Dom Cláudio Hummes diz
que Igreja cresce quando encurta distâncias
Dom Cláudio faz homilia |
“Não é tanto por
muita falação, não é tanto por muitos documentos, não é tanto por doutrinação
que a Igreja vai crescer. A vida religiosa, a Igreja, cresce por atração”,
afirmou o cardeal referindo-se à realidade da diminuição no número de vocações
e da identidade missionária da Igreja.
O Cardeal
manifestou o desejo de que a celebração desse dia servisse de apelo para a
Igreja de todo o Brasil diante da necessidade urgente dos povos da região
amazônica.
“Queremos que
essa celebração seja um grande apelo missionário, que essa celebração não seja
somente uma comemoração, mas também um apelo renovado e missionário para as
Igrejas do resto do Brasil, para os padres, para os religiosos”, enfatizou.
Presidência da Eucaristia |
"A Igreja
não deve pensar em si mesma, ela deve fazê-lo por causa d´Ele não por causa
dela, mas por causa daqueles que precisam. Uma Igreja assim atrai".
A esse respeito,
Dom Cláudio disse entender que a necessidade de vocações acontece em todas as
realidades, mas julgou que a Amazônia tem relevância diante do desafio que ela
impõe aos missionários que atuam nessa região, tanto pelas longas distâncias
quanto pelos desafios culturais, econômicos, políticos e ambientais.
"Existe
falta de padre por todo lado", frisou o cardeal. "E quando a gente
pensa na necessária presença física, a gente diz ‘por toda parte falta padre’.
Mas aquela Igreja na Amazônia tem carências muito especiais porque tem
características especiais”, destacou.
Presbitério do Santuário |
Por fim, o
cardeal citou que a Igreja fará diferença na medida em que levar a
misericórdia, em que encurtar as distâncias com aqueles que mais precisam de
sua Palavra.
“A Igreja não
deve pensar em si mesma, ela deve fazê-lo por causa d´Ele não por causa dela,
mas por causa daqueles que precisam. Uma Igreja assim atrai. Aliás, Jesus disse
‘no dia em que eu for elevado na cruz eu atrairei todos a mim’. Ele não disse
‘pela minha pregação’, claro que também pela pregação, mas Ele diz no dia em
que eu fizer o ato supremo da misericórdia para a humanidade é aí que eu vou
atrair todos. É a misericórdia que faz a diferença, ela torna a fé real, viva!
Paulo já dizia isso: uma fé que não se traduz em caridade é uma fé morta. É a
caridade que atrai. Então também nós pensemos nisso, na medida em que vamos de
fato, encurtamos as distâncias, nessa medida a Igreja faz a diferença e ela
cresce por atração”, finalizou.
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Coletiva de Imprensa
Assembleia
também tratou sobre a atuação da Pastoral do Dízimo
Dom Darci abre a coletiva |
A CNBB
apresentou na tarde desta quarta-feira (13), a Mensagem para as Eleições 2016.
Além do parecer político dos bispos do Brasil, também foram apresentadas
questões discutidas sobre a atuação da Pastoral do Dízimo, durante a Assembleia
Geral que acontece em Aparecida (SP).
Dom Murilo
Sebastião Krieger, arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da CNBB, e Dom
Roberto Ferrería Paz, bispo de Campos (RJ) atenderam à imprensa e comentaram os
assuntos.
Antes de fazer a
leitura completa do texto, Dom Roberto Ferrería frisou que, mais do que uma
mensagem, a CNBB apresenta uma cartilha sobre as eleições. “Ela convoca os
leigos a serem protagonistas antes e depois das eleições, para dar sentido a
uma democracia mais atuante e mais participativa”.
Dom Roberto |
Segundo o bispo,
na Mensagem são apresentadas orientações pastorais sobre o exercício da
responsabilidade cidadã.
Citando a
exortação apostólica “Os Fiéis Leigos”, o texto diz que “os cristãos leigos e
leigas não podem 'abdicar da participação na política'”.
A Mensagem
também diz que “para votar bem é imprescindível conhecer, além dos programas
dos partidos, os candidatos e sua proposta de trabalho”. Também é destacada a
Lei da Ficha Limpa, como importante “instrumento iluminador do eleitor” e
pedida atenção à questão de financiamento das campanhas eleitorais e compra e
venda de votos.
É reafirmado
ainda que “a Igreja Católica não assume nenhuma candidatura”, no entanto,
destaca a importância da inserção dos cristãos no meio político para que possam
semear ali os valores evangélicos.
Fala de Dom Murilo |
Por fim, a
Mensagem lembra aos eleitores da importância do acompanhamento dos candidatos
depois de eleitos. “Estejam atentos à elaboração e implementação de políticas
públicas que atendam, especialmente, às populações mais vulneráveis”, descreve.
Pastoral do
Dízimo – Tratando da temática da Pastoral do Dízimo, Dom Murilo Krieger
ressaltou que o texto base ainda não foi finalizado, mas que trará importantes
orientações, que, ao mesmo tempo, não são obrigatórias.
O bispo explicou
que a primeira parte do texto traz orientações para a Pastoral do Dízimo. A
segunda apresenta orientações práticas de como implantar o trabalho, como
organizar, quem são os agentes e, por fim, apresenta reflexões sobre aspectos
jurídicos.
Dom Murilo
destacou também que “a riqueza da Assembleia é buscar caminhos comuns. Cada
bispo buscará colocar em prática as orientações de acordo com sua realidade“.
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CNBB divulga mensagem para as eleições 2016
Mensagem foi
aprovada pela Assembleia Geral da Conferência
Logo oficial da CNBB |
A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, na tarde desta quarta-feira, 13,
a mensagem para as eleições municipais deste ano. O texto foi aprovado durante
a 54ª Assembleia Geral da entidade, que ocorre em Aparecida (SP). Os bispos
dirigem ao povo brasileiro "uma mensagem de esperança, ânimo e
coragem".
A mensagem
aborda o momento atual, ressalta o papel dos leigos como sujeitos na política e
apresenta os critérios que podem ajudar o brasileiros que escolheram seus
prefeitos e vereadores neste ano.
Leia o texto na
íntegra:
MENSAGEM DA CNBB
PARA AS ELEIÇÕES 2016
“Quero ver o
direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós
5,24)
Neste ano de
eleições municipais, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB dirige
ao povo brasileiro uma mensagem de esperança, ânimo e coragem. Os cristãos
católicos, de maneira especial, são chamados a dar a razão de sua esperança
(cf. 1Pd 3,15) nesse tempo de profunda crise pela qual passa o Brasil.
Sonhamos e nos
comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente
igualitário, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência
discriminação e mentiras; e com oportunidades iguais para todos. Só com
participação cidadã de todos os brasileiros e brasileiras é possível a
realização desse sonho. Esta participação democrática começa no município onde
cada pessoa mora e constrói sua rede de relações. Se quisermos transformar o
Brasil, comecemos por transformar os municípios. As eleições são um dos
caminhos para atingirmos essa meta.
A política, do
ponto de vista ético, “é o conjunto de ações pelas quais os homens buscam uma
forma de convivência entre indivíduos, grupos, nações que ofereçam condições
para a realização do bem comum”. Já do ponto de vista da organização, a
política é o exercício do poder e o esforço por conquistá-lo1, a fim de que
seja exercido na perspectiva do serviço.
Os cristãos
leigos e leigas não podem “abdicar da participação na política” (Christifideles
Laici, 42). A eles cabe, de maneira singular, a exigência do Evangelho de
construir o bem comum na perspectiva do Reino de Deus. Contribui para isso a
participação consciente no processo eleitoral, escolhendo e votando em
candidatos honestos e competentes. Associando fé e vida, a cidadania não se
esgota no direito-dever de votar, mas se dá também no acompanhamento do mandato
dos eleitos.
As eleições
municipais têm uma atração e uma força próprias pela proximidade dos candidatos
com os eleitores. Se, por um lado, isso desperta mais interesse e facilita as
relações, por outro, pode levar a práticas condenáveis como a compra e venda de
votos, a divisão de famílias e da comunidade. Na política, é fundamental
respeitar as diferenças e não fazer delas motivo para inimizades ou
animosidades que desemboquem em violência de qualquer ordem.
Para escolher e
votar bem é imprescindível conhecer, além dos programas dos partidos, os
candidatos e sua proposta de trabalho, sabendo distinguir claramente as funções
para as quais se candidatam. Dos prefeitos, no poder executivo, espera-se
“conduta ética nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os
demais agentes políticos e com os poderes econômicos”2. Dos legisladores, os
vereadores, requer-se “uma ação correta de fiscalização e legislação que não
passe por uma simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao
executivo”3.
É fundamental
considerar o passado do candidato, sua conduta moral e ética e, se já exerce
algum cargo político, conhecer sua atuação na apresentação e votação de
matérias e leis a favor do bem comum. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste
caso, o instrumento iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha
suja.
Uma boa maneira
de conhecer os candidatos e suas propostas é promover debates com os
concorrentes. Em muitos casos cabe propor lhes a assinatura de
cartas-compromisso em relação a alguma causa relevante para a comunidade como,
por exemplo, a defesa do direito de crianças e adolescentes. Pode ser inovador
e eficaz elaborar projetos de lei, com a ajuda de assessores, e solicitar a
adesão de candidatos no sentido de aprovar os projetos de lei tanto para o
executivo quanto para o legislativo.
É preciso estar
atento aos custos das campanhas. O gasto exorbitante, além de afrontar os mais
pobres, contradiz o compromisso com a sobriedade e a simplicidade que deveria
ser assumido por candidatos e partidos. Cabe aos eleitores observar as fontes
de arrecadação dos candidatos, bem como sua prestação de contas. A lei que
proíbe o financiamento de campanha por empresas, aplicada pela primeira vez
nessas eleições, é um dos passos que permitem devolver ao povo o protagonismo
eleitoral, submetido antes ao poder econômico. Além disso, estanca uma das
veias mais eficazes de corrupção, como atestam os escândalos noticiados pela
imprensa. Da mesma forma, é preciso combater sistematicamente a vergonhosa
prática de “Caixa 2”, tão comum nas campanhas eleitorais.
A compra e venda
de votos e o uso da máquina administrativa nas campanhas constituem crime
eleitoral que atenta contra a honra do eleitor e contra a cidadania. Exortamos
os eleitores a fiscalizarem os candidatos e, constatando esse ato de corrupção,
a denunciarem os envolvidos ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral,
conforme prevê a Lei 9840, uma conquista da mobilização popular há quase duas
décadas.
A Igreja
Católica não assume nenhuma candidatura, mas incentiva os cristãos leigos e
leigas, que têm vocação para a militância político-partidária, a se lançarem
candidatos. No discernimento dos melhores candidatos, tenha-se em conta seu
compromisso com a vida, com a justiça, com a ética, com a transparência, com o
fim da corrupção, além de seu testemunho na comunidade de fé. Promova-se a
renovação de candidaturas, pondo fim ao carreirismo político. Por isso,
exortamos as comunidades a aprofundarem seu conhecimento sobre a vida política
de seu município e do país, fazendo sempre a opção por aqueles que se proponham
a governar a partir dos pobres, não se rendendo à lógica da economia de mercado
cujo centro é o lucro e não a pessoa.
Após as
eleições, é importante a comunidade se organizar para acompanhar os mandatos
dos eleitos. Os cristãos leigos e leigas, inspirados na fé que vem do
Evangelho, devem se preparar para assumir, de acordo com sua vocação,
competência e capacitação, serviços nos Conselhos de participação popular, como
o da Educação, Saúde, Criança e Adolescente, Juventude, Assistência Social etc.
Devem, igualmente, acompanhar as reuniões das Câmaras Municipais onde se votam
projetos e leis para o município. Estejam atentos à elaboração e implementação
de políticas públicas que atendam especialmente às populações mais vulneráveis
como crianças, jovens, idosos, migrantes, indígenas, quilombolas e os
pobres.
Confiamos que
nossas comunidades saberão se organizar para tornar as eleições municipais
ocasião de fortalecimento da democracia que deve ser cada vez mais participativa.
Nosso horizonte seja sempre a construção do bem comum.
Que Nossa
Senhora Aparecida, Mãe e Padroeira dos brasileiros, nos acompanhe e auxilie no
exercício de nossa cidadania a favor do Brasil e de nossos municípios, onde
começa a democracia.
Aparecida - SP,
13 de abril de 2016
Dom Sergio da
Rocha - Arcebispo de Brasília - Presidente da CNBB
Dom Murilo
Sebastião Ramos Krieger - Arcebispo São Salvador da Bahia - Vice-Presidente
da CNBB
Dom Leonardo
Ulrich Steiner - Bispo Auxiliar de Brasília - Secretário-Geral da CNBB
1. Cf. CNBB –
Doc. 40 - Igreja Comunhão e Missão – n. 184.
2. CNBB – Doc. 91 Por uma reforma do estado com participação democrática, n.
40.
3. Idem.
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Fonte da primeira e segunda matéria: a12.com Fonte da segunda matéria: cnbb.org.br
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