Papa Francisco:
A família nos salva da colonização do dinheiro
Cidade do
Vaticano (RV) – Cerca de 30 mil fiéis e peregrinos participaram da Audiência
Geral na Praça São Pedro com o Papa Francisco.
Esta quarta-feira
(16/09), sob céu encoberto, o Pontífice concluiu seu ciclo de reflexões sobre a
família, recordando que a Igreja está prestes a viver dois importantes eventos:
o Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia, e o Sínodo dos Bispos, em Roma.
Família de refugiados sírios chega à Grécia |
Para Francisco,
diante de uma sociedade administrada pela tecnocracia econômica, é necessária
uma nova aliança do homem e da mulher para emancipar os povos da “colonização
do dinheiro”. Esta aliança, defendeu o Papa, deve voltar a orientar a política,
a economia e a convivência civil.
Desta aliança, a
comunidade conjugal-familiar do homem e da mulher é a gramática gerativa. Deus
confiou à família não o cuidado de uma intimidade fim em si mesma, mas o
projeto de tornar “doméstico” o mundo. “Propriamente a família está no início,
na base desta cultura mundial que nos salva; nos salva de tantos ataques,
destruições, colonizações, como a do dinheiro e a das ideologias que tanto
ameaçam o mundo. A família é a base para defender-se”, disse o Papa.
Francisco
salientou que tudo o que acontece entre o homem e a mulher deixa marcas na
criação. Em concreto, o pecado original – a rejeição à bênção de Deus – adoeceu
o mundo. Mas, recordou, Deus nunca abandonou o homem; no livro do Gênesis, a
promessa feita à mulher parece garantir a cada nova geração uma bênção especial
para defender-se do maligno. “Existem muitos clichês, às vezes ofensivos, sobre
a mulher sedutora que inspira o mal. Ao invés, há espaço para um teologia da
mulher que seja à altura desta bênção de Deus para ela e a para geração!”,
defendeu.
Cristo, recordou
o Papa, nasceu de uma mulher. “É a carícia de Deus sobre as nossas chagas,
nosso erros e pecados. Mas Deus nos ama como somos e quer levar-nos avante com
este projeto, e a mulher é a mais forte a leva-lo avante.”
Por fim,
Francisco ressaltou que a promessa que Deus faz ao homem e à mulher inclui
todos os seres humanos até o fim da história. “Se tivermos fé suficiente, as
famílias dos povos da Terra se reconhecerão nesta bênção. Caminhando juntos,
sem fazer proselitismo”, disse o Papa, pedindo a bênção de Deus às famílias de
todos os ângulos da Terra. (BF)
Assista à integra da Audiência em português
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Francisco pede aos fiéis que rezem por sua próxima viagem
No próximo sábado (19/9), o Papa partirá para a sua 10ª viagem apostólica,
tocando desta vez Cuba e Estados Unidos. Nesta quarta-feira, aos milhares de
fiéis que lotaram a Praça São Pedro na última audiência geral antes da viagem,
o Pontífice pediu que rezassem por ele.
Rezemos pelo Santo Padre e pelo êxito de sua viagem |
“Uma missão à
qual me dedicarei com grande esperança. O motivo principal desta viagem é o
VIII Encontro Mundial das Famílias, a se realizar em Filadélfia. Irei também à
sede central da ONU, no septuagésimo aniversário desta instituição. Desde já,
comprimento com carinho os povos cubano e estadunidense que, conduzidos por
seus Pastores, se prepararam espiritualmente. Peço a todos que me acompanhem
com a oração, invocando a luz e a força do Espírito Santo e a intercessão de
Maria Santíssima, a Padroeira de Cuba Nossa Senhora do Cobre, e Padroeira dos
Estados Unidos, Imaculada Conceição”.
Ainda no próximo
sábado, em San Miniato (na região italiana da Toscana) será beatificado Pio
Alberto del Corona, Bispo daquela diocese falecido aos 75 anos em 1912,
fundador da Congregação das Irmãs Dominicanas do Espírito Santo.
Francisco
recordou o novo beato como um “zeloso guia e sábio mestre do povo a ele
confiado. Que o seu exemplo e sua intercessão ajudem a Igreja a caminhar no
espírito do Evangelho, gerando frutos de obras de bem”. (CM)
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Papa recorda a ministros preceitos contra mudanças climáticas
O Papa recebeu na manhã desta quarta-feira (16/9), um grupo de ministros do Meio Ambiente da União Europeia. Para contribuir com o debate, o Papa apresentou três aspectos fundamentais que desafiam os Países a tomarem atitudes concretas contra as mudanças ambientais.
Cuidemos da presente e das futuras gerações |
Ao recordar que o ministério do meio ambiente assumiu, nos últimos anos, uma posição de destaque nos governos, Francisco afirmou que essa responsabilidade requer uma colaboração eficaz ao interno da Comunidade internacional.
Às vésperas da declaração das Nações Unidas sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável e da Conferência do Clima de Paris, o Pontífice reiterou que os que mais sofrem com as mudanças climáticas são os mais pobres.
Solidariedade
Francisco fez um chamado à genuína solidariedade que, neste caso, quer dizer colocar em prática instrumentos eficazes que unam a luta contra o degrado ambiental com aquela contra a pobreza.
“Existem numerosas experiências positivas em tal direção. Trata-se, por exemplo, de desenvolvimento e transferência de tecnologias apropriadas, capazes de utilizar da melhor maneira os recursos humanos, naturais, socioeconômicos, grande parte destes acessível em nível local, para garantir uma sustentabilidade também a longo prazo”, explicou o Papa.
Justiça
Soma-se a isso o princípio da justiça, já explanado pelo Pontífice na encíclica Laudato si. Aqui, Francisco destacou a questão do “débito ecológico” existente entre o Norte e o Sul, ligado a desiquilíbrios comerciais com consequências também em âmbito ecológico.
“Devemos honrar este débito. Os Países ricos são chamados a contribuir, a resolver este débito dando um bom exemplo, limitando em modo importante o consumo de energia, provendo recursos aos Países mais necessitados para que possam promover politicas e programas de desenvolvimento sustentável”, afirmou o Papa.
Participação
Ao terminar sua reflexão, Francisco apresentou o preceito da participação que requer o envolvimento de todas as partes em causa, principalmente “daquelas que frequentemente ficam à margem dos processos decisórios”.
“Trata-se, obviamente, de um grande desafio cultural, espiritual e educativo. Solidariedade, justiça e participação para o respeito da nossa dignidade e para o respeito da criação”, concluiu o Papa ao garantir que da sua parte e da Santa Sé não faltará apoio para responder de maneira adequada tanto ao grito da Terra quanto ao grito dos pobres. (RB)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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