Papa:
Caminho da violência e do ódio
não resolve problemas da humanidade
não resolve problemas da humanidade
Cidade do
Vaticano (RV) - “Desejo expressar minha profunda dor pelos ataques terroristas
que na noite de sexta-feira ensanguentaram a França, causando numerosas
vítimas.”
No Angelus deste
domingo, ao meio-dia, o Papa Francisco expressou seu profundo pesar pelos
atentados em Paris, externando seus sentimentos ao presidente da República
Francesa e a todos os cidadãos, manifestando proximidade particular aos
familiares daqueles que perderam a vida e aos feridos.
“Diante de tais
atos, não se pode deixar de condenar a inqualificável afronta à dignidade da
pessoa humana. Quero reafirmar com veemência que o caminho da violência e do
ódio não resolve os problemas da humanidade e que utilizar o nome de Deus para
justificar esse caminho é uma blasfêmia!”
Francisco lembra a Beatificação do Pe. Victor de Três Pontas (MG) |
Francisco
convidou todos a se unirem a sua oração, confiando as vítimas indefesas dessa
tragédia à misericórdia de Deus. “A Virgem Maria, Mãe de misericórdia, suscite
nos corações de todos pensamentos de sabedoria e propósitos de paz”,
acrescentou.
Após pedir a
proteção a Nossa Senhora para a querida nação francesa, a Europa e o mundo
inteiro, rezou em silêncio com os presentes na Praça São Pedro, e depois uma
Ave-Maria.
Ainda nas saudações,
o Pontífice lembrou que este sábado, na cidade mineira de Três Pontas, Pe.
Francisco de Paula Victor (sacerdote diocesano que viveu de 1827 a 1905) foi
proclamado Beato. De origem africana, era filho de uma escrava.
“Pároco generoso
e zeloso na catequese e na administração dos sacramentos, distinguiu-se
sobretudo por sua grande humildade. Possa seu extraordinário testemunho servir
de modelo para muitos sacerdotes, chamados a ser humildes servidores do povo de
Deus.”
Na alocução que
precedeu a oração mariana, o Santo Padre ressaltou que o Evangelho deste
penúltimo domingo do ano litúrgico propõe uma parte do discurso de Jesus sobre
os eventos últimos da história humana, voltada para o cumprimento do reino de
Deus. “Trata-se de um discurso que Jesus fez em Jerusalém antes de sua última
Páscoa”, observou o Papa.
Francisco frisou
que este discurso de Jesus contém alguns elementos apocalípticos, como guerras,
penúrias, catástrofes cósmicas, todavia, estes elementos não são a coisa
essencial da mensagem.
“O núcleo
central em torno do qual gira o discurso de Jesus é Ele mesmo, o mistério da
sua pessoa e da sua morte e ressurreição, e o seu retorno no fim dos tempos. A
nossa meta final é o encontro com o Senhor ressuscitado”, lembrou Francisco
prosseguindo com uma interpelação:
“Gostaria de
perguntar-lhes: quantos de vocês pensam nisso? Haverá um dia em que eu
encontrarei o Senhor face a face. Esta é a nossa meta: esse encontro. Não
esperamos um tempo ou um lugar, mas caminhamos ao encontro de uma pessoa:
Jesus.”
Portanto,
explicou, “o problema não é ‘quando’ acontecerão esses sinais premonitórios dos
últimos tempos, mas o fazer-se encontrar preparados para o encontro. E não se
trata nem mesmo de saber ‘como’ se darão essas coisas, mas ‘como’ devemos
comportar-nos, hoje, à espera desse encontro”.
Somos chamados a
viver o presente, construindo o nosso futuro com serenidade e confiança em
Deus. A perspectiva do fim não distrai a nossa atenção da vida presente, mas
nos faz olhar para nossos dias numa ótica de esperança.
“É aquela
virtude tão difícil de ser vivida: a esperança, a menor das virtudes, mas a
mais forte. E a nossa esperança tem um rosto: o rosto do Senhor ressuscitado”,
acrescentou o Papa.
Francisco
observou ainda que o Senhor Jesus não é somente o ponto de chegada da
peregrinação terrena, mas é uma presença constante na nossa vida: “sempre está
ao nosso lado, sempre nos acompanha; por isso, quando fala do futuro, e nos
projeta rumo a ele, é sempre para reconduzir-nos ao presente.
“Ele se coloca
contra os falsos profetas, contra os videntes que preveem próximo o fim do
mundo, e contra o fatalismo. Jesus está ao nosso lado, caminha conosco, nos
quer bem”, reiterou.
Cristo quer
subtrair seus discípulos de todos os tempos da curiosidade pelas datas, as
previsões, os horóscopos, e concentra a nossa atenção no hoje da história,
prosseguiu.
“Gostaria de
perguntar-lhes – mas não devem responder, cada um responda a si mesmo –:
quantos de vocês leem o horóscopo do dia? Calado! Cada um responda a si mesmo.
E quando lhe der vontade de ler o horóscopo, olhe para Jesus, que está com
você. É melhor, lhe fará bem.”
Essa presença de
Jesus – concluiu o Pontífice – nos chama à espera e à vigilância, que excluem
tanto a impaciência quanto a apatia, tanto o agir precipitadamente quanto o
permanecer prisioneiros no tempo atual e na mundanidade.”
Por fim,
Francisco pediu que não se esquecessem de rezar por ele e desejou um bom
domingo a todos. (RL)
.................................................................................................................................
Fonte: radiovaticana.va news.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário