Para amar
a Deus, é preciso amar o irmão
Francisco
inspirou sua homilia na Primeira Leitura, em que o Senhor nos pede concretude
no amor.
Cidade do Vaticano - Para amar a Deus
concretamente, é preciso amar os irmãos, isto é, rezar por eles, simpáticos e
antipáticos, inclusive pelo inimigo. Na homilia desta manhã (10/01) na capela
da Casa Santa Marta, o Papa fez um forte apelo ao amor. Quem nos dá a força
para amar assim é a fé, que vence o espírito do mundo.
O espírito do
mundo é mentiroso
A reflexão de
Francisco se inspirou na Primeira Carta de São João apóstolo (1Jo 4,19 - 5,4)
proposta pela Liturgia do dia. O apóstolo João, de fato, fala de “mundanidade”.
Quando diz: “Quem foi gerado por Deus é capaz de vencer o mundo” está falando
da “luta de todos dias” contra o espírito do mundo, que é “mentiroso”, é um
“espírito de aparências, sem consistência”, enquanto “o Espírito de Deus é
verdadeiro”.
“O espírito do
mundo é o espírito da vaidade, das coisas que não têm força, que não têm
fundamento e que acabarão”, destacou Francisco. Como os doces de Carnaval, os
crêpes – chamados em dialeto de “mentiras” – não são consistentes, mas “cheios
de ar”, isto é, do espírito do mundo.
O espírito do
mundo divide sempre
O apóstolo nos
oferece o caminho da concretude do espírito de Deus: dizer e fazer são a mesma
coisa. “Se você tem o Espírito de Deus” – recordou o Papa –, fará coisas boas.
E o apóstolo João diz uma coisa “cotidiana”: “Quem não ama o seu irmão, a quem
vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê”. “Se você não é capaz de amar algo
que vê, como conseguirá amar algo que não vê? Isso é a fantasia”, destacou o
Papa, exortando a amar “o que se vê, se pode tocar, que é real. E não as
fantasias, que não se veem”.
Se você não é
capaz de amar a Deus no concreto, não é verdade que você ama a Deus. E o
espírito do mundo é um espírito de divisão e quando se infiltra na família, na
comunidade, na sociedade sempre cria divisões: sempre. E as divisões crescem e
vêm o ódio e a guerra … João vai além e diz: “Se alguém diz ‘Amo a Deus', mas
entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso”, isto é, é filho do espírito do
mundo, que é pura mentira, pura aparência. E isso é algo sobre o qual nos fará
bem refletir: eu amo a Deus? Mas vamos fazer uma comparação e ver como você ama
o seu irmão: vamos ver como você o ama.
O Papa então
indicou três sinais que indicam que não amo o irmão. Antes de tudo, Francisco
exortou a rezar pelo próximo, também por aquela pessoa que é antipática e sei
que não me quer bem, também por aquela que me odeia, pelo inimigo, como disse
Jesus. Se não rezo, “é um sinal que você não ama”:
O primeiro
sinal, pergunta que todos devemos fazer: eu rezo pelas pessoas? Por todas, concretas,
as que são simpáticas e antipáticas, por aquelas amigas e não são amigas.
Primeiro. Segundo sinal: quando eu sinto dentro de mim sentimentos de ciúme, de
inveja e quero desejar o mal ou não... é um sinal que não ama. Pare ali. Não
deixar crescer esses sentimentos: são perigosos. Não deixá-los crescer. E
depois o sinal mais cotidiano de que eu não amo o próximo e, portanto, não
posso dizer que amo a Deus, é a fofoca. Vamos colocar no coração e na cabeça:
se eu faço fofocas, não amo a Deus porque com as fofocas estou destruindo
aquela pessoa. As fofocas são como balas de mel, que são saborosas, uma chama a
outra e depois o estômago se consuma, com tantas balas... Porque é bom, é
“doce” fofocar, parece uma coisa bela, mas destrói. E este é um sinal de que
você não ama.
A necessidade da
fé
Se uma pessoa
deixa de fofocar na sua vida, “eu diria que é muito próxima a Deus”, porque –
explicou Francisco – não fofocar “protege o próximo, protege Deus no próximo”.
E o espírito do
mundo se vence com este espírito de fé: acreditar que Deus está no meu irmão,
na minha irmã. A vitória que venceu o mundo é a nossa fé. Somente com tanta fé
é possível percorrer esta estrada, não com pensamentos humanos de bom senso …
não, não: não são necessários. Ajudam, mas não servem nesta luta. Somente a fé
nos dará a força para não fofocar, para rezar por todos, inclusive pelos
inimigos e de não deixar crescer os sentimentos de ciúme e de inveja. O Senhor,
com este trecho da Primeira Carta de São João apóstolo, nos pede concretude no
amor. Amar a Deus: mas se você não ama seu irmão, não pode amar a Deus. E se
você diz amar o seu irmão, mas na verdade não o ama, o odeia, você é um
mentiroso.
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Assista:
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Fonte: vaticannews.va
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