Santa Maria Mãe de Deus conduz encontro com Filho Amado
Começamos o ano
civil com essa celebração de Santa Maria Mãe de Deus. O ano litúrgico já
começou com o Advento e a celebração do Natal. E começar o ano colocando-o nas
mãos de Maria, mãe de Deus e nossa mãe, parece ser um hábito muito bom, porque
quem melhor que uma mãe para cuidar os nossos passos, prevenir as nossas quedas
e estender uma mão quando de fato caímos? Foi isso que Maria fez por Jesus
esses anos todos que cuidou de sua educação. E é isso mesmo que ela faz conosco
durante toda a nossa vida: Ela cuida da nossa educação, da nossa criação como
filhos e filhas de Deus.
Maria foi para
Jesus o canal pelo qual ele conheceu a tradição do seu povo. Por ela conheceu
as escrituras, a maneira de se dirigir a Deus, a maneira de adorá-lo. Por meio
dessa educação na fé, Jesus foi crescendo em consciência de quem era e de sua
missão a ponto de que aos 12 anos pareceria ter as coisas já bem claras quando
foi encontrado na sinagoga com os mestres da Lei e ao chamar Deus de seu Pai.
O caso de Jesus
é único e não gostaria de me aventurar mais a descrever os meandros dessa
educação com medo de falar alguma coisa errada. Mas em linhas gerais, o que
Maria fez para Jesus, todas as mães estão chamadas a fazer pelos seus filhos. E
essa presença maternal é realmente fundamental em um mundo que parece se afastar
cada vez mais de Deus, esquecendo-se d'Ele, colocando-o em segundo planto. Na
Bíblia temos outros exemplos de famílias nas quais as mães e avós se
encarregaram de transmitir o núcleo da tradição de seu povo, como vemos em
Timóteo e sua avó Lóide.
Se muitas vezes
faltam mães que se preocupem com isso, Maria não vai deixar de preocupar nunca. Ela
é realmente nossa mãe espiritual e com seu estilo silencioso nos conduz a um
encontro cada vez mais pleno com seu Filho Jesus. Quando Ele estava sendo
crucificado, em suas últimas palavras, confia sua mãe a João (E em João à
humanidade inteira) e, ao mesmo tempo, confia João a Maria. Muitas vezes se
fala que a maternidade espiritual de Maria é como o testamento de Jesus para a
humanidade. João acolheu Maria em sua casa desde esse momento. O que significa
dizer que também a acolheu interiormente, como algo precioso. Se não podemos
mais abrigar Maria fisicamente, espiritualmente ainda podemos acolhê-la como
nossa Mãe, como nossa intercessora.
Alguns têm medo
de que Maria pode tirar espaço de Jesus. Isso não pode estar mais longe da
realidade. O que acontece de fato é que quanto mais olhamos para Maria, mais
vemos que ela nos aponta para seu Filho Jesus. O olhar nunca termina nela,
sempre se eleva a Deus. Vemos isso de maneira belíssima quando Isabel a chama
Mãe de meu Senhor e ela, longe de se envaidecer, proclama o Magnificat, hino de
grandíssima humildade que acolhe o cumprimento de Isabel e o eleva a Deus.
Não tenhamos
medo de colocar-nos totalmente nos braços de Maria nesse ano novo que vai
começar. Ela como mãe que é saberá nos conduzir nesse novo tempo pelos caminhos
de Deus. Caminhos esses que muitas vezes são inesperados porque não conseguimos
enxergar com clareza os desígnios de Deus, mas que confiamos ser o melhor dos
caminhos para uma vida santa, feliz e que aponte para o destino final que é o
encontro pleno com Deus no céu.
Ir. João Antônio JohasLeigo consagrado do Sodalício de Vida Cristã. Estudante de filosofia em vistas do sacerdócio.
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Fonte: www.a12.com
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