sábado, 19 de setembro de 2015





Papa aos jornalistas: 
"O mundo está sedento de paz"

Cidade do Vaticano (RV) - Durante o voo de Roma a Cuba, iniciado na manhã deste sábado (19/9), o Papa saudou os jornalistas e agradeceu-lhes pelo trabalho de cobertura desta sua 10ª Viagem Apostólica. Dos 76 jornalistas, representantes de diversos países, 20 eram de televisões, rádios, jornais e agências de notícias dos EUA.
Depois das boas-vindas ao Papa, por parte do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Lombardi, Francisco dirigiu a seguinte saudação aos presentes:
“Desejo a todos boa viagem e bom trabalho. Se não erro, acho que esta é a viagem mais longa que eu faço, um dia a mais que aquela ao Brasil. Logo, vocês terão muito trabalho! Por isso, agradeço-lhes muito pelo trabalho que fazem e farão. Padre Lombardi proferiu a palavra “paz”. Acho que, hoje, o mundo está sedento de paz. Há guerras, imigrantes que fogem das guerras, da morte, em busca da vida. Eu me emocionei quando, antes da minha partida, na Porta Santa Ana, no Vaticano, fui saudado por uma das famílias de refugiados sírios, hospedada na paróquia vaticana. Notei a dor no rosto daquelas pessoas! Eis a necessidade de paz! Novamente, agradeço vocês pelo precioso trabalho de ser pontes, pequenas pontes, que, juntas, compõem a grande ponte da paz. Uma cordial saudação a vocês, aqui presentes, e a todos aqueles seus colegas que estão trabalhando em seus escritórios para dar cobertura a esta viagem”. (MT)
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Papa chega a Cuba:
Abertura é “vitória da cultura do encontro”
Havana (RV) – Após um voo de quase 12 horas, o Papa chegou a Havana na tarde de sábado (19/9), por volta das 15h50. Francisco foi recebido pelo Presidente Raúl Castro a quem fez um pedido:
“Queria pedir-lhe, Senhor Presidente, para transmitir os meus sentimentos de especial consideração e respeito ao seu irmão Fidel”.
Raúl, por sua vez, disse que o embargo econômico é "cruel, ilegal e imoral" e que a base de Guantánamo deve ser devolvida a Cuba.
Durante sua permanência em Havana, Francisco irá até a casa de Fidel Castro, antecipou o responsável pela organização da viagem papal, Alberto Gasbarri.
A seguir, o Papa recordou que neste ano o estabelecimento das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Cuba completa 80 anos. Lembrou também das visitas a Cuba de São João Paulo II, em 1998 e de Bento XVI, em 2012.
“Sei que essas lembranças despertam gratidão e afeto no povo e nas autoridades de Cuba. Hoje renovamos estes laços de cooperação e amizade, para que a Igreja continue a acompanhar e encorajar o povo cubano nas suas esperanças e preocupações, com liberdade e com os meios e espaços necessários para levar o anúncio do Reino até às periferias existenciais da sociedade”.
Padroeira de Cuba
Francisco destacou ainda que a sua Viagem Apostólica coincide com os 100 anos da declaração de Nossa Senhora da Caridade do Cobre como Padroeira de Cuba.
“Foram os veteranos da Guerra da Independência que, movidos por sentimentos de fé e patriotismo, pediram que a Virgem mambisa [cubana] fosse a padroeira de Cuba enquanto nação livre e soberana. Desde então, Ela acompanhou a história do povo cubano, sustentando a esperança que preserva a dignidade das pessoas nas situações mais difíceis e defendendo a promoção de tudo o que dignifica o ser humano. A sua devoção crescente é um testemunho visível da presença da Virgem Maria na alma do povo cubano”.
E acrescentou:
“Durante estes dias, terei oportunidade de ir ao Santuário do Cobre, como filho e peregrino, rezar à nossa Mãe por todos os seus filhos cubanos e por esta amada nação, para que caminhe por sendas de justiça, paz, liberdade e reconciliação”.
Posição estratégica
Ao citar a posição geográfica estratégica de Cuba, Francisco considerou que o arquipélago “abre para todas as rotas, possuindo um valor extraordinário de ‘chave’ entre norte e sul, entre leste e oeste. A sua vocação natural é ser ponto de encontro para que todos os povos se reúnam na amizade”, destacou o Pontífice.
Aqui, o Papa recordou a recente retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos. “É um sinal da vitória da cultura do encontro, do diálogo, do ‘sistema da valorização universal (…) sobre o sistema, morto para sempre, de dinastia e de grupos’, afirmou o Papa ao citar o poeta cubano José Martí.
E concluiu:
“Encorajo os responsáveis políticos a prosseguir por este caminho e a desenvolver todas as suas potencialidades, como prova do alto serviço que são chamados a prestar em favor da paz e do bem-estar dos seus povos, de toda a América, e como exemplo de reconciliação para o mundo inteiro”. (RB)
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                                                                    Fonte: radiovaticana.va      news.va

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