Que os
padres sejam alegres como Dom Bosco
O Papa Francisco
inspirou sua homilia da Missa matutina celebrada na Casa Santa Marta a São João
Bosco, cuja memória é recordada hoje pela Igreja. O cerne de sua exortação é
que os sacerdotes não sejam funcionários, mas tenham a coragem de olhar a
realidade com olhos de homem e de Deus.
Cidade do
Vaticano - O Papa Francisco
celebrou a missa na Casa Santa Marta, nesta quinta-feira (31/01), e a sua
homilia foi sobre a figura de São João Bosco, que a Igreja recorda hoje.
O Pontífice
lembrou que no dia de sua ordenação, a mãe, uma mulher humilde e camponesa,
“que não tinha estudado na faculdade de teologia”, lhe disse: “Hoje, você
começará a sofrer”. Queria enfatizar uma realidade, mas também chamar a atenção
porque se o seu filho pensou que não haveria sofrimento, isso significava que
algo não estava certo. “É uma profecia de mãe”, uma mulher simples, mas com um
coração cheio do espírito. Para um sacerdote, o sofrimento é um sinal de que
tudo vai bem, mas não porque seja um “faquir”, mas pelo que Dom Bosco fez, que
teve a coragem de olhar a realidade com os olhos de homem e com os olhos de
Deus. “Ele, disse o Papa Francisco, “viu naquela época maçônica, anticlerical”,
de “uma aristocracia fechada, onde os pobres eram realmente os pobres, o
descarte, aqueles jovens nas ruas e disse: “Não pode ser!”.
“Olhou com os
olhos de homem, um homem que é irmão e pai também, e disse: “Mas não, isso não
pode ser assim! Esses jovens talvez acabarão sendo condenados e precisarão do
apoio de pe. Cafasso. Não, não pode ser assim”, se comoveu como homem e como
homem começou a pensar nas maneiras de fazer crescer os jovens, amadurecer os
jovens. Estradas humanas. E depois teve a coragem de olhar com os olhos de Deus
e ir até Deus e dizer: “Mostram-me isso... isso é uma injustiça... o que fazer
diante disso ... Você criou essas pessoas para uma plenitude e elas estão numa
verdadeira tragédia...”. E assim, olhando para a realidade com o amor de um
pai, pai e mestre, diz a liturgia de hoje, e olhando para Deus com os olhos de
um mendigo que pede algo de luz, começa a seguir em frente. ”
Pe. Giuseppe
Cafasso confortava os encarcerados, em Turim, no século XIX e muitas vezes
acompanhava até a forca, os condenados à morte. Ele ficou conhecido como “o
padre da forca” e foi um grande amigo de São João Bosco.
O sacerdote,
reiterou o Papa, deve ter “essas duas polaridades”: “olhar a realidade com os
olhos de homem e com os olhos de Deus”. Isso significa passar “muito tempo
diante do tabernáculo”.
“Olhar dessa
maneira fez-lhe ver o caminho, pois ele não foi com o Catecismo e o Crucifixo
somente, para dizer: “façam isso...”. Os jovens o teriam dito: “Deixa pra lá!
Nos vemos amanhã”. Não, não: ele estava próximo a eles, com a vivacidade deles.
Fez os jovens distrair, também em grupo, como irmãos. Ele foi, caminhou com
eles, ouviu com eles, viu com eles, chorou com eles e os levou adiante assim.
Um sacerdote que olha humanamente as pessoas, que está ao alcance de todos.”
O Papa enfatiza
assim, que os sacerdotes não devem ser funcionários ou empregados que recebem,
por exemplo, "das 15 às 17h30". "Temos tantos funcionários, bons
- continua ele - que fazem o seu trabalho, como devem fazer os funcionários.
Mas o padre não é um funcionário, não pode sê-lo".
Francisco então
exorta a olhar com os olhos de homem e "virá a você aquele sentimento,
aquela sabedoria de entender que são seus filhos, seus irmãos. E depois, ter
coragem de ir e lutar lá: o sacerdote é alguém que luta ao lado de Deus".
O Papa sabe que
“sempre existe o risco de olhar muito o humano e nada o divino, ou muito o
divino e nada o humano", mas "se não arriscarmos, não faremos nada na
vida", adverte.
Um pai, de fato,
arrisca pelo filho, um irmão se arrisca por um irmão quando existe amor. Isso
certamente comporta sofrimentos, começam as perseguições, a tagarelice:
"Este padre está lá, na rua", com aqueles jovens mal-educados que
"quebram o vidro da janela com a bola".
O Papa então
agradece a Deus por nos ter dado São João Bosco que, que desde criança começou
a trabalhar, sabia o que era ganhar o pão a cada dia e havia entendido o que
era a piedade, "qual era a verdadeira piedade". Este homem - sublinha
ainda Francisco ao concluir - teve de Deus um grande coração de pai e mestre:
“E qual é o
sinal de que um padre está fazendo bem, olhando para a realidade com os olhos
de homem e com os olhos de Deus? A alegria. A alegria. Quando um padre não
encontra alegria por dentro, pare imediatamente e pergunte o por quê. E a
alegria de Dom Bosco é conhecida: é o mestre da alegria, hein! Porque ele fazia
os outros se alegrarem e ele mesmo se alegrava. E ele próprio sofria. Peçamos
ao Senhor, por intercessão de Dom Bosco, hoje, a graça de que os nossos
sacerdotes sejam alegres: alegres porque têm o verdadeiro sentido de olhar para
as coisas da pastoral, o povo de Deus com os olhos de homem e com os olhos de
Deus”.
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Papa sobre a Viagem aos
Emirados Árabes:
A fé une, não divide
Foi divulgada nesta quinta-feira (31/01) a mensagem do Papa Francisco às vésperas de sua viagem aos
Emirados Árabes Unidos, de 3 a 5 de fevereiro.
Cidade do
Vaticano - A fé em Deus “une e não divide, aproxima não obstante a distinção,
afasta da hostilidade e da aversão": este é um trecho da mensagem do Papa
Francisco divulgada às vésperas de sua viagem aos Emirados Árabes Unidos, de 3
a 5 de fevereiro.
Respeito das
diversidades
“Somos irmãos
mesmo sendo diferentes”, afirma o Papa, saudando em árabe a população do país:
“Al Salamu Alaikum, a paz esteja convosco”. Francisco se declara “feliz” em
visitar os Emirados Árabes Unidos, uma “terra que – destaca o Pontífice – busca
ser um modelo de convivência, de fraternidade humana e de encontro entre as
diferentes civilizações e culturas, onde muitos encontram um lugar seguro para
trabalhar e viver livremente, no respeito das diversidades”.
Verdadeira
riqueza
O Pontífice se
prepara para encontrar um povo “que vive o presente com o olhar voltado ao
futuro”, citando o fundador dos Emirados Árabes Unidos o Xeque Zayed, que
declarava que a verdadeira riqueza “não reside somente nos recursos materiais”,
mas nos “homens”, “nas pessoas que constroem o futuro de sua nação”.
Fraternidade
humana
Francisco
agradece ao Xeque Mohammed bin Zayed bin Sultan Al Nahyan pelo convite a
participar “do encontro inter-religioso sobre o tema ‘Fraternidade humana’”,
que se realizará na segunda-feira à tarde no Founder’s Memorial de Abu Dhabi.
Na ótica da
viagem, cujo lema é extraído da oração atribuída a São Francisco de Assis:
“Senhor, faz de mim um instrumento da sua paz”, o Papa define-se ainda “grato”
às demais autoridades dos Emirados Árabes Unidos “pela ótima colaboração, a
generosa hospitalidade e o fraterno acolhimento oferecidos nobremente para
realizar” a visita.
O Grande Imã de
Al-Azhar
Por fim, o Santo
Padre agradece ao “amigo e querido irmão o Grande Imã de Al-Azhar, Dr. Ahmed
Al-Tayeb, e aos que colaboraram na preparação do encontro” pela “coragem” e a
“vontade” de afirmar a capacidade da fé em Deus, que une e não divide. Com
“alegria”, conclui Francisco, "me preparo para encontrar e saudar ‘eyal
Zayid fi dar Zayid, os filhos de Zayid na casa de Zayid”, uma terra “de
prosperidade e de paz”, “de sol e de harmonia”, “de convivência e de encontro”.
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Assista:
Fonte: vaticannews.va
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