Rejeitem a desonestidade
Cidade do
Vaticano (RV) – A pessoa está acima do mercado: foi o que recordou Francisco
aos empresários que viveram este sábado (27/02), no Vaticano, o seu Jubileu da
Misericórdia.
Sejam artífices de um novo "humanismo do trabalho"! |
O Papa recebeu
na Sala Paulo VI cerca de sete mil membros da Confederação da Indústria
Italiana (Confindustria). A eles, o Pontífice desenvolveu o seu discurso em
torno do slogan escolhido pela Confederação: “fazer juntos”.
“Fazer juntos
significa investir em projetos que saibam envolver pessoas muitas vezes
esquecidas e ignoradas”, disse o Papa, citando de modo especial os jovens, que
sofrem com o desemprego, e os idosos, descartados como improdutivos.
Homem no centro
da empresa
“No centro de
cada empresa, afirmou Francisco, deve estar o homem: não aquele abstrato,
ideal, teórico, mas aquele concreto, com os seus sonhos, as suas necessidades,
as suas esperanças e as suas fadigas.”
Esta atenção à
pessoa concreta, acrescentou, comporta uma série de escolhas importantes, como
trabalhar para que o emprego crie mais emprego, tirando mães e pais da angústia
de não poder oferecer um futuro aos próprios filhos.
Humanismo do
trabalho
Para que o
“fazer juntos” não seja somente um slogan, os empresários são chamados a fazer
passos corajosos diante de tantas barreiras da injustiça, da solidão e da
desconfiança. Citando sua Encíclica Laudato Si, Francisco recordou que os
empresários não devem somente produzir riquezas, mas devem ser construtores do
bem comum e artífices de um novo “humanismo do trabalho”.
Evitar atalhos
Para isso, o
Papa os convida a evitar atalhos, como favoritismos, desvios perigosos da
desonestidade e compromissos fáceis. O caminho é a justiça e a lei suprema
é a atenção à dignidade do outro, “valor absoluto”. Isso levará a rejeitar
categoricamente que a dignidade da pessoa seja espezinhada em nome de exigências
produtivas, que escondem miopias individualistas, tristes egoísmos e sede de
lucro.
Francisco então
concluiu: “Que o bem comum seja a bússola que orienta a atividade produtiva,
para que cresça uma economia de todos e para todos. Isso é possível desde que a
simples proclamação da liberdade econômica não prevaleça sobre a concreta
liberdade do homem e sobre os seus direitos, que o mercado não seja um
absoluto, mas honre as exigências da justiça e, em última análise, da dignidade
da pessoa. Porque não há liberdade sem justiça e não há justiça sem o
respeito da dignidade de cada um”. (BF)
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Fonte: radiovaticana.va
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