Sejam testemunhas de humanidade
"A cultura
do descarte, muito atual hoje, é uma cultura anônima, sem laços e rostos",
disse o Papa.
Cidade do
Vaticano - O Papa Francisco recebeu, em audiência, neste sábado (27/01), na
Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de sete mil membros da Cruz Vermelha
Italiana.
“A cultura do
descarte” causa um número indefinido de invisíveis, aprisionados “na
indiferença”. Segundo Francisco, o trabalho realizado pelos membros da Cruz
Vermelha recorda a figura evangélica do Bom Samaritano e gera esperança para o
futuro do ser humano. Homens e mulheres que são verdadeiros profetas, capazes
de “despertar o mundo indiferente”.
“A sua presença
junto aos migrantes é um sinal profético, necessário em nosso tempo.”
"Eu disse a
palavra ‘sinal profético’: o profeta, para dizer numa linguagem que todos
entendam, é aquele que dá bofetadas com a sua maneira de viver, com o serviço
que faz e com as palavras. Dá verdadeiras bofetadas ao egoísmo social, ao
egoísmo das sociedades, e faz despertar o que tem de melhor no coração!”
Francisco
agradeceu aos membros da Cruz Vermelha Italiana pelo serviço prestado, pela
capacidade de reconhecer o rosto de crianças, idosos, homens e mulheres que a
cultura do descarte exclui “sem ouvir o seu clamor e perceber seus
sofrimentos”.
“A cultura do
descarte, muito atual hoje, é uma cultura anônima, sem laços e rostos. Ela
cuida somente de alguns, excluindo muitos outros.”
"Afirmar o
princípio de humanidade significa também ser promotores de uma mentalidade
arraigada no valor de cada ser humano, e de uma prática que coloque no cento da
vida social não os interesses econômicos, mas o cuidar das pessoas.”
Em seu discurso, o
Papa ressaltou que a associação trabalha segundo os princípios de humanidade,
de imparcialidade e neutralidade, inclinando-se de forma “amorosa e
desinteressada” sobre aqueles que estão em dificuldade, que são vítimas de
calamidades naturais ou dos migrantes, “durante o seu percurso árduo no mar”.
Esse critério de ação contrasta com a “tendência, muito difundida,
infelizmente, de distinguir quem merece atenção e socorro, de quem não seja
digno”.
O Papa recordou
que quem “olha os outros com os óculos da amizade e não com as lentes da
competição ou do conflito, torna-se construtor de um mundo mais vivível e
humano”.
Francisco
lembrou também de modo especial os membros da Cruz Vermelha que “no exercício
da missão de ajuda, doaram a vida” para socorrer quem precisava.
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Fonte: www.vaticannews.va/pt
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