serão eixo central da atuação pastoral da Igreja no Brasil
Na próxima
Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), marcada
para o mês de maio de 2019, em Aparecida (SP), serão aprovadas as Diretrizes
Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019-2023.
O foco do texto em preparação para este momento é a atuação da Igreja no mundo
urbano. Esta reflexão, já está presente em vários ambientes eclesiais, como o
regional Leste 2 da CNBB, que compreende os estados de Minas Gerais e Espírito
Santo.
A temática
também foi trabalhada no 14º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base
(CEBs), realizado em 2018. Dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina (PR) e
vice-presidente do regional Sul 2, defendeu a necessidade atualizar as
diretrizes com o enfoque a atuação da Igreja na realidade urbana.
O bispo disse
ser necessário levar em consideração as reflexões produzidas no XIV
Intereclesial de Cebs e sobre o Encontro dos Bispos das Metrópoles. “É muito
importante que o documento aprofunde a questão das periferias e, sobretudo, do
que estamos chamando de ‘periferias existenciais’. Lá, a Igreja precisa atuar
com a caridade e assistência aos pobres”, disse.
O regional Leste
2 aprofundou em assembleia o tema “Uma Igreja em saída frente aos desafios e
esperanças do mundo urbano”. De acordo com o arcebispo de Uberaba (MG) e
presidente do regional, dom Paulo Mendes Peixoto, as reflexões sobre a temática
buscaram encontrar caminhos de como “atingir com a nossa pastoral”. “Cada
vez que passa o tempo, o mundo urbano se torna mais complicado. No fundo, é
aquela palavra de São Paulo que, em Atenas, ele encontrou na cidade um grande
areópago, cheio de tanta confusão, tanta adversidade, por outro lado também,
muita riqueza”, observa.
Direito à cidade –
Para Celso Pinto Carias, assessor das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), os
mais pobres estão sendo excluídos do direito fundamental de usufruir das
cidades. “Em nome de uma modernização dos grandes centros urbanos, empurra-se
os mais pobres cada vez mais longe de seus postos de trabalho. “Os mais pobres
não têm acesso aos equipamentos sociais e culturais produzidos nessas reformas
urbanas”, avalia.
Para contribuir
no debate rumo à 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), a Comissão Especial sobre a atualização das Diretrizes da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) 2019/2023 enviou ao episcopado
brasileiro, a pessoas interessadas, aos organismos e pastorais da Igreja no
Brasil o “Texto Mártir”.
O chamado “Texto
Mártir” será objeto de estudos e acréscimos até a próxima reunião da Comissão
marcada para fevereiro de 2019, ocasião na qual se produzirá uma versão final
do texto que será levado à 57ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil que
acontece em Aparecida (SP), de 1º a 10 de maio de 2019.
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Arcebispo de
Belo Horizonte aponta
os desafios para a atuação dos cristãos no 3º milênio
Neste momento em
que se completam duas décadas deste terceiro milênio, dom Walmor Oliveira de
Azevedo, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG), em artigo, aprofunda
os desafios de ser cristão nesta época em que nada tem força para deter a
voracidade do tempo. Para o arcebispo, “só o horizonte da eternidade, para
aqueles que têm a fé no Filho de Deus – Salvador e Redentor da humanidade –
consola e é certeza da vitória definitiva sobre a fugacidade do tempo”.
Dom Walmor
defende que as abordagens filosóficas e antropológicas sobre o tempo carregam
riquezas preciosas, lições que, aprendidas, qualificam o existencial humano e
dá ao tempo que passa sentido consistente. “Com os instantes que transcorrem,
marcados por incontáveis e impactantes avanços tecnológicos, torna-se urgente
conceber equivalentes progressos humanísticos e espirituais, tão necessários a
este tempo”, avalia.
Nesta época,
defende o arcebispo, a realidade se sobrepõe a qualquer argumento ao demonstrar
que os importantes avanços tecnológicos e cibernéticos são insuficientes para
garantir qualidade de vida a todos. “A perda dos valores humanísticos e
espirituais valores gera intolerância, permissividade, desrespeito e
desfiguração de identidades – de indivíduos e instituições – produzindo
diferentes formas de violência”, disse.
Para dom Walmor
as duas primeiras décadas deste terceiro milênio ainda não ofereceram sinais de
melhoras dos males que marcaram o século XX. “É preciso buscar o que está
faltando para reverter as dinâmicas que deterioram a vida humana”, escreveu.
Para ele, os processos educativos formais, até mesmo nos grandes centros
acadêmicos e científicos, não estão dando conta de promover ampla qualificação
humanística, com incidências transformadoras na realidade.
Dom Walmor
defende que neste contexto é tarefa dos cristãos superar disputas entre si, com
ou sem razões confessionais, no sentido de oferecer ao mundo uma fonte inesgotável
de valores humanísticos: a Palavra de Deus, que tem força para combater o
relativismo defendido por ideologias, com a troca de certos princípios por uma
liberdade ilusória. “Ouvir e acolher o Evangelho produz frutos e qualifica a
interioridade humana. Buscá-lo é atitude essencial para fazer da terceira
década deste milênio bem mais do que simplesmente um tempo promissor”, aponta.
O arcebispo
aponta que na escuta do Evangelho, vale dedicar-se de modo especial ao Sermão
da Montanha, com a sua força transformadora. Quem busca essa Palavra, lembra
dom Walmor, coloca-se diante de Deus, em atitude de escuta que faz reverberar o
sentido de fraternidade solidária, a partir da consciência de que todos são
filhos de Deus. “Ouvir a Palavra causa impacto, é uma experiência que permite
aprender misticamente a imprescindível lição que vem do coração de Deus.
‘Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu,
porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem’”.
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Fonte: cnbb.org.br
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