"Quando Jesus entrou em nossa vida?"
Cidade do
Vaticano (RV) – O cristão deve sempre se recordar do modo e da circunstância em
que Deus entrou em sua vida, porque isso reforça seu caminho de fé. Este foi o
pensamento central do Papa Francisco na homilia da missa matutina celebrada
quinta-feira, (21/04), na Casa Santa Marta.
A fé é um
caminho que, enquanto se percorre, deve fazer memória constante daquilo que
foi: das ‘coisas belas’ que Deus realizou ao longo do percurso, e também dos
obstáculos e recusas, porque Deus – assegurou o Papa – “caminha conosco e não
se assusta com nossas maldades”.
Fazer memória de
Deus que salva
A memória de Deus nos aproxima do Senhor |
Francisco voltou
a tocar um tema já abordado, inspirando-se na Primeira leitura do dia, em que
Paulo entra, sábado, na sinagoga de Antioquia e começa a anunciar o Evangelho a
partir dos primórdios do povo eleito; passando por Abraão e Moisés, o Egito e a
Terra prometida, até chegar a Jesus. “É uma pregação histórica, a que os
discípulos adotam, e é fundamental – sublinhou o Papa – porque consente
recordar os momentos salientes e os sinais da presença de Deus na vida do
homem”.
“Voltar atrás
para ver como Deus nos salvou, percorrer – usando o coração e a mente – o caminho
com a memória até chegar a Jesus. E foi o próprio Jesus, no momento maior de
sua vida – Quinta e Sexta-feira, na Ceia - a dar-nos o seu Corpo e o seu
Sangue, dizendo ‘Façam isso em minha memória’. A memória de Jesus; ter na
memória que Deus nos salvou”.
“O Senhor
respeita”
A Igreja chama o
Sacramento da Eucaristia de “memorial”, assim como – lembrou o Papa – o livro
de Deuteronômio na Bíblia é o ‘Livro da memória de Israel’. Nós também –
afirmou – devemos fazer o mesmo em nossa vida pessoal, porque cada um de nós
percorre um caminho, acompanhado por Deus, perto de Deus, ou “afastado do
Senhor”.
“Faz bem ao
coração do cristão fazer memória do próprio caminho: como o Senhor me conduziu
até aqui, como me trouxe, pelas mãos; e as vezes que eu disse ao Senhor
‘Afasta-te, não o quero’ e o Senhor respeitou. Ele é respeitoso! Fazer memória,
recordar-se da própria vida e do próprio caminho; retomar isso e fazê-lo
sempre. ‘Naquele tempo, Deus me deu aquela graça... eu respondi assim, fiz
isso, aquilo... Ele me acompanhou...’. E assim, chegamos a um novo encontro, ao
encontro da gratidão”.
Memória das
coisas belas
Do coração –
prosseguiu o Pontífice – deve nascer um ‘obrigado’ a Jesus, que nunca deixa de
caminhar em nossa história. Quantas vezes – admitiu Francisco – nós lhe
fechamos a porta na cara, quantas vezes fizemos de conta de não vê-lo, de não
acreditar que Ele estava conosco. Quantas vezes renegamos a sua salvação...’
Mas Ele estava ali”.
“A memória nos
aproxima de Deus. A memória daquela obra que Deus fez em nós; na recriação, na
regeneração, que nos leva além do antigo esplendor de Adão na primeira criação.
Eu lhes aconselho, simplesmente a fazer memória! Como foi a minha vida, como
foi o meu dia hoje ou como foi este último ano? Memória. Como foi a minha relação
com o Senhor. Memória das coisas belas, grandes, que o Senhor fez na vida de
cada um de nós”. (AdC/CM)
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Fonte: radiovaticana.va
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