Papa Francisco
já está em Roma
O avião Boeing
787 Avianca trazendo a bordo o Pontífice chegou na manhã de segunda-feira a
Roma. Depois de intensos quatro dias no Panamá, o Papa se prepara agora para
uma nova missão: os Emirados Árabes Unidos.
Cidade do
Vaticano - O avião trazendo
a bordo o Papa Francisco aterrissou ao aeroporto romano de Ciampino às 11h15,
hora local. Assim que chegou, o Santo Padre foi diretamente para a Basílica de
Santa Maria Maior, onde se recolheu em oração diante do ícone "Salus
Popoli Romani", em agradeicmento pelo bom êxito de sua missão.
O Pontífice
encerra assim sua 26 viagem apostólica internacional, que o levou ao Panamá
para a Jornada Mundial da Juventude. Esta foi a
primeira de muitas visitas previstas para este ano de 2019.
Emirados Árabes
Unidos
Daqui menos de
uma semana, o Papa embarca para uma nova missão, desta vez nos Emirados Árabes
Unidos.
Francisco
chegará à cidade de Abu Dhabi na noite de domingo, 3 de fevereiro, permanecendo
na cidade até terça-feira, dia 5.
Entre os
compromissos, a reunião com os membros do Conselho Muçulmano dos Anciãos, um
encontro inter-religioso e a celebração da Santa Missa.
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Papa na Coletiva de Imprensa durante voo de retorno:
“No confessionário entendi o drama do aborto”
Francisco no voo
de retorno do Panamá: "Às mulheres que têm essa angústia eu digo: seu
filho está no céu, fale com ele, cante a canção de ninar que você não pôde
cantar a ele". Para a Venezuela pede uma solução pacífica:
"Assusta-me o derramamento de sangue". No encontro de fevereiro para
a proteção dos menores: "devemos nos conscientizar sobre o drama e ter
protocolos, os bispos devem saber o que fazer".
Cidade do
Vaticano - Para entender o drama do aborto é preciso estar no confessionário e
ajudar as mulheres a se reconciliarem com o filho não nascido. Para ser Papa é
preciso "sentir" as pessoas, ferir-se nos encontros que se realiza,
ferir-se com pessoas que nos atingem com suas histórias e seus dramas, levando
tudo diante do Senhor para que os confirme na fé. No encontro de fevereiro
sobre a proteção de menores, será necessário "tomar consciência" do
que significam um menino ou uma menina abusados, para ficar do lado daqueles
que sofreram essa violência terrível. E nessa idêntica perspectiva está a
preocupação pela Venezuela, que leva Francisco a pedir uma solução pacífica e
evitar o derramamento de sangue. O Papa, que disse estar "destruído"
pela intensidade de uma viagem na qual não se poupou, dialoga por cinquenta
minutos com os jornalistas no voo que o trouxe de volta a Roma, na primeira
coletiva de imprensa guiada pelo diretor interino da Sala de Imprensa da Santa
Sé, Alessandro Gisotti.
Pergunta: Qual o impacto
que sua missão teve no Panamá? Que impacto lhe provocou?
Papa Francisco: "Minha
missão em uma Jornada Mundial da Juventude é a missão de Pedro, confirmar na fé
e isso não com mandatos" frios "ou preceptivos, mas deixando-me tocar
o coração e respondendo ao que acontece ali. Eu a vivo assim, custa-me pensar
que alguém possa realizar uma missão só com a cabeça. Para realizar uma missão
você deve sentir, e quando sente, você é atingido. Isso afeta sua vida, você é
atingido por problemas. No aeroporto eu estava saudando o Presidente e
trouxeram um menino de cor, simpático, pequeno assim. E ele me disse:
"Olha, essa criança estava atravessando a fronteira da Colômbia, sua mãe
morreu, e ele ficou sozinho. Ele tem cinco anos de idade. Vem da África, mas
ainda não sabemos de qual país porque não fala inglês, nem português, nem francês.
Ele fala apenas a língua da sua tribo. Nós em certo sentido o adotamos". O
drama de uma criança abandonada pela vida, porque sua mãe morreu e um policial
a entregou às autoridades para tomar conta dela, afeta você, e assim a missão
começa a tomar cor, faz você dizer algo, faz você acariciar. A missão sempre
envolve você. Pelo menos a mim envolve. Eu sempre digo aos jovens: vocês, o que
fazem na vida, devem fazer caminhando e com as três linguagens: a da cabeça, a
do coração, e a das mãos. E as três linguagens harmonizadas, de modo que vocês
pensem o que sentem e o que fazem, sintam o que pensam e o que fazem, façam o
que sentem e o que pensam. Eu não posso fazer um balanço da missão. Com tudo
isso eu vou diante do Senhor para rezar, às vezes adormeço diante do Senhor,
mas levo todas essas coisas que vivi na missão e peço a Ele para confirmá-los
na fé através de mim. É assim que eu procuro viver a missão de Papa e como eu a
vivo."
Pergunta: A JMJ no
Panamá correspondeu às suas expectativas?
Papa Francisco: "Sim, o
termômetro é a fadiga e eu estou destruído."
Pergunta: Existe um
problema que é comum em toda a América Central, incluindo o Panamá e
grande parte da América Latina: gravidez precoce. Só no Panamá foram dez mil no
ano passado. Os detratores da Igreja Católica culpam-na por resistir à educação
sexual nas escolas. Qual é a opinião do Papa?
Papa Francisco: "Creio
que nas escolas é preciso dar educação sexual. Sexo é um dom de Deus não é um
monstro. É o dom de Deus para amar e se alguém o usa para ganhar dinheiro ou
explorar o outro, é um problema diferente. Precisamos oferecer uma educação
sexual objetiva, como é, sem colonização ideológica. Porque se nas escolas se
dá uma educação sexual embebida de colonizações ideológicas, destrói a pessoa.
O sexo como dom de Deus deve ser educado, não rigidamente. Educado, de "educere", para fazer emergir o melhor da pessoa e acompanhá-la no caminho. O problema está nos responsáveis pela educação, seja a nível nacional, seja local, como também em cada unidade escolar: quem são os
professores para isso, que livros de textos usar... Eu vi de todos os tipos, há
coisas que amadurecem e outras que causam danos. Digo isso sem entrar nos
problemas políticos do Panamá: precisamos dar educação sexual para as crianças.
O ideal é que comecem em casa, com os pais. Nem sempre é possível por causa de
muitas situações familiares, ou porque não sabem como fazê-lo. A escola
compensa isso e deve fazê-lo, caso contrário, resta um vazio que é preenchido
por qualquer ideologia."
Pergunta: Nestes dias o
senhor falou com várias pessoas e muitos jovens. Falou também com os jovens que
se distanciaram da Igreja. Quais são os motivos que os afastaram?
Papa Francisco: “São muitos,
alguns são pessoais. Mas o mais geral é a falta de testemunho dos cristãos, dos
padres e dos bispos. Não digo dos Papas porque seria demais, mas ... também. Se
um pastor é um empreendedor ou organizador de um plano pastoral, se não está
próximo das pessoas, não dá um testemunho de pastor. O pastor deve estar com as
pessoas. O pastor deve estar na frente do rebanho, para indicar o caminho, no meio
do rebanho para sentir o cheiro das pessoas e entender o que as pessoas sentem
e o que precisam. Deve estar atrás do rebanho para proteger a retaguarda. Mas
se um pastor não vive com paixão, as pessoas se sentem abandonadas ou sentem um
certo sentido de desprezo. Sentem-se órfãs. Falei sobre os pastores, mas há
também os cristãos, os católicos. Existem os católicos hipócritas que vão à
missa todos os domingos e não pagam o décimo terceiro, pagam por fora, exploram
as pessoas. Depois, vão ao Caribe de férias com o que explorou das pessoas. Se
você faz isso, dá uma contratestemunho. A meu ver, isso é o que distancia mais
as pessoas da Igreja. Sugeriria aos leigos: não diga que é católico se não dá
testemunho. Em vez disso, você pode dizer: venho de uma educação católica, mas
sou morno, sou mundano, peço desculpa, não me olhem como exemplo. Isso é o que
se deve dizer. Tenho medo de católicos assim, que acreditam ser perfeitos. A
história se repete, o mesmo aconteceu com Jesus com os doutores da Lei que rezavam,
dizendo: “Obrigado, Senhor, por não ser como esses pecadores.”
Pergunta: Vimos por quatro
dias os jovens rezar com muita intensidade, podemos pensar que muitos tenham a
vocação. Talvez alguns deles estão hesitando, porque não podem se casar. É
possível que o senhor permita aos homens casados se tornarem padres na Igreja
católica de rito latino, como acontece nas Igrejas orientais?
Papa Francisco: “Na Igreja
católica de rito oriental eles podem fazer isso se fazem a opção celibatária ou
de esposo antes do diaconato. Quanto ao rito latino, lembro-me de uma frase de
São Paulo VI: “Prefiro dar a vida antes de mudar a lei do celibato”. Isso me
veio em mente e quero afirmá-lo porque é uma frase corajosa. Ele disse isso em
1968-1970, num momento mais difícil do que o atual. Pessoalmente, penso que o
celibato seja um dom para a Igreja e não concordo em permitir o celibato
opcional. Não. Permaneceria alguma possibilidade nos lugares mais distantes,
penso nas ilhas do Pacífico, mas é algo em que pensar quando há necessidade
pastoral. O pastor deve pensar nos fiéis. Existe um livro do pe. Lobinger,
interessante. É algo em discussão entre os teólogos, não há uma decisão minha.
A minha decisão é: não ao celibato opcional antes do diaconato. É uma coisa
minha, pessoal. Eu não o farei, isso é claro. Sou fechado? Talvez, mas não me
sinto de colocar-me diante de Deus com esta decisão. Padre Lobinger diz: “A
Igreja faz a eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja. Mas onde não há Eucaristia
há comunidade, pense nas ilhas do Pacífico. Lobinger pergunta: quem faz a
Eucaristia? Os diretores e organizadores dessas comunidades são diáconos,
religiosas ou leigos. Lobinger diz ainda: se poderia ordenar sacerdote um idoso
casado, esta é a sua tese. Mas que exercite apenas o munus sanctificandi, isto
é, celebre a missa, administre o Sacramento da Reconciliação e dê a unção dos enfermos.
A ordenação sacerdotal dá os três munera: o munus regendi (o pastor que guia),
o munus docendi (o pastor que ensina) e o munus sanctificandi. O bispo só lhe
daria a licença para o munus sanctificandi. Esta é a tese. O livro é
interessante e talvez isso possa ajudar a responder o problema. Acredito que o
tema deve ser aberto nesse sentido para os lugares onde existe um problema
pastoral, por falta de sacerdotes. Não digo que deve ser feito, eu não refleti,
não rezei o suficiente sobre isso. Mas os teólogos debatem sobre isso, devem
estudar. Estava conversando com um oficial da Secretaria de Estado, um bispo
que teve que trabalhar num país comunista no início da revolução. Quando viram
como essa revolução chegava nos anos 50, os bispos ordenaram secretamente
camponeses, bons e religiosos. Depois que a crise passou, trinta anos depois, a
coisa se resolveu. Ele me contou a emoção que sentiu quando numa celebração viu
esses camponeses com mãos de camponeses colocarem suas vestes para concelebrar
com os bispos. Na história da Igreja isso se verificou. É algo a ser pensado e
sobre o qual rezar. Por fim, me esqueci de citar o Anglicanorum coetibus, de
Bento XVI, para os sacerdotes anglicanos que se tornaram católicos, mantendo
suas vidas como se fossem orientais. Lembro-me ter visto muitos deles com o
colarinho clerical e com mulheres e crianças numa audiência de quarta-feira.”
Pergunta: Durante a
Via-Sacra um jovem pronunciou palavras muito fortes sobre o aborto: “Há um
túmulo que brada ao céu e denuncia a terrível crueldade da humanidade, é o
túmulo que se abre no ventre das mães... Deus nos conceda defender com firmeza
a vida e fazer de modo que as leis que matam a vida sejam eliminadas para
sempre”. Trata-se de uma posição muito radical. Gostaria de saber se essa posição
respeita também o sofrimento das mulheres nesta situação e se corresponde à sua
mensagem de misericórdia.
Papa Francisco: “A mensagem da
misericórdia é para todos, inclusive para a pessoa humana que é gestante. Após
este falimento, há também a misericórdia. Mas uma misericórdia difícil, porque
o problema não é conceder o perdão, mas acompanhar uma mulher que tomou
consciência de ter abortado. São dramas terríveis. Uma mulher quando pensa
naquilo que fez... É preciso estar no confessionário, ali deve dar consolação e
por isso concedi a todos os padres a faculdade de absolver o aborto, por
misericórdia. Muitas vezes, mas sempre, elas devem “encontrar-se” com o filho.
Quando choram e têm essa angústia eu muitas vezes as aconselho assim: seu filho
está no céu, fale com ele, cante-lhe o nana neném que não pôde
cantar-lhe. E ali se encontra um caminho de reconciliação da mãe com o filho.
Com Deus já existe a reconciliação, Deus perdoa sempre. Mas ela também deve
elaborar o ocorrido. O drama do aborto, para ser bem entendido, você precisa
estar num confessionário. É terrível.”
Pergunta:O senhor disse
no Panamá fazer-se muito próximo dos venezuelanos e pediu uma solução justa e
pacífica, no respeito pelos direitos humanos de todos. Os venezuelanos querem
entender: o que significa? A solução passa mediante o reconhecimento de Juan
Guaidó que foi apoiado por muitos países? Outros pedem eleições livres em breve
tempo. O povo quer ouvir seu apoio, sua ajuda e seu conselho.
Papa Francisco: “Eu apoio neste
momento todo o povo da Venezuela porque está sofrendo, os de um lado e os do
outro. Se eu ressaltasse aquilo que diz este ou aquele país, estaria me
expressando sobre algo que não conheço, seria uma imprudência pastoral de minha
parte e seria danoso. As palavras que eu disse foram por mim pensadas e
repensadas. E creio que com elas expressei a minha proximidade, aquilo que
sinto. Eu sofro com o que está acontecendo neste momento na Venezuela e por
isso peço que haja uma solução justa e pacífica. O que me espanta é o
derramamento de sangue. E peço grandeza na ajuda por parte daqueles que podem
ajudar a resolver o problema. O problema da violência me aterroriza, após todo
o processo de paz na Colômbia, pensem naquele atentado outro dia na escola dos
cadetes, algo terrificante. Por isso devo ser... não gosto da palavra
“equilibrado”, quero ser pastor e se há necessidade de uma ajuda, que peçam de
comum acordo.”
Pergunta: Uma jovem
estadunidense contou-nos que durante seu almoço com os jovens o senhor lhe
falou da dor pela crise dos abusos. Muitos católicos estadunidenses se sentem
traídos e abatidos após as notícias de abusos e acobertamentos por parte de
alguns bispos. Quais são suas expectativas e esperanças para o encontro de
fevereiro, a fim de que a Igreja possa reconstruir a confiança?
Papa Francisco: “A ideia deste
encontro nasceu no C9 porque nós vimos que alguns bispos não entendiam bem ou
não sabiam o que fazer ou faziam uma coisa boa e outra errada. Sentimos a
responsabilidade de dar uma “catequese” sobre esse problema às conferências
episcopais e por isso os presidentes dos episcopados foram chamados. Primeiro:
que se tome consciência do drama, de que se trata de um menino ou uma menina
vítimas de abuso. Recebo regularmente pessoas vítimas de abuso. Recordo uma
pessoa: 40 anos sem poder rezar. É terrível, o sofrimento é terrível. Segundo:
que saibam o que deve ser feito, qual é o procedimento. Porque às vezes o bispo
não sabe o que fazer. É algo que cresceu muito forte e não chegou a todos os
lugares. E ademais, que sejam feitos programas gerais, mas que cheguem a todas
as conferências episcopais sobre aquilo que o bispo deve fazer, e aquilo que
devem fazer o arcebispo metropolitano e o presidente da conferência episcopal.
Que haja protocolos claros. Esse é o objetivo principal. Mas antes das coisas
que devem ser feitas, é preciso tomar consciência. No encontro se rezará,
haverá alguns testemunhos para se tomar consciência, alguma liturgia
penitencial para pedir perdão por toda a Igreja. Estão trabalhando bem na
preparação do encontro. Permito-me dizer ter percebido uma expectativa de certo
modo exagerada. É preciso moderar as expectativas em relação a estes pontos que
lhes disse, porque o problema dos abusos continuará, é um problema humano, em
todos os lugares. Outro dia li uma estatística. Diz: 50% dos casos é
denunciado, e somente para 5% destes casis há uma condenação. É terrível. É um
drama humano do qual tomar consciência. Também nós, resolvendo o problema na
Igreja, ajudaremos a resolvê-lo na sociedade e nas famílias, onde a vergonha
cobre tudo. Mas primeiro devemos tomar consciência e ter os protocolos.”
Pergunta: O senhor disse
que é absurdo e irresponsável considerar os migrantes como portadores do mal
social. Na Itália as novas políticas sobre os migrantes levaram ao fechamento
do centro de acolhida “Castelnuovo di Porto”, que o senhor conhece bem. No
Centro havia claros sinais de integração, as crianças frequentavam a escola e
agora correm o risco de marginalização.
Papa Francisco: “Ouvi falar
sobre o que estava acontecendo na Itália, mas estava imerso nesta viagem. Não
conheço os fatos com precisão, mas posso imaginá-los. É verdade, o problema é
muito complexo. É preciso memória. Devemos nos perguntar se a minha pátria é
formada por migrantes. Nós, argentinos, somos todos migrantes. Os Estados
Unidos, todos migrantes. Um bispo escreveu um artigo muito bonito sobre o
problema da falta de memória. Usou palavras que eu uso: receber, o coração
aberto para receber. Acompanhar, ajudar a crescer e integrar. O governante deve
usar a prudência, porque a prudência é a virtude dos que governam. É uma
equação difícil. Recorda-me o exemplo sueco, que nos anos 1970, com as
ditaduras na América Latina recebeu muitos imigrantes, e todos foram integrados
na sociedade. Recordo também do trabalho que é feito pela Comunidade de Santo
Egídio, por exemplo: preocupa-se em logo integrar os migrantes. Mas no ano
passado os suecos disseram: teremos que diminuir a entrada porque não
conseguimos completar o percurso de integração. E esta é a prudência do
governante. É um problema de caridade, de amor, de solidariedade. Reitero que as
nações mais generosas em receber foram a Itália e a Grécia e um pouco também a
Turquia. A Grécia foi muito generosa assim como a Itália, muito mesmo. É
verdade que se deve pensar com realismo. Também tem outra coisa: um modo de
resolver o problema das migrações é ajudar os países de onde vêm os migrantes.
Eles vêm por causa da fome ou da guerra. A Europa tem a possibilidade de
investir onde há fome, e este é um modo de ajudar aqueles países a crescerem.
Mas há sempre aquela imaginação popular que temos na inconsciência: a África
deve ser explorada! Isso pertence à história e faz mal! Os migrantes do Oriente
Médio encontraram outras saídas: O Líbano é uma maravilha em sua generosidade,
hospeda mais de um milhão de sírios. A Jordânia, faz o mesmo. E fazem o que
pode, tentando integrá-los. A Turquia também recebeu migrantes. Nós também, na
Itália recebemos alguns. É um problema complexo sobre o qual deve-se falar sem
preconceitos.”
“Agradeço a
todos pelo seu trabalho – concluiu o Papa – gostaria de dizer uma coisa sobre o
Panamá: ali senti um novo sentimento, veio-me esta palavra: o Panamá uma nação
nobre. Encontrei nobreza. E também gostaria de dizer outra coisa, que nós na
Europa, não vemos o que eu vi no Panamá. Vi pais que erguiam seus filhos nos
braços e diziam: esta é a minha vitória, este é o meu orgulho, este é o meu
futuro. No inverno demográfico que vivemos na Europa – e na Itália é abaixo de
zero – deve nos fazer pensar. Qual é o meu orgulho? O turismo, as férias, a
casa, o cachorrinho? Ou o filho?."
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Fonte: vaticannews.va
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