Nenhuma condenação à morte seja executada neste Ano Santo da Misericórdia
Cidade do
Vaticano (RV) - O Jubileu extraordinário da Misericórdia é uma ocasião
oportuna para promover no mundo formas mais maduras de respeito da vida e da
dignidade de toda pessoa. Foi o que disse o Papa no Angelus deste II Domingo da
Quaresma (21/02), no qual a liturgia da Igreja nos apresenta o Evangelho da
Transfiguração.
Referindo-se ao
Congresso internacional que se realizará esta segunda-feira em Roma intitulado
“Por um mundo sem a pena de morte”, o Santo Padre fez um veemente apelo em
favor da abolição da pena capital.
O mandamento
"não matar" tem valor absoluto
“Efetivamente,
as sociedades modernas têm a possibilidade de reprimir eficazmente o crime sem
tirar definitivamente a quem o cometeu a possibilidade de redimir-se. O
problema deve ser enquadrado na ótica de uma justiça penal que seja sempre mais
conforme à dignidade do homem e ao desígnio de Deus sobre o homem e sobre a
sociedade e também a uma justiça penal aberta à esperança da reinserção na
sociedade. O mandamento “não matar” tem valor absoluto e diz respeito tanto ao
inocente quanto ao culpado.”
O direito à vida é inviolável |
Mesmo o
criminoso mantém inviolável o direito à vida, dom de Deus, frisou o Papa
dirigindo-se em seguida aos governantes:
“Faço um apelo à
consciência dos governantes, a fim de que se chegue a um consenso internacional
em prol da abolição da pena de morte. E proponho àqueles que entre estes são
católicos que realizem um gesto corajoso e exemplar: que nenhuma condenação
seja executada neste Ano Santo da Misericórdia.”
Em seguida, o
Papa Francisco fez uma exortação não somente aos cristãos, mas também a todos
os homens de boa vontade: “Todos os cristãos e os homens de boa vontade são
hoje chamados a trabalhar não somente pela abolição da pena de morte, mas
também a fim de melhorar as condições carcerárias, no respeito pela dignidade
humana das pessoas privadas da liberdade.”
Viagem ao
México: experiência de transfiguração
Na alocução que
precedeu a oração mariana, atendo-se à liturgia deste domingo na qual nos é
apresentado o Evangelho da Transfiguração, o Santo Padre lembrou a sua recente
viagem apostólica ao México dizendo ter sido uma experiência de transfiguração:
“A viagem
apostólica que realizei nos dias passados ao México foi uma experiência de
transfiguração. Como assim? Porque o Senhor mostrou-nos a luz da sua glória
através do corpo da sua Igreja, do seu Povo santo que vive naquela terra. Um
corpo muitas vezes feridos, um Povo muitas vezes oprimido, desprezado, violado em
sua dignidade. Efetivamente, os vários encontros vividos no México foram
repletos de luz: a luz da fé que transfigura os rostos e ilumina o caminho.”
Francisco
explicou que o “baricentro” espiritual desta sua peregrinação foi o Santuário
de Nossa Senhora de Guadalupe.
“Permanecer em
silêncio diante da imagem de Mãe era aquilo a que propunha por primeiro. E
agradeço a Deus por ter-me concedido. Contemplei e deixei que me olhasse Aquela
que traz impressos em seus olhos os olhares de todos os seus filhos, e recolhe
as dores pelas violências, os sequestros, os assassinatos, os vilipêndios em
detrimento de tanta gente pobre, de tantas mulheres.”
Guadalupe:
Santuário mariano mais visitado do mundo
O Papa ressaltou
que Guadalupe é o Santuário mariano mais visitado do mundo e que de todo o
Continente americano “vão ali rezar onde a Virgem Morenita se
apresentou ao índio São Juan Diego, dando início à evangelização do continente
e à sua nova civilização, fruto do encontro entre diferentes culturas”.
E esta é
propriamente a herança que o Senhor entregou ao México, ressaltou o Santo
Padre:
“Proteger a
riqueza da diversidade e, ao mesmo tempo, manifestar a harmonia da fé comum,
uma fé sincera e robusta, acompanhada de uma grande carga de vitalidade e de
humanidade.”
Encontro entre
Francisco e Kirill: evento é luz profética de Ressurreição
Aludindo à
viagem de ida ao México, o Pontífice acenou também o encontro ocorrido em Cuba
entre ele e o Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Kirill, em encontro
pelo qual disse elevar um louvor especial à Santíssima Trindade.
“Um encontro
muito desejado também por meus Predecessores. Também esse evento é uma luz
profética de Ressurreição, da qual hoje o mundo precisa mais do que nunca. A
Santa Mãe de Deus continue a guiar-nos no caminho da unidade. Rezemos a Nossa
Senhora de Kazan, da qual o Patriarca kirill me presentou um ícone.”
Por fim, o Papa
presentou mais uma vez, aos que estavam na Praça São Pedro, a “medicina
espiritual” chamada Misericordinha: uma caixinha que contém a coroa do Terço e
imagem de Jesus Misericordioso. Francisco concedeu a todos a sua Bênção
apostólica, desejou um bom domingo, bom almoço e pediu que rezassem por ele.
(RL)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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