Papa aos jornalistas:
"O mundo está sedento de paz"
Cidade do
Vaticano (RV) - Durante o voo de Roma a Cuba, iniciado na manhã deste sábado
(19/9), o Papa saudou os jornalistas e agradeceu-lhes pelo trabalho de
cobertura desta sua 10ª Viagem Apostólica. Dos 76 jornalistas,
representantes de diversos países, 20 eram de televisões, rádios, jornais e
agências de notícias dos EUA.
Depois das
boas-vindas ao Papa, por parte do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé,
Padre Lombardi, Francisco dirigiu a seguinte saudação aos presentes:
“Desejo a todos
boa viagem e bom trabalho. Se não erro, acho que esta é a viagem mais longa que
eu faço, um dia a mais que aquela ao Brasil. Logo, vocês terão muito trabalho!
Por isso, agradeço-lhes muito pelo trabalho que fazem e farão. Padre Lombardi
proferiu a palavra “paz”. Acho que, hoje, o mundo está sedento de paz. Há
guerras, imigrantes que fogem das guerras, da morte, em busca da vida. Eu me
emocionei quando, antes da minha partida, na Porta Santa Ana, no Vaticano, fui
saudado por uma das famílias de refugiados sírios, hospedada na paróquia
vaticana. Notei a dor no rosto daquelas pessoas! Eis a necessidade de paz!
Novamente, agradeço vocês pelo precioso trabalho de ser pontes, pequenas
pontes, que, juntas, compõem a grande ponte da paz. Uma cordial saudação a
vocês, aqui presentes, e a todos aqueles seus colegas que estão trabalhando em
seus escritórios para dar cobertura a esta viagem”. (MT)
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Papa chega a Cuba:
Abertura é “vitória da cultura do encontro”
Havana (RV) –
Após um voo de quase 12 horas, o Papa chegou a Havana na tarde de sábado
(19/9), por volta das 15h50. Francisco foi recebido pelo Presidente Raúl Castro
a quem fez um pedido:
“Queria
pedir-lhe, Senhor Presidente, para transmitir os meus sentimentos de especial
consideração e respeito ao seu irmão Fidel”.
Raúl, por sua
vez, disse que o embargo econômico é "cruel, ilegal e imoral" e que a
base de Guantánamo deve ser devolvida a Cuba.
Durante sua
permanência em Havana, Francisco irá até a casa de Fidel Castro, antecipou o
responsável pela organização da viagem papal, Alberto Gasbarri.
A seguir, o Papa
recordou que neste ano o estabelecimento das relações diplomáticas entre a
Santa Sé e Cuba completa 80 anos. Lembrou também das visitas a Cuba de São João
Paulo II, em 1998 e de Bento XVI, em 2012.
“Sei que essas
lembranças despertam gratidão e afeto no povo e nas autoridades de Cuba. Hoje
renovamos estes laços de cooperação e amizade, para que a Igreja continue a
acompanhar e encorajar o povo cubano nas suas esperanças e preocupações, com
liberdade e com os meios e espaços necessários para levar o anúncio do Reino
até às periferias existenciais da sociedade”.
Padroeira de
Cuba
Francisco
destacou ainda que a sua Viagem Apostólica coincide com os 100 anos da
declaração de Nossa Senhora da Caridade do Cobre como Padroeira de Cuba.
“Foram os
veteranos da Guerra da Independência que, movidos por sentimentos de fé e
patriotismo, pediram que a Virgem mambisa [cubana] fosse a padroeira de Cuba
enquanto nação livre e soberana. Desde então, Ela acompanhou a história do povo
cubano, sustentando a esperança que preserva a dignidade das pessoas nas
situações mais difíceis e defendendo a promoção de tudo o que dignifica o ser
humano. A sua devoção crescente é um testemunho visível da presença da Virgem
Maria na alma do povo cubano”.
E acrescentou:
“Durante estes
dias, terei oportunidade de ir ao Santuário do Cobre, como filho e peregrino,
rezar à nossa Mãe por todos os seus filhos cubanos e por esta amada nação, para
que caminhe por sendas de justiça, paz, liberdade e reconciliação”.
Posição
estratégica
Ao citar a
posição geográfica estratégica de Cuba, Francisco considerou que o arquipélago
“abre para todas as rotas, possuindo um valor extraordinário de ‘chave’ entre
norte e sul, entre leste e oeste. A sua vocação natural é ser ponto de encontro
para que todos os povos se reúnam na amizade”, destacou o Pontífice.
Aqui, o Papa
recordou a recente retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados
Unidos. “É um sinal da vitória da cultura do encontro, do diálogo, do ‘sistema
da valorização universal (…) sobre o sistema, morto para sempre, de dinastia e
de grupos’, afirmou o Papa ao citar o poeta cubano José Martí.
E concluiu:
“Encorajo os
responsáveis políticos a prosseguir por este caminho e a desenvolver todas as
suas potencialidades, como prova do alto serviço que são chamados a prestar em
favor da paz e do bem-estar dos seus povos, de toda a América, e como exemplo
de reconciliação para o mundo inteiro”. (RB)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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