Francisco:
Cidade do
Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano. Cerca de 15
mil pessoas estiveram na Praça São Pedro para ouvir a catequese do Papa
Francisco, que neste dia 18 de novembro foi dedicada à Misericórdia de Deus, no
limiar do Jubileu Extraordinário.
Portas das igrejas não sejam blindadas
A imagem
utilizada pelo Pontífice para falar da misericórdia foi a da porta do Senhor,
sempre generosamente aberta para acolher o nosso arrependimento. Portas
abertas
Do Sínodo dos
Bispos, recordou o Papa, todas as famílias receberam um grande encorajamento a
encontrar-se na entrada desta porta aberta. “A Igreja foi encorajada a abrir as
suas portas para sair, com o Senhor, ao encontro dos filhos e filhas em
caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nesses tempos difíceis”, disse e
exortou:
“Se a porta da
misericórdia de Deus está sempre aberta, também as portas de nossas igrejas, de
nossas paróquias e dioceses devem estar sempre abertas. Assim todos podemos
sair e levar esta misericórdia de Deus. O Jubileu significa a grande porta da
misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas
para deixar o Senhor entrar ou muitas vezes deixar o Senhor sair de nossas
estruturas, de nosso egoísmo.”
Portas blindadas
O Papa citou
alguns lugares no mundo onde nunca se fecham as portas à chave, mas também de
tantos outros onde se tornou normal ter as portas blindadas. “Embora
compreensível, não deixa de ser um mau sinal!”, afirmou. Não devemos render-nos
à ideia de aplicar este sistema à vida da família, da cidade, da sociedade e,
menos ainda, à vida da Igreja.
Deus tem sempre aberta a porta da misericórdia |
Francisco
prosseguiu afirmando que a porta deve proteger, mas não refutar. A porta não
deve ser forçada; pelo contrário, pede-se permissão para que a hospitalidade
resplandeça. Todavia, muitas pessoas perderam inclusive a coragem de bater à
porta.
“Quantas pessoas
perderam a confiança, não tem a coragem de bater à porta do nosso coração
cristão, às portas das nossas igrejas. Tiramos a confiança. Por favor, que isso
jamais aconteça.” E o Papa agradeceu a todos os porteiros e porteiras que
protegem casas, condomínios e igrejas.
Jesus é a Porta
Jesus, explicou
o Pontífice, é a porta que nos faz entrar e sair. “Porque o ovil de Deus não é
uma prisão, mas um refúgio.” Mas diante da porta, está o guardião, que ouve a
voz de Jesus, então abre e faz entrar todas as ovelhas que Ele traz.
“Não é o
guardião que escolhe as ovelhas, mas o bom Pastor. Não é o secretário ou a
secretária da paróquia que decide quem entrar. A Igreja é a porteira da casa do
Senhor, não a patroa”, recordou. Assim deve ser reconhecida a Igreja por toda a
terra: como a guardiã de um Deus que bate à porta, como a recepcionista de um
Deus que não fecha a porta com a desculpa de que não somos de casa.
Francisco
concluiu com um pedido:
“Que as famílias
cristãs façam de seu limiar de casa um pequeno grande sinal da Porta da
misericórdia e do acolhimento de Deus. Com este espírito, estamos próximos ao
Jubileu. Haverá a Porta Santa, mas há a porta da misericórdia de Deus. E que
haja também a porta do nosso coração para receber o perdão de Deus ou dar o
nosso perdão e acolher todos os que batem à nossa porta.”
Infância
Depois da
catequese, o Pontífice recordou o Dia Mundial dos Direitos da Infância,
celebrado em 20 de novembro.
“É um dever de
todos proteger as crianças e antepor o bem delas a qualquer outro critério,
para que jamais sejam submetidas a formas de escravidão e maus-tratos. Faço
votos de que a comunidade internacional possa vigiar atentamente sobre as
condições de vida dos menores, especialmente onde são expostos a recrutamento
por parte de grupos armados; assim como possa ajudar as famílias a garantir a
cada menino e menina o direito à escola e à educação.”
Clausura
Francisco
lembrou ainda a celebração, no dia 21, da Jornada Pro Orantibus, no dia em que
a Igreja recorda a apresentação de Maria ao Templo.
“Que não falte a
nossa proximidade espiritual e material para que as comunidades de clausura
possam realizar sua importante missão, na oração e no silêncio operoso.”
Brasileiros
Saudando os
fiéis de língua portuguesa, o Papa manifestou seu afeto em especial aos
brasileiros de Belém, João Pessoa, Olinda e Recife presentes na Praça. (BF)
Assista:
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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