Francisco:
A caridade não se faz com o supérfluo
Cidade do
Vaticano (RV) - “Há doenças cardíacas que fazem aproximar o bolso, a carteira
ao coração”. O Papa Francisco no Angelus deste domingo comentou com essa imagem
a mensagem do óbolo da viúva, que convida não só a dar o supérfluo aos pobres,
mas também o que nos custa verdadeiramente dar, narrada pelo Evangelho deste
domingo. Neste contexto, o Pontífice contou um episódio sobre uma família de
Buenos Aires, cidade, que definiu a sua diocese anterior.
“Uma mãe e seus
três filhos, enquanto que o pai estava no trabalho, se colocaram à mesa diante
de bifes à milanesa. Batem à porta e mamãe pergunta quem é?. A criança que
tinha ido abrir a porta responde que havia um mendigo que pede algo para comer.
E a mãe, que era uma boa cristã, pega uma faca e diz às crianças: ‘O que vamos
fazer? Vamos dar metade de cada bife'. 'Não mãe, não assim'! Pegue da
geladeira”, respondem as crianças. ‘Não, vamos fazer três sanduíches’, responde
a mãe. E as crianças aprenderam. A verdadeira caridade se faz assim. Estou
certo de que naquela tarde elas tiveram um pouco de fome. Devemos nos privar de
algo como essas crianças se privaram da metade do bife”.
Sirvamos ao Senhor em nossos irmãos |
“Jesus -
explicou Francisco – diz também a nós que o critério de julgamento e não é a
quantidade, mas a plenitude; há uma diferença entre quantidade e plenitude.
Você pode ter tanto dinheiro, mas ser vazio, não há plenitude no seu coração.
Não é questão de carteira, mas de coração. Amar a Deus “com todo o coração”
significa confiar n'Ele, na sua providência, e servi-Lo nos nossos irmãos mais
pobres sem esperar nada em troca”.
“Diante das
necessidades dos outros, somos chamados a nos privar de algo essencial, não
apenas do supérfluo; somos chamados a dar o tempo necessário, não só aquilo que
avança; somos chamados a dar imediatamente e sem reserva alguns de nossos
talentos, e não depois de tê-los usados para nossas finalidades pessoais ou de
grupo”.
Peçamos ao
Senhor – invocou o Papa nas palavras que precederam a oração do Angleus - de
nos admitir à escola desta pobre viúva que Jesus, entre a perplexidade dos
discípulos, faz subir à cátedra e apresenta como mestra do Evangelho vivo. Por
intercessão de Maria, a mulher pobre que deu a sua vida a Deus por nós, peçamos
o dom de um coração pobre, mas rico em uma generosidade alegre e gratuita”.
Após a oração do
Angelus o Papa Francisco recordou que neste domingo, na Itália, se celebra o
Dia de Ação de Graças, que este ano tem como tema “O solo, o bem comum”. Associo-me aos Bispos desejando que todos ajam como administradores responsáveis de um precioso bem coletivo, a terra, cujos frutos têm um destino universal. Eu estou próximo
com gratidão ao mundo agrícola, e encorajo a cultivar a terra de modo a
preservar a fertilidade para que produza alimento para todos, hoje e para as
gerações futuras. Neste contexto, se realiza em Roma o Dia diocesano para a
salvaguarda da criação, que este ano é enriquecido pela "Marcha pela
terra."
O Papa recordou
ainda que nesta segunda-feira, terá início em Florença, o 5º Congresso Eclesial
Nacional, com a presença de bispos e delegados de todas as dioceses italianas.
Trata-se de um evento importante de comunhão e de reflexão, ao qual – disse
Francisco – “terei a alegria de participar também eu, na terça-feira próxima,
depois de uma breve passagem por Prato. (SP)
Assista:
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Papa:
As reformas vão continuar com a ajuda de toda a Igreja
As reformas no Vaticano vão continuar. Foi o que disse o Papa
Francisco falando aos fiéis reunidos na Praça São Pedro para a Oração mariana
do Angelus, fazendo referência às notícias dos dias passados que turbaram
muitos dos fiéis a propósito de documentos reservados da Santa Sé que foram
subtraídos e publicados.
A Igreja se renova por meio da oração e da santidade de todos os batizados |
“Por isso,
gostaria de lhes dizer, antes de tudo, que roubar esses documentos é um crime.
É um ato deplorável que não ajuda. Eu mesmo tinha pedido para fazer esse
estudo, e esses documentos eu e os meus colaboradores já os conhecíamos bem, e
foram tomadas as medidas que começaram a dar frutos, até mesmo alguns
visíveis”.
“Por isso, quero
lhes assegurar que este triste fato não me distrai certamente do trabalho de
reforma que estamos realizando com os meus colaboradores e com o apoio de todos
vocês. Sim, com o apoio de toda a Igreja, porque a Igreja se renova através da
oração e da santidade de todo batizado”.
“Portanto,
agradeço a vocês e peço que continuem a rezar pelo Papa e pela Igreja, sem se
deixarem turbar, mas indo para a frente com confiança e esperança”. (SP)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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