Papa Francisco:
"A verdadeira justiça é o perdão"
Cidade do
Vaticano (RV) – Na audiência geral desta quarta-feira (03/02) o Papa prosseguiu
o ciclo de catequeses que vem realizando sobre o tema da misericórdia e
aprofundou a sua relação com a justiça. Como conciliar as duas coisas?
questionou aos mais de 15 mil fiéis e turistas presentes na Praça São Pedro.
Justiça no
tribunal corrige, mas não vence o mal
O primeiro modo
de se obter justiça é dirigir-se a um juiz para que o culpado por um certo erro
seja punido. Esta é a justiça ‘retributiva’, que impõe uma pena ao culpado.
Hoje, as vítimas de injustiça se dirigem aos tribunais. No Evangelho, Lucas
narra a parábola da viúva que ia sempre ao juiz pedir ‘justiça’ contra seu
adversário.
O coração de Deus abre-se aos horizontes infinitos da misericórdia |
O Papa, no
entanto, apontou uma outra estrada: a sugerida na Bíblia. Neste caso, a vítima
não vai ao tribunal, mas se dirige diretamente ao culpado e o convida a
converter-se. Ajuda-o a entender que está fazendo mal. Assim, este reconhece o
próprio erro e se abre ao perdão que a vítima lhe oferece. É o modo melhor para
resolver contrastes nas famílias, no relacionamento entre pais e filhos e entre
esposos, quando o ofendido ama o culpado e deseja salvar a relação que os une,
e não rompê-la.
O caminho do
perdão é fadigoso
Francisco
admitiu que este caminho é difícil, pois requer que quem sofreu esteja pronto a
perdoar e deseje a salvação e o bem de quem o ofendeu. “Só assim a justiça pode
triunfar, pois quando o culpado reconhece o mal que fez e para de fazê-lo,
deixa de ser injusto e se torna justo e, perdoado, reencontra o caminho do
bem”.
É assim que Deus
age conosco, pecadores, oferecendo continuamente seu perdão, porque ele quer a
nossa salvação. O coração de Deus é um coração de Pai que ama e quer que seus
filhos vivam no bem e na justiça, felizes e em plenitude. É um coração que vai
além do nosso pequeno conceito de justiça, abrindo-nos aos horizontes infinitos
da sua misericórdia.
“É um coração de
Pai que nós queremos encontrar quando vamos ao Confessionário. Nós queremos
encontrar um Pai que nos ajude a mudar de vida, que nos dê a força de ir
avante, que nos perdoe em nome de Deus. Por isso, ser confessor é uma grande
responsabilidade, enorme. O filho ou a filha de Deus que vai até um padre está
procurando um Pai, e você, que está ali no Confessionário, está no lugar do Pai
que fez justiça com a sua misericórdia”.
Espetáculo de
artistas circenses
No final do
encontro, o um grupo de artistas do ‘American Circus’ fez uma breve exibição
musical, muito apreciada pelo Pontífice. Francisco elogiou os circenses por sua
constância no treinamento, que deve servir de exemplo para todos.
“Vocês fazem
beleza e ela sempre nos aproxima de Deus. Agradeço vocês por isso, mas há outra
coisa que gostaria de destacar: isto não se improvisa; por detrás deste espetáculo
de beleza há horas e horas de treinamento, fadigoso. Mas o Apóstolo Paulo nos
diz que para se chegar a um fim é preciso treinar, para vencer é preciso
treinar e isto é um exemplo para todos nós, porque a sedução da vida fácil, sem
esforço, é uma tentação; e vocês, com o que fizeram hoje, nos lembram que a
vida sem esforço é uma vida medíocre. Agradeço por seu exemplo”. (CM)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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