Morder a língua antes de falar mal dos outros
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco iniciou suas atividades esta sexta-feira (4/9)
celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta.
Em sua homilia,
ele comentou as leituras do dia, quando São Paulo mostra a identidade de Jesus,
que é o primogênito de Deus – e é o próprio Deus – e o Pai o enviou para
“reconciliar e pacificar” a humanidade depois do pecado. “A paz é obra de
Jesus” – disse o Papa – daquele seu “rebaixar-se para obedecer até a morte e
morte de Cruz. “E quando nós falamos de paz ou de reconciliação, pequenas
pazes, pequenas reconciliações, devemos pensar na grande paz e na grande
reconciliação” que “Jesus fez”. “Sem Ele, a paz não é possível. Sem Ele, a
reconciliação não é possível”. “A nossa tarefa – destacou Francisco – em meio
às “notícias de guerras, de ódio, inclusive nas famílias – é ser “homens e
mulheres de paz, homens e mulheres de reconciliação”:
Na graça de Deus, sejamos pacificadores, reconciliadores |
“E nos fará bem
nos perguntar: ‘Eu semeio paz? Por exemplo, com a minha língua, semeio paz ou
semeio intriga?’. Quantas vezes ouvimos dizer de uma pessoa: ‘Mas tem uma
língua de serpente!’, porque sempre faz o que o serpente fez com Adão e Eva,
destruiu a paz. E isto é um mal, esta é uma doença na nossa Igreja: semear a
divisão, semear o ódio, não semear a paz. Mas esta é uma pergunta que nos fará
bem fazê-la todos os dias: ‘Hoje eu semeei paz ou semeei intriga?’. ‘Mas, às
vezes, é preciso dizer as coisas porque aquele ou aquela…’: o que se semeia com
esta atitude?”.
Os cristãos,
portanto, são chamados a serem como Jesus, que “veio até nós para pacificar,
para reconciliar”:
“Se uma pessoa,
durante a sua vida, não faz outra coisa que reconciliar e pacificar ela pode
ser canonizada: aquela pessoa é santa. Mas devemos crescer nisto, devemos nos
converter: jamais uma palavra que seja para dividir, jamais, jamais uma palavra
que provoque guerra, pequenas guerras, jamais mexericos. Eu penso: o que
são as fofocas? Eh, nada, dizer uma palavrinha contra outra pessoa ou contar
uma história: ‘Aquela pessoa fez…’. Não! Fofocar é terrorismo, porque quem
fofoca é como um terrorista que joga a bomba e vai embora, destrói: destrói com
a língua, não promove a paz. Mas é esperto, eh? Não é um terrorista suicida,
não, não, ele se protege bem”.
O Papa
Francisco, então, repetiu uma pequena exortação:
“Todas as vezes
que me vier à boca a vontade de semear discórdia e divisão e falar mal do
outro... Morder a língua! Eu garanto, eh? Se fizerem este exercício de morder a
língua ao invés de semear discórdia, no início a língua vai inchar, ficar
ferida, porque o diabo nos ajuda nisso, pois é o seu trabalho: dividir”.
E então, o
Pontífice fez uma oração final: “Senhor, tu que deste a tua vida, dá-me a graça
de pacificar, de reconciliar. Tu derramastes o teu sangue, mas que eu não me
importe de a minha língua inchar um pouco se mordê-la antes de falar mal dos
outros”. (BF)
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Fonte: radiovaticana.va
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