domingo, 7 de janeiro de 2018

Papa batiza 34 crianças:

Sem a linguagem do amor não se transmite a fé aos filhos
A Igreja celebra este domingo a festa do Batismo do Senhor, que encerra o tempo do Natal. O rito tradicional presidido pelo Papa na Capela Sistina recorda o Batismo de Jesus nas águas do Rio Jordão.
Cidade do Vaticano A transmissão da fé pode ser feita somente em dialeto. A missão de vocês é transmitir a fé, mas com o dialeto do amor de casa, da família. Foi o que disse o Papa Francisco na Missa este domingo (07/01), festa do Batismo do Senhor, realizada na Capela Sistina, dirigindo-se aos pais das 34 crianças batizadas durante a celebração, 18 meninas e 16 meninos.
Ao trazerem seus filhos para o Batismo vocês dão o primeiro passo para aquela missão que têm, a tarefa da transmissão da fé, ressaltou o Santo Padre no início da homilia da missa, acrescentando que precisamos do Espírito Santo para transmitir a fé, “sozinhos não podemos”, destacou.
O Espírito Santo habitará no coração de seus filhos
Poder transmitir a fé é uma graça do Espírito Santo, “e é por isso que vocês trazem aqui seus filhos, para que recebam o Espirito Santo, recebam a Trindade – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – que habitará no coração deles.
Insistindo sobre essa tarefa dos pais e o importante papel que eles têm na educação religiosa dos filhos, o Papa afirmou querer dizer-lhes uma só coisa:
“A transmissão da fé somente pode ser feita em dialeto, no dialeto da família, no dialeto de papai e mamãe, do avô e da avó. Depois virão os catequistas para desenvolver essa primeira transmissão, com ideias, com explicações, mas não se esqueçam disso: se faz em dialeto, e se falta o dialeto, se em casa não se fala entre os pais aquela linguagem do amor, a transmissão não é fácil, não poderá se feita.”
Francisco ressaltou que também as crianças têm seu dialeto, que nos faz bem ouvi-lo. Agora todas estão caladas, mas basta que uma dê o tom e a orquestra prossegue! O dialeto das crianças, frisou em tom descontraído.
Digam a Jesus aquilo que vem em seus corações
“Jesus nos aconselha a ser como elas, a falar como elas. Não podemos esquecer essa linguagem das crianças, que falam como podem, mas é a linguagem da qual Jesus gosta muito e em suas orações sejam simples como elas, digam a Jesus aquilo que vem em seus corações como elas fazem.”
O dialeto dos pais que é o amor para transmitir a fé e o dialeto das crianças, que deve ser acolhido pelos pais para crescer na fé, reiterou. Por fim, o Pontífice exortou as mães a, sem temor, amamentarem seus filhos se estes dessem sinal de fome ao longo da celebração, também esta linguagem é uma linguagem de amor, concluiu.
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Papa no Angelus:
Compreender o dom do batismo e comprometer-se a vivê-lo com coerência
“Como em Belém, também às margens do Jordão Deus mantém a promessa de assumir a sorte do ser humano, e Jesus é o Sinal tangível e definitivo disso. Ele assumiu todos nós, assume todos nós, na vida, a cada dia”, disse Francisco.
Cidade do VaticanoO Espírito Santo é o artífice do batismo de Jesus e também do nosso batismo. Ele nos abre os olhos do coração para a verdade, toda a verdade. Impele a nossa vida no caminho da caridade. Ele é o dom que o Pai fez a cada um de nós no dia do nosso batismo.
Foi o que ressaltou o Papa, ao meio-dia (07/01), no primeiro Angelus dominical deste ano, ocasião em que a Igreja celebra a festa do Batismo do Senhor. Recordando que esta celebração conclui o tempo do Natal, destacou que a mesma nos convida a pensar no nosso batismo.
Lembrando que o batismo feito por João Batista era um batismo de penitência – que expressava o desejo de purificação dos pecados –, ressaltou a grande humildade de Jesus que, não tendo pecado, faz-se batizar.
“Assim fazendo, Ele manifestou aquilo que celebramos no Natal: a disponibilidade de Jesus de imergir-se no rio da humanidade, a tomar sobre si as faltas e as fraquezas dos homens, a partilhar seu desejo de libertação e de superação de tudo aquilo que distancia de Deus e torna os irmãos estranhos.”
“Como em Belém, também às margens do Jordão Deus mantém a promessa de assumir a sorte do ser humano, e Jesus é o Sinal tangível e definitivo disso. Ele assumiu todos nós, assume todos nós, na vida, a cada dia”, acrescentou Francisco.
Dito isso, o Pontífice ressaltou a descida do Espírito Santo sobre Jesus no seu batismo para dar-lhe a força para a sua missão no mundo. “Ele, o Espírito, nos transmite a ternura do perdão divino”, frisou.
O Papa lembrou também que o Batismo de Jesus nos convida a recordar o nosso batismo. A este ponto, Francisco perguntou aos presentes reunidos na Praça São Pedro se sabiam a data do próprio batismo, convidando-os a tê-la na memória porque é uma data de festa, “é a data na qual o Pai nos deu o Espírito Santo que nos impele a caminhar, é a data do grande perdão”. E exortou cada um a não se esquecer, perguntando a si próprio: “qual a data do meu batismo?”
“Invoquemos a proteção materna de Maria Santíssima, a fim de que todos os cristãos possam compreender sempre mais o dom do Batismo e se comprometam a vivê-lo com coerência, testemunhando o amor do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”
Francisco concluiu ressaltando ter tido pouco antes, na festa do Batismo do Senhor, a alegria de batizar algumas crianças, 34 ao todo, invocando para elas e para todas as demais recentemente batizadas a proteção materna da Mãe de Deus, “a fim de que, ajudadas pelo exemplo de seus pais, padrinhos e madrinhas, cresçam como discípulos do Senhor.”
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