Grande emoção na chegada do Papa a Washington
Washington (RV)
– Acolhido por uma longa salva de palmas e gritos de entusiasmo, o Papa
Francisco aterrou nesta terça-feira (22/09) às 15h49 hora local de Washington
na base militar estadunidense de Saint Andrew.
Barack Obama cumprimenta Francisco |
Após ser
recebido, ainda à bordo, pelo Núncio Apostólico nos EUA, Carlo Maria Viganò,
Francisco desceu as escadas do avião sem o solidéu, por causa do forte vento, e
tocando o chão do país pela primeira vez, foi acolhido pelo Presidente Barak
Obama.
Com a primeira-dama
Michelle e as filhas Malia e Sasha, sorridentes e emocionadas, o Presidente
cumprimentou longamente o Pontífice, apresentando-lhe também a sogra, Marian
Robinson.
Como fato
bastante incomum, também o vice-Presidente Joe Biden e família presenciaram a
chegada do Papa. Por razões de segurança, é raro que as duas máximas
autoridades do país compareçam simultaneamente em um evento público.
Crianças entregam flores ao Papa |
Em seguida, o
Pontífice cumprimentou o Cardeal-arcebispo de Washington, Donald Wuerl,
representantes da Igreja local e recebeu flores de 4 crianças alunas de escolas
católicas da arquidiocese.
Francisco entrou
em uma saleta para um breve encontro a portas fechadas com o Presidente Obama e
deixou a base em um Fiat 500L com placa SCV-1, usada em diferentes veículos
para identificar o automóvel utilizado pelo Papa.
Após dormir na
Nunciatura da cidade, o Papa inicia quarta-feira (23/09) seus compromissos
oficiais. Logo pela manhã, haverá a cerimônia oficial de boas-vindas, na Casa
Branca, e a audiência privada com o Presidente Obama, na Sala Oval.
Ao meio-dia,
encontra-se com os bispos da Conferência Episcopal dos EUA. À tarde, Francisco
preside a missa de canonização de Junípero Serra – frade franciscano
missionário – na Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição. (CM)
Assista:
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Papa aos jornalistas no voo para os Estados Unidos:
"Sou católico"
Washington (RV)
– No voo entre Santiago de Cuba e Washington D.C., na tarde desta terça-feira
(22/09) o Papa respondeu às perguntas dos jornalistas que o acompanharam. Os
temas principais foram políticos e econômicos, e Francisco chegou a brincar se
é realmente católico.
Papa Francisco, fiel à Jesus Cristo, à Igreja e a sua missão de Pastor |
“Se for preciso,
recito o Credo”, disse ele. A pergunta se referia às denúncias contínuas que
Francisco faz diante das injustiças do sistema econômico mundial, que levaram
alguns setores da sociedade estadunidense a duvidar da catolicidade do Papa e a
considerá-lo comunista.
O Pontífice
contou a reação de uma senhora “muito católica”, que disse a um seu amigo
cardeal ter a certeza de que Francisco é o antipapa por não usar os sapatos
vermelhos. Já sobre ser comunista ou não, disse ele, “estou certo de que não
disse nada a mais em relação àquilo que consta na Doutrina Social da Igreja.
O Papa explicou
que não espera que a Igreja o siga, porque o que acontece é precisamente o
contrário: “Sou eu a seguir a Igreja e quanto a isso penso que não me engano”.
“Talvez alguma coisa tenha dado a impressão que sou pouco mais de esquerda, mas
é um erro de interpretação”, acrescentou.
Embargo
Francisco
antecipou algumas das preocupações que leva aos EUA, mas negou que vá
apresentar ao Congresso estadunidense qualquer pedido direto relativamente ao
embargo econômico a Cuba.
“Espero que se
chegue a um acordo que satisfaça as duas partes. Em relação à posição da Santa
Sé sobre os embargos, os Papas anteriores falaram disso, não só deste caso,
fala a Doutrina Social da Igreja”, explicou.
“Não vou falar
ao Congresso de forma específica deste tema, mas vou abordar de forma geral os
acordos como sinal de progresso na convivência.”.
Dissidentes
Em relação à
viagem a Cuba, o Papa explicou que não iria receber ninguém em audiência privada,
fossem dissidentes ou outros chefes de Estado [a presidente da Argentina
participou na Missa em Havana, ndr].
“A Igreja cubana
trabalhou para elaborar uma lista de presos aos quais conceder indulto e foi
concedido a mais de três mil”, lembrou.
Francisco
explicou que houve vários telefonemas a grupos de dissidentes, convidando-os
para cumprimentarem o Papa à entrada da catedral de Havana, e disse desconhecer
se houve detenções.
Fidel Castro
Já com Fidel
Castro falou de um antigo professor jesuíta do ex-presidente cubano e da
encíclica ‘Laudato si’, sobre o ambiente.
“Foi um encontro
não tão formal, mas espontâneo: estava lá a sua família, estavam também os que
me acompanhavam, o meu motorista, mas estávamos distantes, eles não nos podiam
ouvir”, assinalou, respondendo à pergunta se Fidel havia se arrependido por ter
perseguido a Igreja Católica. “O arrependimento é algo muito íntimo, uma coisa
de consciência.”
Brasil
O Pontífice
citou ainda o Brasil, quando insinuaram que Cuba recebeu a visita de três Papas
por estar “doente”. Francisco definiu “normais” as viagens de seus
antecessores. Quanto à sua, disse que foi “casual”, admitindo que a sua ideia
original era entrar nos EUA pelo México, através da fronteira de Ciudad Juárez
, mas não poderia ir ao México sem visitar Guadalupe. Depois, foi anunciado o
“degelo” das relações diplomáticas e acabou por escolher Cuba. “Eu por exemplo
visitei o Brasil, João Paulo II o fez três ou quatro vezes e (o país) não tinha
uma ‘doença’ especial. Estou feliz por ter visitado Cuba.
Comunismo x
capitalismo
O Pontífice
rejeitou a crítica de ter sido menos duro com o sistema comunista do que com o
capitalismo “selvagem”.
“Em Cuba, a
viagem foi muito pastoral, com a comunidade católica, com os cristãos e também
as pessoas de boa vontade. As minhas intervenções foram homilias”, observou.
Francisco disse ter querido deixar um “discurso de esperança, de encorajamento
ao diálogo”, uma “linguagem mais pastoral”.
Todavia,
reiterou que em seus discursos sempre acenou à Doutrina Social da Igrejas. “Mas
as coisas a serem corrigidas eu as disse claramente e não de modo “perfumado”. (BF)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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