Corrupto leva vida dupla
Com a firmeza de
pastor vigilante, o Papa Francisco condena a corrupção como um grave pecado
contra a lei de Deus e dos homens. Diz o Papa que “o corrupto finge ser
cristão, mas não se arrepende. O corrupto lamenta a pouca segurança nas ruas,
depois evade impostos enganando o Estado. O corrupto leva vida dupla. Não
conhece humildade e não sente a necessidade de ajuda. Corrupção é pecado que se
tornou um meio de vida, um sistema. O corrupto esconde aquilo que considera o
seu verdadeiro tesouro, aquilo que o torna escravo, mas disfarça o seu vício
com a boa educação, arranjando sempre uma forma de salvar as boas aparências”.
A descrição do
Papa não poderia ser mais realista. Corrupção torna-se um projeto criminoso
para se manter no poder. Se perguntarmos sobre as causas do atraso do País, as
respostas apontam para o fato da corrupção. Quem vota enganado, em político
corrupto, vota no atraso. Corrupto tem projetos estruturantes. Seu único
interesse é se locupletar com o erário. Corrupto não possui outro projeto que o
superfaturamento de obras improvisadas e de políticas de compensação. Em vez de
garantir os recursos a serem investidos prioritariamente em políticas
estruturantes, os corruptos jogam migalhas do que evadem do dinheiro público
para programas sociais compensatórios, que não promovem a inclusão social.
Apenas contentam um povo apenado, acostumado a depender das suas falácias e
aparências.
Corruptos sabem
como fazer funcionar esquemas de aparelhamentos, valendo o conhecido jargão:
“aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. Políticos competentes, honestos,
apresentam projetos e planejamentos estratégicos, com base nas principais
demandas da população. Corruptos não apresentam nada, além de se manter no
cargo, pensando nas próximas eleições. Para além da indignação, o Ministério
Público Federal, apoiado pela OAB, entidades da sociedade civil, Igrejas, etc.,
promove uma coleta de assinaturas propondo um projeto de lei de iniciativa
popular, concretizado em “10 medidas contra a corrupção”. Saiba mais em www.10medidas.mpf.mp.br.
Os programas
sociais deveriam direcionar-se à inclusão das camadas empobrecidas da
população. Somente através da profissionalização os empobrecidos libertar-se-ão
do atraso, da dependência e das formas mais humilhantes que os obrigam a viver
de favores, enquanto deveriam ter direito pleno à educação e saúde pública, bem
como aos direitos fundamentais, embora garantidos na Constituição, mas
descumpridos por falta de infraestrutura para vigorar.
Dom Aldo Pagotto - Arcebispo da Paraíba
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Fonte: cnbb.org.br
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