"Quem esquece o perdão, esquece Deus"
“Os capuchinos
receberam do Senhor o dom de perdoar – reconheceu o Pontífice. Em meio a vocês,
há muitos bons confessores, porque se sentem pecadores e rezam: sabem perdoar
porque sabem rezar. O humilde é um
grande confessor, quem se sente puro só sabe condenar”.
Não machucar o
fiel
O perdão é um carinho de Deus |
A seguir, o Papa
exortou os frades capuchinhos: “Sejam homens de perdão, de reconciliação e de
paz”; e recordou: “Existem muitas linguagens: a linguagem da palavra, e a
linguagem dos gestos. Quem se aproxima do confessionário, faz já um gesto que
expressa o desejo de mudar, de ser uma pessoa diferente”.
Humildade para
perdoar
“Por isso,
recomendou Francisco, coração aberto! O perdão é uma semente, um carinho de
Deus. Quem não é um grande perdoador, é um grande condenador. E quem é, na
Bíblia, o grande acusador? O diabo... Então, digo a todos vocês, sacerdotes:
quem não quer perdoar seja humilde e não vá confessar os fiéis”. (CM)
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Papa a Missionários da Misericórdia:
Papa a Missionários da Misericórdia:
Pecadores sintam que a Igreja é mãe
Os confessores cubram os pecadores “com o manto da
misericórdia”: foi a bela imagem que o Santo Padre usou na audiência na tarde
desta terça-feira (09/16), no Vaticano, falando aos sacerdotes Missionários da
Misericórdia, para expressar a disposição de ânimo e espírito e o coração
indulgente com os quais deverão perdoar os fiéis arrependidos.
O Papa Francisco
ressaltou que os confessores são “chamados a expressar a maternidade da Igreja”
e reiterou que “não é preciso a clave do juízo” para reconduzir a ovelha
perdida ao rebanho, mas o testemunho e a santidade de vida.
Ser Missionários
da Misericórdia “exige de vocês que sejam em primeira pessoa testemunhas da
proximidade de Deus e de seu modo de amar”. O Pontífice ressaltou o significado
deste “sinal de relevância especial” do Jubileu. Ofereceu algumas reflexões
sobre o mandato, a fim de que “possa ser realizado de modo coerente e como uma
ajuda concreta” para as pessoas que ales recorrerem.
Missionários acolhem o Papa |
Em primeiro
lugar, disse, “quero recordar-lhes de que neste ministério vocês são chamados a
expressar a maternidade da Igreja”:
“Não podemos
correr o risco de um penitente não perceber a presença materna da Igreja que o
acolhe e ama-o. Se faltasse essa percepção, por causa da nossa rigidez, seria
um dano grave em primeiro lugar para a própria fé, porque impediria ao
penitente ver-se inserido no Corpo de Cristo.”
“Somos chamados
a ser expressão viva da Igreja que, como mãe, acolhe quem quer que a ela
recorra”, disse o Papa.
“Entrando no
confessionário, recordemo-nos sempre que é Cristo que acolhe, é Cristo que
ouve, é Cristo que perdoa, é Cristo que dá a paz”:
“Somos seus
ministros, e por primeiro precisamos sempre ser perdoados por Ele. Portanto,
qualquer que seja o pecado confessado – ou que a pessoa não ousa dizer, mas faz
entender, é suficiente –, todo missionário é chamado a recordar a própria
existência de pecador e a colocar-se humildemente como canal da misericórdia de
Deus.”
Francisco
recordou a sua Confissão de 21 de setembro de 1953, quando era garoto, uma
fonte de alegria que norteou toda a sua vida para Deus. Em seguida, o Pontífice
encorajou os Missionários da Misericórdia a “saber olhar para o desejo de
perdão presente no coração do penitente”. Um coração, afirmou, que sente “a
saudade de Deus, de seu amor e da sua casa”. É propriamente este desejo que se
coloca “no início da conversão”:
“O coração se
volta para Deus reconhecendo o mal praticado, mas com a esperança de alcançar o
perdão. E esse desejo se reforça quando no próprio coração se decide mudar de
vida e não mais querer pecar. É o momento em que a pessoa se confia à
misericórdia de Deus, e tem confiança plena de ser por Ele compreendido,
perdoado e ajudado.”
Francisco pediu
aos Missionários da Misericórdia que deem “grande espaço a este desejo de Deus
e de seu perdão”, que façam-no emergir como expressão verdadeira da graça do
Espírito que provoca à conversão do coração”. Por vezes, disse, o penitente tem
medo de contar o pecado, mas existe a linguagem dos gestos: “os braços abertos”
em busca do perdão:
“Se alguém vai
até você e você sente que esta pessoa tem algo de que precisa livrar-se, mas
talvez não consegue dizer, mas você entende... Tudo bem, faça-o entender que
você compreende, acene com um gesto para que venha.”
Em seguida,
deteve-se sobre a “vergonha”, componente determinante para a conversão:
“vergonha tanto por aquilo que foi feito, quanto por ter que confessar a outra
pessoa”:
“A vergonha é um
sentimento íntimo que incide na vida pessoal e requer da parte do confessor uma
atitude de respeito e de encorajamento”:
Francisco
recordou que na Bíblia se fala de vergonha, a de Adão e Eva e a de Noé quando
se embriagou e a sua nudez foi coberta pelos próprios filhos para que voltasse
à dignidade de pai. Daí, a referência ao papel do sacerdote na confissão:
“Diante de nós
há uma pessoa ‘despida’ e também uma pessoa que não sabe falar e não sabe o que
dizer, com a sua fragilidade e seus limites, com a vergonha de ser um pecador e
tantas vezes não poder dizer isso. Não nos esqueçamos: diante de nós está o pecado,
mas o pecador arrependido, o pecador que ‘gostaria que não gostaria de ser
assim’, mas não pode. Uma pessoa que sente o desejo de ser acolhida e
perdoada.”
Por isso,
prosseguiu, “não somos chamados a julgar, com um sentido de superioridade, como
se fôssemos imunes do pecado”. Não é “com a clava do juízo que conseguiremos
reconduzir a ovelha perdida ao rebanho, mas com a santidade de vida que é
princípio de renovação e de reforma na Igreja”.
“Ser confessor
segundo o coração de Cristo equivale a cobrir o pecador com o manto da
misericórdia, para que não mais se envergonhe e possa recuperar a alegria da
sua dignidade filial e também possa saber onde se encontra.” (RL)
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Perfil do
missionário da misericórdia
Trata-se de
sacerdotes indicados por várias dioceses do mundo por suas capacidades
pastorais, espirituais e de escuta. A eles, o Papa confiará a missão de serem
anunciadores do Ano Santo em suas igrejas, um período para encontrar e
experimentar a misericórdia de Deus. Os requisitos são: ser confessor humilde e
sábio, capaz de perdoar a quem se aproxima deste sacramento.
Assim escreve
Francisco na Bula de convocação do Jubileu: os missionários “serão um sinal da
solicitude materna da Igreja pelo povo de Deus, para que entre em profundidade
na riqueza deste mistério tão fundamental para a fé”.
“Serão,
sobretudo, sinal vivo de como o Pai acolhe a todos aqueles que andam à procura
do seu perdão. Serão missionários da misericórdia, porque se farão, junto de
todos, artífices de um encontro cheio de humanidade, fonte de libertação, rico
de responsabilidade para superar os obstáculos e retomar a vida nova do
Batismo.”
Sejam sinais vivos da misericórdia |
Francisco pede
aos bispos que convidem e acolham estes missionários, para que sejam, antes de
tudo, pregadores convincentes da misericórdia. O Pontífice pede ainda que as
dioceses organizem “missões populares”, de modo que estes missionários sejam
anunciadores da alegria do perdão.
Aborto e pecados
reservados à Sé Apostólica
A todos os
sacerdotes, o Papa concedeu para este Ano Jubilar a faculdade de absolver do
pecado do aborto. Aos missionários da misericórdia, deu a autoridade de perdoar
também os pecados que são reservados à Sé Apostólica.
São cinco, de
acordo com o Direito Canônico: a profanação das espécies consagradas, a
violência física contra o Papa, a ordenação episcopal sem o mandato pontifício,
a tentativa de absolvição do cúmplice num pecado contra o sexto mandamento (não
cometer adultério) e a violação direta do segredo da confissão.
Os missionários
são mais de 1 mil e provêm de todos os continentes, inclusive de regiões de
especial significado, como China, Líbano, Emirados Árabes Unidos e Egito.
Transmissão da
RV
O envio dos
missionários da misericórdia será feito na Quarta-feira de Cinzas, durante a
missa que Francisco presidirá à tarde, na Basílica Vaticana, às 16h55 locais
(13h55 no horário de Brasília), com transmissão ao vivo da Rádio Vaticano e comentários em
português. (BF)
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Dicastérios da Cúria,
um dos temas da reunião do C9 concluída hoje
Concluiu-se no Vaticano na manhã desta terça-feira a 13ª
reunião do Conselho dos Cardeais (C9) que coadjuvam o Santo Padre no governo da
Igreja e estudam a reforma da Cúria. Francisco participou de todo o encontro
que durou um dia e meio. Por motivo de saúde, esteve ausente o Cardeal indiano
Oswald Graciais, o que era previsto desde dezembro. Os membros do Conselho
participaram na Basílica de São Pedro, no início desta manhã, da missa
presidida pelo Papa Francisco para os Freis Capuchinhos.
Sinodalidade
Igreja em constante renovação |
Como previsto na
reunião anterior, realizada em dezembro, foi aprofundado o Discurso do Santo
Padre proferido em 17 de outubro passado, por ocasião do 50º aniversário do
Sínodo dos Bispos, no qual o Pontífice desenvolveu amplamente o tema da
sinodalidade, recordando ao mesmo tempo “a necessidade de se proceder uma
saudável descentralização”. O discurso, neste sentido, passou a constituir uma
referência importante para o trabalho da reforma da Cúria.
Novos
dicastérios
No presente
encontro foi realizada a “leitura final” das propostas do Conselho sobre a
criação dos dois novos dicastérios, tema tratado na reunião precedente:
“Leigos, família e vida” e “Justiça, paz, migrações”. As propostas foram
finalizadas e apresentadas ao Santo Padre, que dará a palavra final. Também
foram feitas considerações e propostas sobre outros dois Dicastérios: a
Secretaria de Estado e o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. O tema
terá ulteriores aprofundamentos.
Comissão para
Menores
O Card. Sean
O’Malley, por sua vez, fez uma explanação sobre as atividades da Comissão
para a Proteção de Menores, que esteve reunida nestes dias no Vaticano. Como o
tema envolve questões jurídico-disciplinares e competência de Dicastérios da
Cúria, foi ressaltada a necessidade de ulteriores aprofundamentos. O tema não
se esgota no âmbito das considerações dos nove Cardeais, visto a necessidade de
aprofundamentos com especialistas e diversas instituições envolvidas.
Atividades
econômicas
Já o Cardeal
Pell informou sobre o andamento das reformas no campo econômico, dos novos
organismos e das instituições que atuam neste campo, explicando as novidades
introduzidas e o trabalho sobre os procedimentos para os balanços.
Nulidade
matrimonial
Um último ponto
tratado pelos Cardeais foi a respeito das informações recebidas sobre os
elementos que o Tribunal da Rota Romana está enviando às dioceses para
assisti-las na implementação da reforma sobre o processo matrimonial, sobre a
validade matrimonial. (JE)
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