São Lucas, nos
Atos dos Apóstolos, vai apresentar a conversão de São Paulo em três
momentos: (At 9,3-19; 22,6-16; 26,12-18).
Nestes textos encontramos a narração da conversão daquele que mudou não apenas
o próprio nome, mas o rumo da história de sua vida. De Saulo de Tarso,
tornou-se Paulo de Cristo, o grande apóstolo dos gentios.
A cidade de
Tarso se encontra onde hoje é a Turquia. Era uma cidade colônia do Império
Romano. Paulo era judeu descendente da tribo de Benjamim, totalmente enraizado
nas tradições judaicas. Ele estudou em Jerusalém na escola de Gamaliel, foi
onde conheceu a existência dos cristãos e tornou-se inimigo dos seguidores de
Cristo. Tanto que fez questão de estar presente na morte de Santo Estevão, o
primeiro mártir cristão.
Por achar que
estava sendo fiel às tradições da lei judaica, colocou-se a serviço do império
romano e recebeu autonomia para identificar, perseguir, prender e matar todos
os que professavam a fé em Jesus de Nazaré. Mas como vemos no relato dos Atos
dos Apóstolos, um dia a caminho de Damasco, com certeza perseguindo cristãos,
Paulo tem o encontro com o Ressuscitado. A luz que o atinge faz com que ele
caia por terra, e uma voz fala forte dentro de si: “Saulo, Saulo, porque
me persegues?”. Neste momento ele faz uma profunda experiência de encontro
com Cristo e a partir daquele momento se abre para a fé, impondo a si mesmo a
missão de Anunciar o Evangelho com a própria vida: “Ai de mim se eu não
pregar o Evangelho” (1Cor 9,17).
No relato da conversão
de São Paulo, aparecem vários elementos que atestam seu encontro com a
Pessoa do Cristo Ressuscitado. Primeiro, Paulo está caminho de Damasco e numa
certa altura da viagem ele é envolvido por uma luz que o faz cai por terra. Em
seguida ele ouve uma voz que o interroga e que o chama pelo nome. Paulo faz uma
pergunta de quem seria a voz que ele escuta, e rapidamente vem a afirmação que
é Jesus quem está falando com ele, o Cristo a quem ele perseguia. Após este
diálogo entre Jesus e Paulo, segue uma ordem do Ressuscitado para que ele entre
em Damasco, onde lhe será dito o que fazer, e imediatamente Paulo começa a
anunciar Jesus como Filho de Deus.
Celebrar a
Conversão de São Paulo é celebrar o chamado que Jesus faz a todos nós.
Paulo, em seu
bonito processo de conversão, passará da postura de perseguidor, a um fiel
seguidor de Jesus e um intrépido pregador do Evangelho. Como a graça de Deus
age no coração e na vida das pessoas, Paulo que antes queria destruir a
mensagem de Jesus matando os que acreditavam em sua Palavra, se tornará alguém
que não consegue mais viver sem proclamar em todos os momentos e para todas as
pessoas o Evangelho da Salvação.
Paulo é chamado
de Apóstolo das Nações, e a ele são atribuídas 13 cartas no Novo
Testamento, cartas onde ele procurava animar os cristãos das comunidades
nascentes, levando-os a perseverar na vivência do Evangelho e na fé em Cristo,
mesmo diante das perseguições: “Quem vai nos separar do amor de Cristo?” (Rom 8,35).
São Paulo vai dizer que foi alcançado por Deus (Fl 3,12), pois não existem
limites para a ação do amor misericordioso de Deus no coração da pessoa. Em 1Cor 15, 8, Paulo
vai afirmar: “Eu vi o Senhor”, isso mostra que em sua conversão ele
experimentou o Cristo Ressuscitado, a semelhança de Madalena (Jo 20,14) e
de Tomé (Jo,20-28)
e de outros apóstolos que viram o Senhor.
Por isso,
celebrar a Conversão de São Paulo é celebrar o chamado que Jesus faz a todos
nós de, no encontro com Ele, mudar a direção da vida, fazendo do Evangelho a
Palavra que ilumina todas as nossas escolhas.
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