Papa na oração mariana do Angelus:
Os santos carregam a marca de Deus na própria vida
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa Francisco rezou o oração mariana do Angelus deste
domingo (1º/11), Solenidade de Todos os Santos, com os fieis e peregrinos
reunidos na Praça São Pedro.
Na alocução que
precedeu a oração, o pontífice recordou que nesta celebração “sentimos viva a
realidade da comunhão dos santos, nossa grande família, formada por todos os
membros da Igreja, seja pelos que ainda peregrinam sobre a Terra seja pelos que
já partiram para o Céu. Estamos todos unidos e isso se chama comunhão dos
santos, comunidade de todos os batizado”.
O Livro do
Apocalipse de São João recorda que os santos são pessoas que pertencem
totalmente a Deus. O apóstolo apresenta os santos como uma “grande multidão de
eleitos, vestidos de branco e marcados pelo sigilo de Deus”. Isso significa que
“os santos pertencem a Deus de maneira plena e exclusiva, são sua propriedade”.
Esta é a primeira característica dos santos.
Sigamos o exemplo dos santos e santas |
“O que isso
significa carregar o sigilo (a marca) de Deus na própria vida e na própria pessoa?”,
perguntou o Papa: “significa que em Jesus Cristo nos tornamos realmente filhos
de Deus. Temos o sobrenome de Deus, o nosso sobrenome é Deus, porque somos
filhos de Deus”, disse.
“Aqui está a
raiz da vocação à santidade! Os santos que recordamos hoje são aqueles que
viveram na graça de seu Batismo, que conservaram íntegro o sigilo, se
comportando como filhos de Deus, buscando imitar Jesus; e agora atingiram a
meta, porque finalmente veem Deus assim como Ele é.”
A segunda
característica própria dos santos é que são exemplos a imitar. “Não somente
aqueles canonizados, mas aqueles que com a graça de Deus esforçaram-se para
praticar o Evangelho na vida cotidiana. Estes santos também nos os encontramos,
talvez tivemos alguém em nossa família, ou entre os amigos e conhecidos.
Devemos ser agradecidos a eles, e sobretudo devemos ser gratos a Deus que nos
deu essas pessoas, que os colocou próximos a nos, como exemplos vivos e
contagiosos do modo de viver e morrer na fidelidade ao Senhor Jesus e seu
Evangelho”, disse ainda Francisco.
“Imitar seu
gesto de amor e de misericórdia é um pouco como perpetuar a presença deles
neste mundo. De fato, aqueles gestos evangélicos são os únicos que resistem à
destruição da morte: um ato de ternura, uma ajuda generosa, um tempo gasto na
escuta, uma visita, uma palavra boa, um sorriso. Aos nossos olhos estes gestos
podem parecer insignificantes, mas aos olhos de Deus são eternos, porque o amor
e a compaixão são mais fortes que a morte.”
O Papa Francisco
pediu à Virgem Maria, Rainha de todos os santos, para que nos ajude a confiar
cada vez mais na graça de Deus, a fim de caminhar com alegria na estrada da
santidade. “Confiamos a Maria o nosso trabalho cotidiano e a ela pedimos também
pelos nossos caros defuntos, na esperança de nos encontrarmos, todos juntos, na
comunhão gloriosa do céu”, concluiu o pontífice. (MJ)
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Papa na missa deste domingo:
O caminho do Senhor é o da mansidão e paciência
O Papa Francisco presidiu a missa neste domingo (1º/11),
Solenidade de Todos os Santos, no Cemitério Verano de Roma.
Em sua homilia,
o Pontífice frisou que “o caminho que conduz ao Céu é um caminho difícil de
entender porque vai contracorrente, mas o Senhor nos diz que quem segue esse
caminho é feliz”.
Francisco
refletiu sobre as Bem-aventuranças, passagem do Evangelho deste domingo.
Que o testemunho dos santos nos encoraje a seguir em frente |
“Bem-aventurados
os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. “Podemos nos
perguntar, como pode ser feliz uma pessoa pobre de coração, que tem como único
tesouro o Reino dos Céus? A razão é esta: tendo o coração desapegado e livre
das coisas mundanas, essa pessoa é esperada no Reino dos Céus”, respondeu o
Papa.
“Bem-aventurados
os aflitos porque serão consolados”. Como podem ser felizes as pessoas que
choram? Quem na vida nunca sentiu tristeza, angústia e dor, nunca conhecerá a
força da consolação. Ao invés, podem ser felizes aqueles que têm a capacidade
de se comover, a capacidade de sentir no coração a dor existente em suas vidas
e na vida dos outros. Estes serão felizes! Porque a mão tenra de Deus os
consolará e os acariciará”, disse ainda o pontífice.
“Bem-aventurados
os mansos”. “Quantas vezes somos impacientes, ficamos nervosos, sempre prontos
para nos lamentar! Temos muitas pretensões em relação aos outros, mas quando
cabe a nós, reagimos levantando a voz, como se fôssemos os patrões do mundo,
enquanto na realidade somos todos filhos de Deus”, frisou Francisco.
“Pensemos nas
mães e nos pais que são muito pacientes com os filhos que os fazem enlouquecer.
Este é o caminho do Senhor: o caminho da mansidão e da paciência. Jesus percorreu
esta estrada: desde pequeno suportou a perseguição e o exílio, e depois, de
adulto, as calúnias, as armadilhas, as falsas acusações no tribunal, e tudo
isso ele suportou com mansidão. Suportou até mesmo a Cruz por amor a nós.”
“Bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”. “Aqueles que têm um
forte sentido de justiça, e não somente para com os outros, mas antes de tudo
com si mesmo, estes serão saciados, porque estão prontos para acolher a justiça
maior, aquela que só Deus pode dar”, disse ainda o Papa.
“Bem-aventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. “Felizes aqueles que sabem
perdoar, que têm misericórdia para com os outros, que não julgam tudo e todos,
mas buscam se colocar no lugar dos outros. O perdão é algo que todos nós
precisamos, ninguém está excluído. Por isso, no início da missa reconhecemos o
que somos, pecadores. Não é uma maneira de dizer, uma formalidade: é um ato
verdadeiro. Se sabemos perdoar os outros somos bem-aventurados.”
“Bem-aventurados
os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”. “Olhemos o rosto
daqueles que semeiam cizânia: são felizes? Aqueles que buscam sempre as
ocasiões para enganar, aproveitar dos outros, são felizes? Não, não podem ser
felizes. Aqueles que a cada dia, com paciência, buscam semear a paz, estes são
artesãos da paz, de reconciliação. Estes são bem-aventurados, porque são
verdadeiros filhos de nosso Pai do Céu, que semeia sempre e somente a paz, que
mandou seu filho ao mundo como semente de paz para a humanidade.”
Francisco disse
que este “é o nosso caminho de santidade que é o mesmo caminho da felicidade. É
o caminho que Jesus percorreu, aliás, é Ele mesmo o Caminho: quem caminha com
Ele e passa através Dele entra na vida, na vida eterna. Peçamos ao Senhor a
graça de ser pessoas simples e humildes, a graça de saber chorar, a graça de
ser mansos, a graça de trabalhar pela justiça e a paz, e sobretudo a graça de
nos deixar perdoar por Deus para nos tornar instrumentos de sua misericórdia”,
disse ainda o Santo Padre.
“Assim fizeram
os santos que nos precederam na pátria celeste. Que eles nos acompanhe em nossa
peregrinação terrena, nos encoraje a ir em frente. A sua intercessão nos ajude
a caminhar na estrada de Jesus e obtenha a felicidade eterna para os nossos
irmãos defuntos, para os quais celebramos esta missa”, concluiu. (MJ)
Assista:
Fonte: radiovaticana.va news.va
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