Papa pede que políticos corruptos se convertam
Cidade do
Vaticano (RV) – Cerca de 20 mil fiéis participaram esta quarta-feira (24/02) da
Audiência Geral com o Papa Francisco.
Ao fazer seu
ingresso na Praça São Pedro a bordo do papamóvel, o Pontífice cumprimentou com
afeto os peregrinos, entre eles inúmeros brasileiros.
Em sua
catequese, Francisco deu sequência ao ciclo sobre o Jubileu, falando desta vez
da misericórdia na Sagrada Escritura.
Jesus Cristo nos dá a verdadeira vida |
Em vários
trechos, explicou, se fala de poderosos e reis, homens que estão “no alto”. A
riqueza e o poder são realidades que podem ser boas e úteis ao bem comum se
colocadas a serviço dos pobres e de todos. Mas com frequência, quando vividos como
privilégio, com egoísmo e prepotência, se transformam em instrumentos de
corrupção e morte. E o Papa citou como exemplo o episódio descrito no Livro dos
Reis, da vinha de Nabot.
No capítulo 21,
o Rei de Israel, Acab, quer comprar a vinha de um homem, Nabot, que fica ao
lado do palácio real. Diante da rejeição de Nabot de vender sua propriedade, a
mulher do Rei, Jezabel, elabora um plano para eliminar Nabot, transformando o
poder real em arrogância e domínio.
“E essa não é
uma história de outros tempos. É uma história atual, dos poderosos que, para
ter mais dinheiro, exploram os pobres, exploram as pessoas. É a história do
tráfico de pessoas, do trabalho escravo, das pessoas que trabalham na
informalidade, com o mínimo, para enriquecer os poderosos. É a história dos
políticos corruptos, que querem sempre mais e mais.”
“Eis até onde
leva o exercício de uma autoridade sem respeito pela vida, sem justiça e
misericórdia. Eis até onde leva a sede de poder: transforma-se numa cobiça que
nunca se sacia”, acrescentou o Papa.
Contudo, Deus é
maior do que a maldade e o jogo sujo feito pelos seres humanos. Na sua
misericórdia, Deus envia o profeta Elias para ajudar Acab a se converter. O Rei
entende o seu erro e pede perdão. “Que bonito seria se os poderosos e os exploradores
de hoje fizessem o mesmo.”
O Senhor, por
sua vez, aceita o arrependimento do Rei, mas um inocente foi morto e a culpa
cometida terá consequências inevitáveis. De fato, o mal realizado deixa seus
rastros dolorosos, e a história dos homens carrega as feridas.
Neste caso,
prosseguiu Francisco, a misericórdia mostra o caminho a ser percorrido:
“Ela pode sanar
as feridas e mudar a história. Mas abra o seu coração à misericórdia. A
misericórdia divina é mais forte do que o pecado dos homens, este é o exemplo
de Acab. Nós conhecemos o poder de Deus quando nos recordamos da vinda do seu
Filho, que se fez homem para destruir o mal com o seu perdão. Jesus Cristo é o
verdadeiro rei, mas o seu poder é completamente diferente. O seu trono é a
cruz. Ele não mata. Pelo contrário, dá a vida.” (BF)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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