1).
Logo oficial da CNBB |
Neste momento,
mais uma vez, o Brasil se defronta com uma conjuntura desafiadora. Vêm à tona
escândalos de corrupção sem precedentes na história do país. É verdade que
escândalos dessa natureza não tiveram início agora; entretanto, o que se revela
no quadro atual tem conotações próprias e impacto devastador. São cifras que
fogem à compreensão da maioria da população. Empresários, políticos, agentes
públicos estão envolvidos num esquema que, além de imoral e criminoso, cobra
seu preço.
Quem paga pela
corrupção? Certamente são os pobres, “os mártires da corrupção” (Papa
Francisco). Como pastores, solidarizamo-nos com os sofrimentos do povo. As
suspeitas de corrupção devem continuar sendo rigorosamente apuradas. Os
acusados sejam julgados pelas instâncias competentes, respeitado o seu direito
de defesa; os culpados, punidos e os danos, devidamente reparados, a fim de que
sejam garantidas a transparência, a recuperação da credibilidade das
instituições e restabelecida a justiça.
A forma como se
realizam as campanhas eleitorais favorece um fisiologismo que contribui
fortemente para crises como a que o país está enfrentando neste momento.
Uma das
manifestações mais evidentes da crise atual é o processo de impeachment da
Presidente da República. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acompanha
atentamente esse processo e espera o correto procedimento das instâncias
competentes, respeitado o ordenamento jurídico do Estado democrático de
direito.
A crise atual
evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que
assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da
República, restaure a credibilidade das instituições, assegure a
governabilidade e garanta os direitos sociais.
De acordo com a
Constituição Federal, os três Poderes da República cumpram integralmente suas
responsabilidades. O bem da nação requer de todos a superação de interesses
pessoais, partidários e corporativistas. A polarização de posições ideológicas,
em clima fortemente emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a
divisões e violências que ameaçam a paz social.
Conclamamos o
povo brasileiro a preservar os altos valores da convivência democrática, do
respeito ao próximo, da tolerância e do sadio pluralismo, promovendo o debate
político com serenidade. Manifestações populares pacíficas contribuem para o
fortalecimento da democracia. Os meios de comunicação social têm o importante
papel de informar e formar a opinião pública com fidelidade aos fatos e
respeito à verdade.
Acreditamos no
diálogo, na sabedoria do povo brasileiro e no discernimento das lideranças na
busca de caminhos que garantam a superação da atual crise e a preservação da
paz em nosso país. “Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a se
preocupar com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco).
Pedimos a oração
de todos pela nossa Pátria. Do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, invocamos
a bênção e a proteção de Deus sobre toda a nação brasileira.
Aparecida - SP,
13 de abril de 2016.
Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de Brasília - Presidente da CNBB
Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger - Arcebispo São Salvador da Bahia - Vice-Presidente
Dom Leonardo Ulrich Steiner - Bispo Auxiliar de Brasília - Secretário-Geral da CNBB
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Fonte das duas primeiras matérias: a12.com Terceira matéria e banner: cnbb.org.br
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