De maio de 2015
a março de 2016, ocorreram treze nomeações ao episcopado brasileiro
Dom Nélio, Dom Giovanni e Dom Henrique |
O segundo dia da
54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
iniciou com missa, na Basílica Nacional do Santuário de Aparecida, nesta
quinta-feira, 07 de abril. A celebração foi presidida pelo núncio
apostólico no Brasil, dom Giovanni D'Aniello, e concelebrada pelos bispos de
Dourados (MS), dom Henrique Aparecido, e de Jataí (GO), dom Nélio Domingos
Zortea.
Na abertura da
missa, dom Giovanni D´Aniello acolheu os novos bispos nomeados no período de
maio de 2015 a março de 2016 e desejou paz no ministério episcopal à serviço da
Igreja.
Durante a
homilia, o bispo meditou sobre o Evangelho de João, capítulo 3, que
trata do amor de Deus pela humanidade. Dom Giovanni explicou que o Pai confiou
a Jesus e à Igreja a missão de anunciar o amor e a misericórdia aos
povos.
“Deus se inclina
na nossa condição. É a grandeza da misericórdia de Deus que vem ao nosso
encontro. Ele é o Pai que envia seu Filho para nos lembrar que não estamos sós,
mas temos a proteção de um Deus que nos Ama. Ele foi até a cruz para nos
resgatar”, refletiu.
Proclamar a
misericórdia
Ao recordar a
passagem de Atos dos Apóstolos, capítulo 5, versículo 27, o núncio destacou o
compromisso dos discípulos, que a exemplo de Jesus, também são chamados a
anunciar o amor e a misericórdia.
Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida |
“Ainda que
enfrentemos dificuldades, não podemos desanimar. Assim como os apóstolos,
precisamos permanecer firmes no chamado que Deus faz a cada um de nós”, disse o
bispo.
No contexto do
Ano da Misericórdia, convocado pelo papa Francisco, explicou que é o Espírito
Santo que doa a fé, sendo Ele o verdadeiro dom da fé. Dom Giovanni convidou os
novos bispos a serem testemunhas do amor e da misericórdia do Pai em
suas dioceses, levando ao povo de Deus a mensagem de esperança e paz.
“O amor para
iluminar as mentes e os corações, para purificar as nossas intenções. Que Deus
nos dê o Espírito da verdade, o paráclito. Que Maria Santíssima, Nossa Senhora
Aparecida, nos acompanhe nesses dias e apresente a Jesus as nossas
dificuldades. Que Deus nos abençoe”, concluiu dom Giovanni.
Bispos nomeados
2015-2016
Dom Adilson
Pedro Busin, C.S., bispo auxiliar de Porto Alegre (RS); Dom José
Albuquerque de Araújo, bispo auxiliar de Manaus (AM); Dom Henrique
Aparecido de Lima, bispo de Dourados (MS); Dom Frei João
Muniz Alvez, OFM, bispo da Prelazia de Xingu (PA); Dom Paulo Bosi
Dal'Bó, bispo de São Mateus (ES); Dom Zenildo Luiz
Pereira da Silva, C.SS.R, bispo coadjutor da Prelazia de Borba (AM); Dom Nélio
Domingos Zortea, bispo de Jataí (GO); Dom Aparecido
Donizete de Souza, bispo Auxiliar de Porto Alegre (RS); Dom José
Reginaldo Andrietta, bispo de Jales (SP); Dom Paulo
Jackson Nóbrega de Sousa, bispo de Garanhuns (PE); Dom Ricardo
Hoepers, bispo de Rio Grande (RS); Dom Frei Carlos
Alberto Breis Pereira, OFM, bispo coadjutor de Juazeiro (BA); Mons. Luiz
Carlos Dias, nomeado bispo auxiliar de São Paulo (SP).
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Bispos refletem sobre tema central da Assembleia Geral
“Cristãos leigos
e leigas na Igreja e na sociedade. Sal da terra e luz do mundo” é o título do
texto que, se aprovado pelos bispos, pode tornar-se documento da CNBB
Apresentação do Documento 107 |
O tema
central da 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Sal da terra
e luz do mundo”, foi apresentado aos bispos reunidos em Aparecida (SP), nesta
quinta-feira, 7. Trata-se da versão ampliada do Estudo 107 da CNBB, que foi
tema prioritário da Assembleia ocorrida em 2015 e que, após contribuições,
retorna à discussão do episcopado, podendo tornar-se, caso aprovado,
documento da Conferência.
Na ocasião,
foram expostas a redação, estrutura e repercussão do texto nos regionais e
diversos ambientes eclesiais no País.
O bispo de
Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom
Severino Clasen, abordou o caminho histórico de redação do material. Dom
Severino mencionou que “o fruto das reflexões e estudos dos bispos referenciais
estimulou o debate sobre o laicato e que por ocasião do aniversário do Vaticano
II, ganhou mais força ainda”.
Repercussão
O
vice-presidente do Conselho Nacional de Leigos (CNL) e assessor da Comissão
para o Laicato, Laudelino Augusto, testemunhou a repercussão do texto. “O
tema foi estudado nas assembleias regionais da CNBB, nas paróquias, movimentos,
associações laicais, novas comunidades, pelos profissionais e no mundo
político. As assessorias aos encontros acontecidos, desde a primeira versão do
documento, mostraram a expectativa em torno da reflexão”. A divulgação
do texto teve a finalidade de ajudar o cristão leigo a se reconhecer como
sujeito na ação eclesial na sociedade.
Estrutura
A estrutura do
texto foi apresentada pelo arcebispo de Londrina (PR) e presidente da Comissão
para o Tema Central da Assembleia, dom Orlando Brandes. Conforme
explicação, a versão ampliada do Estudo 107 possui uma perspectiva
pastoral e está organizado conforme o método “Ver, Julgar e Agir”, utilizado
pela Igreja no Brasil em seus documentos. O texto inspira-se na matriz eclesial
do Concílio Vaticano II, com um acento no Documento de Aparecida e na exortação
apostólica Evangelii Gaudium. Está estruturado a partir de dois eixos: o leigo
como sujeito da ação pastoral e o mundo como primeiro campo de atuação do
leigo.
O primeiro
capítulo mostra o rosto atual do cristão leigo, o mundo como o primeiro campo
de ação deste sujeito eclesial e as características do mundo globalizado, no
qual a missão se desenvolve. O segundo capítulo trata do leigo como
"discípulo missionário e cidadão". Nele são abordadas a identidade e
a vocação laical, os âmbitos da comunhão eclesial e a atuação do leigo como
sujeito. No terceiro capítulo é relatada a natureza da ação transformadora do
cristão leigo na Igreja e no mundo, com seus areópagos modernos.
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Cardeal Cláudio Hummes:
"Igreja só poderá encontrar um rosto amazônico à medida que se envolver realmente"
Presidente da
Comissão para a Amazônia apresentou, aos bispos, desafios da região.
“Os desafios
conclamam a Igreja na Amazônia a ser missionária, misericordiosa e profética. É
preciso apresentar um rosto amazônico da Igreja. A Igreja só poderá encontrar
um rosto amazônico à medida que se envolver realmente”, disse o arcebispo
emérito de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia,
cardeal Cláudio Hummes, à Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), nesta quinta-feira, 7, em Aparecida (SP).
Dom Cláudio fala aos bispos |
Dom Cláudio
apontou os desafios encontrados na ação evangelizadora na região amazônica e
apresentou os trabalhos da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam).
Segundo o
arcebispo, a região compreende, ao todo, 56 circunscrições eclesiásticas,
correspondendo a um pouco mais da metade do território brasileiro. A Comissão
para a Amazônia surgiu com a finalidade de acompanhar a ação evangelizadora do
local. “A Comissão foi criada para sensibilizar as pessoas para a missão na
Amazônia, um lugar onde existem muitas carências, inclusive materiais”,
relatou.
De acordo com o
cardeal, desde a criação da Comissão, houve um crescimento do número de padres,
religiosos e leigos missionários na Amazônia. “Este crescimento deve-se ao fato
de que também na formação presbiteral houve iniciativas de formação na
perspectiva de uma Igreja em saída, misericordiosa, pobre e para os pobres”,
explicou. Dom Cláudio acrescentou que também na formação permanente tem havido
iniciativas.
Desafios à
Igreja na Amazônia
Dom Cláudio
apontou como desafio a crescente urbanização. Conforme o arcebispo, trata-se de
uma realidade nova. Citou como exemplo a Ilha de Marajó, “descuidada pelo poder
público estadual e federal, com agravada situação de pobreza, miséria,
desemprego e abuso de menores”.
Falou sobre o
modelo de desenvolvimento econômico de exploração desenvolvimentista, que
reclama uma nova forma de relacionamento com o meio ambiente.
Lembrou, ainda,
o crescimento do número de evangélicos e a questão da evangelização dos
indígenas, historicamente, maltratados e descuidados pela sociedade
civil.
“A Igreja
e a sociedade têm enorme dívida com os indígenas, para que eles voltem a ser
protagonistas da sua história, inclusive, religiosa”, afirmou. Para o cardeal,
este reconhecimento apresenta outro desafio à Igreja no Brasil, que consiste na
formação de um clero autóctone e o despertar de forças da ação evangelizadora,
na própria população indígena.
Repam
Por fim, dom
Cláudio Hummes falou acerca da colaboração que Repam tem oferecido à América
Latina. O organismo, ligado ao Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam),
reúne nove países que compõem uma só Amazônia. A Repam foi fundada em
setembro de 2014, tendo como co-autores a CNBB e a Cáritas Latino-americana. A
Rede nasceu como uma oportunidade de apoio, solidariedade e fortalecimento da
ação evangelizadora no contexto amazônico. Atualmente, está estruturada nos
seguintes eixos: formação indígena, comunicação, redes intencionais e Igreja de
fronteiras.
Sobre os
trabalhos desenvolvidos, dom Cláudio lembrou que a Repam participou da COP 21,
convidada pela Cáritas Francesa. O organismo tem um comitê que cuida dos
trabalhos no Brasil e tem promovido seminários sobre a Laudato Sí em
diversas universidades do Brasil. Está previsto encontro da Igreja Católica na
Amazônia Legal, entre 14 e 18 de novembro que, nas palavras de dom Cláudio,
conferirá força à Igreja presente nesta macrorregião.
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Bispos consideram que apuração da corrupção deve ser implacável
Dando
continuidade aos trabalhos da 54ª Assembleia Geral da CNBB, o arcebispo de
Londrina (PR), dom Orlando Brandes e o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG),
dom Joaquim Giovani Mol atenderam a imprensa, na tarde desta quinta-feira (07),
no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho, em Aparecida (SP).
Dom Darci Nicioli dá início à coletiva |
Os bispos
apresentaram aos jornalistas um aprofundamento do tema central da AG, “Cristão
leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Sal da Terra e luz do mundo” e
aspectos da análise de conjuntura político-social e eclesial.
Dom Joaquim Mol
apresentou dados do cenário religioso no Brasil para auxiliar a compreender a
realidade atual. “A análise do cenário observou que não há mudanças
significativas no cenário sócio religioso no Brasil”, afirmou.
De acordo com o
bispo 64.5% das pessoas se dizem católicas, os demais percentuais são
distribuídos em vários grupos, sendo que, o destaque maior é para o
protestantismo pentecostal com 18%. “Chama nossa atenção os 8.9 % que se
declaram como sem religião”, constatou.
“O Brasil
continua sendo, portanto, um país de maioria católica, e é importante destacar
que mais de 68% das pessoas nunca transitou de religião. Outra informação
relevante é o nível de comprometimento das pessoas na sua religião, não é o
ideal, mas significativo. 23% das pessoas que se declaram católicos tem um
compromisso com a sua religião”, acrescentou.
Segundo o bispo
auxiliar de Belo Horizonte, o cenário, de fato, é de pluralismo religioso, e
salientou a importância de cultivar a capacidade de dialogo e respeito às
diferenças religiosas.
Dom Joaquim Mol
falou também sobre os aspectos da análise de conjuntura político-social e
eclesial.
Dom Joaquim Mol |
“A Igreja
Católica no Brasil, através da CNBB, repudia com veemência toda e qualquer
atitude, ação e plano de corrupção no nosso país. Por considerar a corrupção
como algo que fere e desmancha o tecido social, por isso ele é comparado com um
câncer, na nossa situação em metástase”, afirmou.
Ainda segundo
Dom Mol a Igreja Católica no Brasil considera que a apuração de toda corrupção
deve ser implacável, sendo que as pessoas envolvidas devem ser julgadas, as
pessoas consideradas culpadas devem ser punidas rigorosamente dentro da
legislação.
O bispo falou
também que para construção da nota oficial a CNBB está capturando percepções da
realidade em quatro campos: cultural, econômico, social e político.
“No campo
cultural estamos analisando a crise de valores, no econômico queremos refletir
sobre a hegemonia do sistema financeiro, no social vamos pensar na erosão dos
direitos sociais que foram conquistados, sobretudo na Constituição de 88, e na
crise política o enfraquecimento das instituições”.
Dom Orlando Brandes |
Sobre a atuação
dos leigos, tema central da AG “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na
sociedade. Sal da Terra e luz do mundo”, o presidente desta comissão, dom Orlando
Brandes destacou que a Igreja quer dar destaque para a grande maioria da
Igreja: os leigos.
Dom Orlando
frisou que cada pessoa é profeta da sua realidade. “O texto que nós temos
trabalhado vai mostrar o leigo como sujeito na Igreja. Falamos muito dos direitos
dos leigos, pois ele é sujeito dessa realidade, ele pertence à Igreja, o leigo
é Igreja”, afirmou.
O arcebispo de
Londrina citou que o Concilio Vaticano II mostrou que o primeiro campo de
atuação dos leigos é o mundo, estando presente na política, no trabalho, nas
comunicações.
“Precisamos
voltar a fonte do Concílio Vaticano II e considerar o primeiro campo de atuação
dos leigos como a sua própria realidade e transformá-la”.
O arcebispo
citou que os trabalhos referentes ao tema central da assembleia são inspirados
na Evangelii gaudium - A alegria do Evangelho, primeira Exortação
Apostólica do pontificado de Papa Francisco, onde o Santo Padre retoma assuntos
importantes sobre os leigos e sua participação na sociedade.
Fonte: cnbb.org.br
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