domingo, 8 de novembro de 2015

Reflexão para seu domingo

Generosidade
                    Não fosse a generosidade do amor de Deus, o ser humano não teria futuro na terra.
Ninguém perde nada quando se abre para ajudar o semelhante. Ao contrário, ganha em dignidade, sabedoria e cidadania. O próprio Jesus ensina que sai lucrando quem é capaz de se sacrificar pelo bem do semelhante, até dando a vida, como Ele fez. Além de ter a recompensa em humanidade, tem a recompensa divina.
Dom Alberto Moura
No tempo do profeta Elias havia carestia entre o povo e uma viúva só tinha um restinho de mantimento para prover a si e seu filho. O homem de Deus lhe pediu comida. Ela falou a verdade de sua situação com pouca coisa para comer, não tendo provisão suficiente para sobreviver. No entanto, com a promessa da bênção divina feita por quem lhe pedia alimento, ela confiou e lhe deu o restinho de comida. Daquela hora em diante a Providência divina fez o milagre de não lhe faltar mais alimento (Cf. 1 Reis 17,10-16).
Não fosse a generosidade do amor de Deus, o ser humano não teria futuro na terra. Ele mandou seu Filho Jesus para nos ensinar a sermos solidários e misericordiosos com o semelhante (Cf. Hebreus 9,28). Apesar de tanta injustiça humana, há quem salve a população, como verdadeiro para-raio. Temos pessoas generosas, que dão de si pelo bem do semelhante. São incansáveis  em sua doação de tempo, de trabalho e condivisão do que possuem. Lutam por causas da justiça e da dignidade humanas. Unem-se a movimentos de promoção de políticas públicas para o serviço ao bem comum. São de participação positiva na vida da comunidade. Estão prontas para ajudar no quer for preciso. Usam dos próprios dons para servirem o próximo e as instituições de assistência e promoção humana, como fala o salmista (Cf. Salmo 145- ou 146). Na vida religiosa não se omitem em ajudar a evangelizar.
A generosidade não significa necessariamente em se dar grande quantidade de benefícios aos outros, mas sim em dar grande proporção do que se tem. Jesus elogiou a viúva pobre, que colocou no cofre do templo duas moedas, ou seja, tudo o que possuía, enquanto ricos colocaram muito, mas do que lhes sobrava (Cf. Marcos 12,41-44). Muitas vezes há quem é tido como benfeitor porque deu boa contribuição a outros ou até a obras de caridade, mas poderia dar muito mais. Outros dão pouco, mas isso foi fruto de grande sacrifício para si.
Precisamos educar muito as pessoas para o altruísmo, ou  seja, para uma convivência cidadã, em que se trabalhe para o bem do semelhante e de toda a sociedade, priorizando quem é mais carente de inclusão social. O Evangelho nos aponta a necessidade de olharmos o próximo com atitude do bom samaritano. Hoje há forte cultura da subjetividade, que faz muitos se fecharem para dentro de si mesmos, não cuidando do bem comum. Aliás, a solução para os problemas da humanidade está na abertura para a prática do serviço ao outro. Dessa forma, cada um vai pensar na melhor forma de cuidar da convivência justa, solidária e fraterna. Vai-se convencer de que somente teremos paz quando formos realmente comprometidos com o cuidado de todos. A prática da generosidade é o ingrediente indispensável para vivermos como pessoas de bom caráter e de amor ao semelhante.
              Dom José Alberto MouraArcebispo Metropolitano de Montes Claros
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