Papa encontra Raul Castro no Palácio da Revolução
Havana (RV) – O
primeiro compromisso do Papa Francisco na tarde deste domingo (20) em Havana
foi a visita de cortesia ao Presidente do Conselho de Estado e do Conselho de
Ministros da República Raul Castro. Contemporaneamente, realizou-se o encontro
do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin – acompanhado pelo Substituto
Angelo Becciu e pelo Secretário para a Relação com os Estados Paul
Gallagher e pelo Núncio Apostólico Dom Giorgio Lingua – com o Vice-Presidente
do Conselho de Estado e dos Ministros acompanhados por dois colaboradores.
Raul Castro acolhe Francisco no Palácio da Revolução |
O Presidente
Castro quis receber o Pontífice pessoalmente na entrada do Palácio da
Revolução. No salão, o Presidente saudou inicialmente os cardeais e dignitários
que acompanham o Papa, apresentando a seguir os próprios colaboradores. O
encontro, realizado num clima de grande cordialidade e amizade, teve a duração
de 50 minutos, ambientado em um esplêndido local circundado por vegetação. Ao
final , foram apresentados os familiares do Presidente cubano e a troca de
dons.
O Papa Francisco
presenteou Castro com um mosaico da Virgem da Caridade do Cobre, cujo
centenário de proclamação como Padroeira de Cuba por parte de Bento XV é
celebrado este ano. O Presidente Raul Castro, por sua vez, presenteou o Papa
com um grande crucifixo realizado simbolicamente com dois remos, ligados com
cordas.
Um longo aperto
de mão concluiu o encontro. O Papa, no pátio do Palácio, subiu no papamóvel
aberto acompanhado pelo Cardeal da Havana Dom Jaime Ortega para dirigir-se ao
encontro com o clero na Catedral. (JE)
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Francisco encontra Fidel Castro
O
Papa Francisco encontrou-se em Havana, com o ex-Presidente cubano Fidel Castro.
Foi o que referiu o Diretor da Sala de Imprensa vaticana, Padre Federico
Lombardi. O colóquio, que durou cerca de meia hora, realizou-se após a missa,
na residência do idoso líder da revolução cubana, em um clima cordial e
informal. Estavam presentes também a esposa de Fidel e alguns membros da
família. O Papa estava acompanhado pelo Núncio Apostólico em Cuba, Dom Giorgio
Lingua.
Francisco e Fidel Castro |
O Papa
presenteou Castro com alguns livros de Padre Alessandro Pronzato sobre o
humorismo e a fé, uma cópia da Encíclica ‘Laudato si’ e da Exortação Apostólica
Evangelii gaudium, além de alguns CDs contendo reflexões do Padre jesuíta
Armando Llorente, que faleceu em 2010, e que foi professor de Fidel.
O comandante deu
ao Papa uma cópia do livro “Fidel e a religião”, de Frei Betto (1997) com uma
dedicatória: “Para o Papa Francisco, por ocasião da sua visita a Cuba com
admiração e respeito do povo cubano”.
O ex-presidente
fez algumas perguntas ao Papa Francisco, referindo-se, em particular, à defesa
do ambiente e à situação atual do mundo. Fidel Castro já havia se encontrado
com o Papa João Paulo II no Vaticano em 1996 e em 1998 em Cuba e Bento XVI em
Havana em 2012. (SP)
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Papa aos colombianos:
Não podemos permitir outro fracasso
Após recitar o Angelus na Praça da Revolução, neste domingo
(20/9), o Papa Francisco fez um apelo pela reconciliação na Colômbia.
Francisco - Peregrino da Paz |
“Neste momento,
sinto-me no dever de dirigir o meu pensamento à amada terra da Colômbia, ciente
da importância crucial do momento presente, em que os seus filhos, com renovado
esforço e movidos pela esperança, estão procurando construir uma sociedade em
paz. Que o sangue derramado por milhares de inocentes, durante tantas décadas
de conflito armado, unido ao sangue do Senhor Jesus Cristo na Cruz, sustente
todos os esforços que estão fazendo, inclusive nesta bela Ilha, para uma
reconciliação definitiva. Assim, a longa noite de dor e violência, com o
esforço de todos os colombianos, possa ser transformada em um dia, sem ocaso,
de concórdia, justiça, fraternidade e amor, no respeito das instituições e do
direito nacional e internacional, para que a paz seja duradoura. Por favor, não
podemos nos permitir outro fracasso neste caminho de paz e reconciliação”.
Peço-lhes,
concluiu o Papa, que se unam à minha oração a Maria, para que ela deposite
todas as nossas preocupações e aspirações no Coração de Cristo. Peçamos-lhe, de
modo especial, pelos que perderam a esperança e não têm mais vontade de
continuar a lutar; pelos que sofrem injustiças, abandono e solidão. Que Maria
enxugue as lágrimas de todos, os console e lhes devolva esperança e alegria.
Ao término da
celebração Eucarística, o Santo Padre deixou a Praça da Revolução “José Martí”
e voltou para a Nunciatura Apostólica, onde almoçou em forma privada. Na
parte da tarde, o Pontífice fará uma visita de cortesia ao Presidente de Cuba,
Raul Castro, no Palácio Presidencial em Havana. A seguir, na Catedral da
Imaculada Conceição da capital, o Santo padre vai presidir às Vésperas com os
sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas.
Por fim, o Papa
Francisco concluirá suas atividades, neste domingo, saudando alguns milhares de
jovens presentes diante do Centro Cultural Padre Félix Varela, em Havana. (MT)
Assista:
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Francisco em Cuba:
“Quem não vive para servir, não serve para viver”
O ponto alto das atividades do Papa, neste domingo (20/9), foi a
celebração da Santa Missa na Praça da Revolução “José Martí”, lugar simbólico
de Havana e de todo o País por ser palco de grandes encontros de até 600 mil
pessoas.
Em sua homilia,
Francisco partiu do Evangelho do dia, no qual Jesus faz aos seus discípulos uma
pergunta aparentemente indiscreta: “O que vocês discutiam pelo caminho?”.
Trata-se de uma pergunta que Ele também poderia fazer em nossos dias. Aqui, o
Evangelho diz que os discípulos se calaram, porque, no caminho, tinham
discutido, uns com os outros, sobre qual deles era o maior”.
Liturgia Eucarística |
Naturalmente, os
discípulos se envergonhavam de dizer a Jesus o que estavam falando realmente.
Os discípulos daquela época fizeram a mesma discussão que os discípulos de
hoje: “Quem é o mais importante?” Esta pergunta, que nos acompanha durante toda
a nossa vida, merece uma resposta. E o Papa disse:
“Jesus não teme
às perguntas dos homens, da humanidade… Pelo contrário, conhece o profundo do
coração humano e, como bom pedagogo, está sempre disposto a acompanhar-nos.
Fiel ao seu estilo, ele assume os nossos interrogativos, aspirações,
conferindo-lhes um novo horizonte; dá uma resposta que propõe novos desafios;
propõe a lógica do amor; uma lógica capaz de ser vivida por todos, porque é
para todos”.
Jesus, explicou
Francisco, não propõe um horizonte para poucos privilegiados, mas faz propostas
concretas para a nossa vida, mesmo aqui nesta ilha caribenha. Jesus é simples
na sua resposta: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de
todos”. Quem quiser ser grande, sirva os outros e não se sirva dos outros. Desta
forma, Jesus transtorna a lógica dos discípulos:
“Servir
significa, em grande parte, cuidar da fragilidade: cuidar dos mais fracos das
nossas famílias, da sociedade, do povo, que são os rostos sofredores, indefesos
e angustiados, que Jesus convida a amar. Trata-se de um amor que se traduz em
ação e decisão, que convida a defender, assistir, servir. Ser cristão é servir
e lutar pela dignidade dos irmãos e não nossa. Todos somos chamados, por
vocação cristã, a servir. Isto não quer dizer servilismo, mas promoção da
pessoa humana”.
Neste sentido,
afirmou o Bispo de Roma, o santo povo de Deus, que caminha em Cuba, é um povo
que ama a festa, a amizade, as coisas belas. É um povo que caminha, que canta e
louva. É um povo que, apesar das feridas que tem como qualquer povo, sabe abrir
os braços, caminhar com esperança, porque se sente chamado para a grandeza. E o
Papa exortou:
“Convido-os a
cuidar desta vocação, a cuidar destes dons que Deus lhes deu, mas, sobretudo,
convido-os a cuidar e servir, de modo especial, da fragilidade dos seus irmãos.
Não se descuidem deles por causa dos seus projetos, que podem parecer
sedutores. Somos testemunhas da força da ressurreição de Jesus, para a
construção de um mundo novo”.
O Papa Francisco
terminou a sua homilia convidando o povo cubano a não se esquecer da Boa Nova
de hoje: a importância de um povo, de uma nação, de uma pessoa, que se baseia
no modo de servir seus irmãos mais frágeis e necessitados. Eis um dos frutos da
verdadeira humanidade, afirmou o Papa, que concluiu: “Quem não vive para
servir, não serve para viver”. (MT)
Assista:
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Papa aos jovens cubanos:
"Não parem de sonhar"
O
Papa Francisco se encontrou com os jovens no final da tarde deste domingo,
(20/9) no Centro Padre Félix Varela de Havana. No seu discurso improvisado, e
sob uma chuva fina, o Papa disse: “Não sei se em Cuba se usa a palavra
curvar-se, é isso o que eu lhes peço: não parem de sonhar. A capacidade de
sonhar é o que nos torna capazes de trabalhar por um mundo melhor. Quanto maior
é a capacidade de sonhar mais seremos capazes de realizar”.
Admiração e amor pelo Papa |
O Papa tocou o
tema da inimizade: “A inimizade social, destrói. Uma família se destrói pela
inimizade. O mundo se destrói pela inimizade. E a maior inimizade é a
guerra e hoje o mundo está sendo destruído por causa da guerra, porque não são
capazes de se sentar e conversar”. “O que podemos fazer?... não matem mais
pessoas” sugeriu ao Papa para que se discuta sobre as guerras”. “Há a morte na
alma porque estamos matando a capacidade de unir – acrescentou, dirigindo-se
aos jovens -. Sejam capazes de distanciar a inimizade social”.
“Na Europa –
disse ainda o Papa, mudando de tema – há uma inteira geração que não tem
esperança, porque não estuda e não trabalha. Eu me pergunto que país é aquele que
não oferece um futuro para os jovens”.
“Um povo, não
digo um governo, que não se preocupa com os jovens, que não inventa uma
possibilidade de trabalho para seus jovens, ele não tem um futuro”, continuou o
Papa descrevendo com pesar “os jovens incapazes de dar vida, de criar amizade
social, de criar uma pátria”, e que “obviamente, entram a fazer parte da
cultura do descarte: a cultura que não tem esperança, na qual se descarta o
idoso porque ele não produz, se pensa na eutanásia em certos países, mas
em outros existe uma eutanásia escondida, e se descartam os jovens”. “Esta
cultura do descarte – afirmou – está fazendo mal a todos, acaba com a
esperança, uma esperança que é sofrida, fadigosa e fecunda”. (SP)
Assista:
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Papa aos consagrados:
"Amem a pobreza como mãe!"
Havana (RV) - No
final da tarde deste domingo o Papa Francisco, após a visita de cortesia ao
Presidente Raúl Castro no Palácio da Revolução, dirigiu-se à Catedral da
Imaculada Conceição e San Cristóbal de Havana para a oração das Vésperas com
sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas. Antes porém, fez uma parada
não programada na Paróquia “A Rainha”, construída pelos jesuítas, e onde foi
saudado por alguns prelados e fiéis.
Consagração: expressão do amor de Deus |
A saudação do
Arcebispo de Havana, Cardeal Ortega y Alamino, que falou várias vezes em
“pobreza” e o testemunho de uma religiosa que falou dos “mais pequenos”, fez
com que o Santo Padre deixasse de lado a homilia preparada, e a pronunciasse de
forma espontânea: “Quando falam os profetas – e todos os sacerdotes são
profetas, todos os batizados e os consagrados são profetas”, devemos ouvi-los,
por isto entrego a homilia preparada ao cardeal e depois podem lê-la e
meditá-la” disse o Papa.
A pobreza, disse
o Papa, é “uma palavra muito incômoda, pois vai de contramão à “estrutura
cultural” do mundo”. “O espírito mundano – observou Francisco – não a conhece,
não a quer, a esconde, não por pudor, mas por desprezo. E se tem que pecar e
ofender a Deus para que não chegue a pobreza, o faz. O espírito do mundo não
ama o caminho do Filho de Deus, que se fez pobre, se fez nada, se humilhou para
ser um de nós”.
A pobreza também
deu medo ao jovem rico, que era tão generoso e observava os mandamentos, mas
ficou triste quando Jesus lhe pediu para que desse tudo aos pobres. “A pobreza,
tentamos escamoteá-la, seja por coisas razoáveis, mas falo de escamoteá-la no
coração”:
“Os bens são dom
de Deus. Mas quando entram no coração e começam a conduzir a vida, perdeste.
Não és como Jesus. Tens a segurança onde a tinha o jovem triste”.
Santo Inácio,
continuou o Papa, afirmando com bom humor “não querer fazer publicidade da
família”, dizia que a pobreza é o muro e a mãe da vida dos consagrados. Era o
muro por a protegia das mundanidades e a mãe porque dava mais confiança em
Deus:
“Quantas almas
destruídas, almas generosas, como a do jovem entristecido, que começaram bem e
depois foram se apegando o amor a esta mundanidade rica e terminaram mal,
medíocres, sem amor, pois a riqueza empobrece, e empobrece mal, nos tira o
melhor que temos, nos faz pobres na única riqueza que vale a pena, para colocar
a segurança em outro”.
Espírito da
pobreza
O espírito de
pobreza, de despojamento, de deixar tudo para seguir Jesus, não inventei eu -
disse o Santo Padre – aparece várias vezes no Evangelho.
Um amigo de
Bergoglio lhe contava que quando entra o espírito de riqueza, de mundanidade
rica no coração de um consagrado ou de uma consagrada, de um sacerdote, bispos,
de um Papa, quando alguém começa a juntar dinheiro, para garantir o futuro,
então “o futuro não está em Jesus, está em uma companhia de seguros do tipo
espiritual, que eu controlo. E quando uma Congregação religiosa começa a juntar
dinheiro, economizar, economizar, Deus é tão bom que manda um ecônomo
desastrado, que a faz quebrar:
“São as melhores
bênçãos de Deus a sua Igreja, os ecônomos desastrados, porque a fazem livre, a
fazem pobre. Nossa Santa Mãe Igreja é pobre, Deus a quer pobre, como quis pobre
a nossa Santa Mãe Maria. Amem a pobreza como mãe”.
O Papa disse que
faria bem “à nossa vida consagrada, à nossa vida presbiteral,
perguntar-se: “Como está meu espírito de pobreza? Como está meu
despojamento interior?”, recordando a primeira das Bem-aventuranças: “Felizes
os pobres de espírito, os que não estão apegados à riqueza, aos poderes deste
mundo”.
O Pontífice
falou a seguir nos “mais pequenos”, referidos pela irmã. “O mais pequeno é uma
frase de Jesus”, observou: “Aquilo que fizeste a um dos meus pequeninos, a mim
o fizeste”:
“Existem
serviços pastorais que podem ser mais gratificantes do ponto de vista
humano, sem serem maus ou mundanos, porém, advertiu, quando alguém busca a
preferência interior ao mais pequeno, aos mais abandonado, ao mais doente, ao
que não conta nada, ao que não quer nada, ao mais pequeno, e serve ao mais
pequeno, está servindo a Jesus de maneira superlativa. A vós mandaram onde não
querias ir”. (JE)
Assista:
Fonte: radiovaticana.va news.va
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