Ninguém fica órfão quando atraído por Jesus
Cidade do
Vaticano (RV) - “Um cristão que não se deixa atrair pelo Pai é um cristão que
vive como um órfão”. Foi o que afirmou o Papa Francisco na homilia da Missa
celebrada na manhã desta terça-feira, (19/04), na capela da Casa Santa Marta.
Francisco inicia
sua reflexão partindo da pergunta que os judeus fazem a Jesus, contida no
Evangelho do dia: “És tu o Messias?”
"É o Pai que atrai os corações para Jesus" |
Esta pergunta,
que escribas e fariseus repetirão várias vezes, observou Francisco, nasce de
uma coração cego. Uma cegueira de fé que o próprio Jesus explica: “vós não
acreditais, porque não sois das minhas ovelhas”. Fazer parte do rebanho de
Deus é uma graça, mas é necessário um coração disponível:
“‘As minhas
ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida
eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão’.
Essas ovelhas estudaram para seguir Jesus e depois acreditaram? Não. ‘Meu Pai,
que me deu estas ovelhas, é maior que todos’. É propriamente o Pai que dá
as ovelhas ao pasto. É o Pai que atrai os corações para Jesus”.
Como órfãos
A dureza de
coração de escribas e fariseus, que veem as obras realizadas por Jesus mas se
negam a reconhecer Nele o Messias, é “um drama”, afirmou Francisco, que “vai
avante até o Calvário”. Ou melhor, prossegue inclusive depois da Ressurreição,
quando sugerem aos soldados que vigiavam o sepulcro para que digam que estavam
dormindo e, assim, atribuir aos discípulos o roubo do corpo de Cristo. Nem
mesmo o testemunho de quem assistiu à Ressurreição os fez mudar de ideia. “São
órfãos”, reiterou Francisco, “porque renegaram o seu Pai”:
“Estes doutores
da lei tinham o coração fechado, se sentiam donos de si mesmos e, na realidade,
eram órfãos porque não tinham uma relação com o Pai. Falavam, sim, de seus Pais
– o nosso pai Abraão, os Patriarcas... – falavam, mas como figuras distantes.
Em seus corações eram órfãos, viviam no estado de órfãos, em condições de
órfãos, e preferiam isso a deixar-se atrair pelo Pai. E este é o drama do
coração fechado destas pessoas”.
“Pai, atrai-me para
Jesus”
A importância de
se deixar atrair por Deus – enfatiza o Papa ao recordar a Primeira leitura – se
percebe na notícia que chegou a Jerusalém de que muitos pagãos se abriam à fé
em Cristo graças à pregação dos discípulos. Eles levaram a Palavra até a
Fenícia, Chipre e Antioquia onde, num primeiro momento, também tiveram medo,
mas o coração aberto os guiou. Um coração como aquele de Barnabé que, enviado a
Antioquia, não se escandaliza com a conversão dos pagãos porque, finaliza o Papa,
“aceitou a novidade”, se “deixou atrair pelo Pai por Cristo”:
“Jesus nos
convida a sermos seus discípulos mas, para sê-lo, devemos nos deixar atrair
pelo Pai em direção a Ele. E a oração humilde do filho, que podemos fazer é:
‘Pai, atrai-me para Jesus; Pai, fazei-me conhecer Jesus’, e o Pai enviará o
Espírito para nos abrir o coração e nos levar até Jesus. Um cristão que não se
deixa atrair pelo Pai para Jesus é um cristão que vive em condição de órfão; e
nós temos um Pai, não somos órfãos”. (bf/rb)
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Fonte: radiovaticana.va
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