Francisco:
Tv e celular comprometem convívio familiar
Cidade do
Vaticano (RV) – O convívio familiar foi o tema da Audiência Geral desta
quarta-feira (11/11) do Papa Francisco.
Cerca de 20 mil
fiéis e peregrinos compareceram na Praça São Pedro, entre eles os participantes
do III encontro dos missionários brasileiros na Europa.
O convívio, a
partilha dos bens da vida, explicou Francisco, é uma característica das
relações familiares. A família reunida ao redor da mesa é um símbolo, um ícone,
desta experiência fundamental. "Uma família que quase nunca
faz junta as refeições, ou que à mesa não fala, mas assiste à
televisão, ou olha o celular, é uma família 'pouco família'. "Significa que
há algum problema." “É o silêncio do egoísmo”, disse.
Neste sentido,
recordou o Pontífice, o Cristianismo possui uma vocação especial a esta índole
convivial. Jesus, além ensinar quando se encontrava à mesa, também usava esta
imagem para falar do Reino de Deus; aliás, foi na mesa da última Ceia que Ele
nos deixou a Eucaristia como testamento do seu Sacrifício na Cruz.
Rezemos pelo fortalecimento de nossas famílias |
Nos dias de
hoje, em que vemos as famílias sempre menos reunidas, advertiu o Papa, a
passagem da mesa da família à mesa da Eucaristia é ainda mais importante. Na
Missa, o Senhor oferece o seu Corpo e Sangue para todos, fazendo que a própria
experiência do convívio familiar se abra a uma experiência de uma convivência
universal: assim a família cristã mostra o seu verdadeiro horizonte, que é o da
Igreja, Mãe de todos os homens, onde não existem excluídos nem abandonados.
Até ontem,
recordou, bastava uma única mãe para cuidar das crianças no pátio, porque os
filhos eram considerados um bem de toda a comunidade.
Hoje,
acrescentou o Pontífice, muitos contextos sociais põem obstáculos ao convívio
familiar. “Devemos encontrar o modo para recuperá-lo”, pois “parece que se
tornou uma coisa que se compra e vende”, disse o Papa.
Todavia, notou o
Papa, o nutrimento nem sempre é o símbolo de uma justa compartilha dos bens,
capaz de alcançar quem não tem nem pão nem afetos. E advertiu para a opulência
dos países ricos diante dos demasiados irmãos e irmãs que permanecem fora da
mesa. “É uma vergonha”, reiterou o Papa.
“Rezemos para
que este convívio familiar possa crescer e amadurecer no tempo de graça do
próximo Jubileu da Misericórdia”, concluiu Francisco.
Ao saudar os
numerosos grupos de peregrinos na Praça, o Papa mencionou os fiéis brasileiros
de Aracaju, Divinópolis, Pernambuco e São Paulo.
Bósnia-Herzogóvina
Antes da
Audiência Geral, o Papa recebeu o Presidente da Bósnia-Herzegovina, Dragan
Čović, com uma delegação de 40 pessoas.
No encontro,
Francisco recordou a viagem que fez a Sarajevo, em junho passado. “Ainda guardo
no meu coração tantas coisas grandes e belas que aprendi com vocês: a
capacidade de sofrimento, a capacidade de perdão, ou pelo menos de buscar o
perdão, a capacidade de unir-nos e trabalhar juntos, a capacidade de diálogo.
Obrigado pelos exemplos que dão à humanidade.”
Ao cumprimentar a
delegação do Presidente, o Pontífice estendeu sua saudação a toda a população
do país, de modo especial os jovens. (BF)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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