Cuidado para não serem hipócritas, também o Papa
Cidade do Vaticano (RV) - Para ser misericordioso com os outros, devemos ter a coragem de nos acusar. Foi o que afirmou o Papa Francisco na missa da manhã desta sexta-feira (11/9), na Casa Santa Marta. O Pontífice ressaltou que devemos aprender a não julgar os outros, caso contrário, nos tornamos hipócritas. Um risco, advertiu, do qual todos devem se cuidar, “também o Papa”.
“A generosidade
do perdão, generosidade da misericórdia”. O Papa Francisco enfatizou que,
nestes dias, a Liturgia nos fez refletir sobre o estilo cristão revestido de
sentimentos de ternura, bondade, mansidão e exortou-nos a nos ajudar
mutuamente.
Ter a coragem de
acusar a si mesmo
Sejamos generosos no perdão e na misericórdia |
O Senhor, -
prosseguiu -, nos fala da “recompensa”: “Não julguem os outros para vocês não
serem julgados. Não condem e não serão condenados”.
“Mas, nós
podemos dizer: ‘Mas, isso é bonito hein?’. E cada um de vocês pode dizer: ‘Mas,
Padre, é bonito, mas como se faz, como se começa isso? E qual é o primeiro
passo para ir por este caminho?’. O primeiro passo o vemos hoje, seja na
primeira leitura, seja no Evangelho. O primeiro passo é acusar-se a si mesmo. A
coragem de acusar-se a si mesmo, antes de acusar os outros. E Paulo louva o
Senhor porque o escolheu e dá graças porque “confiou em mim colocando-me ao seu
serviço, porque eu era “um blasfemo, perseguidor e um violento. Foi
misericórdia”.
Cuidar-se para
não ser hipócrita, partindo do Papa
São Paulo, -
acrescentou -, “nos ensina a nos acusarmos. E o Senhor, com a imagem do cisco
no olho do irmão, e da trave que está no nosso olho, nos ensina o mesmo”. É
preciso primeiro remover a trave do próprio olho, acusar-se. “Primeiro passo -
reiterou Francisco – acusar-se a si mesmo” e não se sentir “o juiz para remover
o cisco dos olhos dos outros”:
“E Jesus utiliza
a palavra que usa apenas com aqueles que têm duas caras, duas almas:
'hipócrita'. Hipócrita. O homem e a mulher que não aprendem a se acusar a si
mesmos se tornam hipócritas. Todos, hein? Todos. A partir do Papa: todos. Se um
de nós não tem a capacidade de acusar-se a si mesmo não é cristão, não faz
parte desta obra tão bonita de reconciliação, de pacificação, da ternura, da
bondade, do perdão, da generosidade, da misericórdia que nos trouxe Jesus
Cristo”.
Paremos em tempo
quando falamos dos outros
O primeiro
passo, portanto, reiterou é esse: pedir “ao Senhor a graça da conversão” e
“quando ocorre-me de pensar nos defeitos dos outros, parar":
“Quando me vem a
vontade de dizer aos outros os defeitos dos outros, parar. E eu? E ter a
coragem que teve Paulo: ‘Eu era um blasfemo, perseguidor, um violento’... Mas
quantas coisas podemos dizer de nós mesmos? Poupemos os comentários sobre os outros
e façamos comentários sobre nós mesmos. E este é o primeiro passo no caminho da
magnanimidade. Porque aquele que sabe olhar somente o cisco no olho do outro,
acaba na mesquinhez: um coração mesquinho, cheio de coisas pequenas, cheio de
fofocas”.
Pedimos ao
Senhor a graça, disse ainda o Papa, “para seguir o conselho de Jesus: ser
generosos no perdão, ser generosos na misericórdia”. Para canonizar “uma pessoa
- concluiu - existe todo um processo, há necessidade do milagre, e, depois a
Igreja”, a proclama santa. “Mas - observou - se se encontrasse uma pessoa que
nunca, nunca, nunca falou mal do outro”, poderia sim ser canonizada
imediatamente”. (SP)
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Fonte: radiovaticana.va
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