O Papa Francisco
enviou uma carta a Dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para
a Vida por ocasião do 25º aniversário da sua instituição, em 11 de fevereiro de
1994.
Cidade do Vaticano - O Papa inicia a Carta falando sobre a comunidade humana e sobre sua criação a partir do sonho de Deus, sublinhando que “no mistério da geração a grande família da humanidade pode reencontrar a si mesma”.
Paixão de Deus
pela criatura humana
O Pontífice
evidencia também que “devemos restituir importância a esta paixão de Deus pela
criatura humana e o seu mundo”, criatura que foi feita por Deus à sua “imagem”
– “homem e mulher” criatura espiritual e sensível, consciente e livre. “A
relação entre o homem e a mulher é o ponto eminente no qual toda a criação
torna-se interlocutora de Deus e testemunha do seu amor”, acrescentou o Papa.
Por isso, escreve o Papa, no nosso tempo a Igreja é chamada a relançar com
força o humanismo da vida que irrompe desta paixão de Deus pela criatura
humana.
Bem-estar
individual e coletivo
Outro ponto
citado pelo Pontífice refere-se à degradação do ser humano e o paradoxo com o
progresso. O Papa explica:
“A distância
entre a obsessão pelo próprio bem-estar e a felicidade compartilhada de toda
humanidade parece ampliar-se cada vez mais: chegando-se a pensar que entre o
indivíduo e a comunidade humana esteja em curso um verdadeiro cisma”
Francisco
acrescenta depois que se “trata de uma verdadeira cultura – ou melhor
anti-cultura – da indiferença pela comunidade: hostil aos homens e às mulheres
e aliada à prepotência do dinheiro”.
O Papa se
pergunta ainda: como pôde acontecer este paradoxo? No momento que o mundo tem
maiores disponibilidades de riquezas econômicas e tecnológicas aparecem nossas
divisões mais agressivas e vive-se uma degradação espiritual, – poderíamos
dizer niilismo – no qual o mundo é submetido a esse paradoxo.
Uma escuta
responsável
“O povo cristão
ouvindo o grito de sofrimento dos povos, deve reagir aos espíritos negativos
que fomentam divisões, indiferenças e hostilidade” exorta o Papa depois de
apresentar o quadro atual da condição humana. Após destacou a necessidade de se
inspirar no ato do amor de Deus, Francisco escreve: “A Igreja deve ser a primeira
a reencontrar a beleza desta inspiração e fazer a sua parte, com renovado
entusiasmo”.
Construir uma
fraternidade universal
O Santo Padre
sugere que
“É tempo de
relançar uma nova visão para o humanismo fraterno e solidário das pessoas e dos
povos colocando em primeiro lugar a criatura humana”
“Para esta
missão há como sinais de encorajamento a ação de Deus nos nossos dias”,
continua o Pontífice. Os sinais “devem ser reconhecidos evitando que o
horizonte seja obscurado pelos aspectos negativos”.
O futuro da
Academia
Falando sobre o
futuro da Academia Pontifícia afirmou que, “antes de tudo devemos conhecer a
língua e as histórias dos homens e das mulheres do nosso tempo, colocando o
anúncio do Evangelho na experiência concreta” – “para colher o sentido da vida
humana, a experiência à qual devemos nos referir é a que se pode reconhecer na
dinâmica da geração”. O Papa sublinha ainda: “Viver significa necessariamente
ser filhos, acolhidos e cuidados, mesmo se algumas vezes de modo inadequado”.
O Pontífice
exortou então o trabalho da Pontifícia Academia: “Não tenham medo de elaborar
argumentações e linguagens que sejam utilizadas em um diálogo intercultural e
interreligioso, assim como interdisciplinar”.
Fraternidade
Francisco
conclui reiterando a necessidade de “reconhecer que a fraternidade permanece
sendo a promessa não cumprida da modernidade”. “A força da fraternidade, que a
adoração de Deus em espírito e verdade gera entre os homens, é a nova fronteira
do cristianismo”.
..................................................................................................................................................
Fonte: vaticannews.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário