Papa Francisco no Panamá
Nesta
sexta-feira o Santo Padre visita o Centro de Reabilitação de Menores e preside
a Via Sacra no Campo Santa Maria La Antigua
Cidade do
Vaticano - O Santo Padre inicia suas atividades, nesta sexta-feira (25/01),
terceiro dia da sua viagem ao Panamá, com uma visita ao Centro de Reabilitação
de Menores “Las Garzas”, em Pacora, situado a cerca de 40 quilômetros da
capital panamenha.
Esta
Penitenciária, que acolhe 192 menores, é considerada um verdadeiro exemplo para
o país, porque oferece aos jovens detidos um percurso de integração social
integral, mediante um caminho educativo, familiar, sanitário e de formação
profissional e humana.
Neste Centro de
Reabilitação, o Papa presidirá a uma liturgia Penitencial, com os menores e
jovens, privados de liberdade em Pacora, refletindo sobre a citação evangélica:
“Haverá alegria no céu por um só pecador que se converte”.
Ao término da
celebração, Francisco retornará à Nunciatura Apostólica da capital panamenha,
para o almoço e um breve momento de descanso.
Na parte da
tarde, o Santo Padre se transferirá ao Campo de Santa Maria La Antigua, às
margens do Oceano Pacífico, onde presidirá à Via Sacra com os milhares de
jovens desta 34ª JMJ.
Com este
encontro, o Papa encerra seu terceiro dia de atividades em terras panamenhas.
.............................................................................................................................................................
Papa a menores
infratores:
Olhar de Deus não vê rótulos, mas filhos
O Papa Francisco
visitou o Centro de Reabilitação de Menores "As Garças" na manhã
desta sexta-feira (25/01) em Pacora, região metropolitana da Cidade do Panamá.
O Pontífice motivou a não ter medo da transformação e da conversão, e de
superar os olhares da "murmuração e fofocas": os rótulos produzem
divisão, "aqui os bons, ali os maus; aqui os justos, ali os
pecadores". Já o amor de Deus cura, perdoa e gera caminhos de salvação.
Cidade do
Vaticano - O Papa Francisco iniciou as atividades na manhã desta sexta-feira
(25/01), terceiro dia da sua viagem ao Panamá, com uma visita ao Centro de
Reabilitação de Menores “As Garças”, em Pacora, situado a cerca de 40
quilômetros da capital panamenha. A penitenciária, que acolhe 192 menores,
é considerada um exemplo para o país, porque oferece aos jovens detidos um
percurso de integração social integral, mediante um caminho educativo,
familiar, sanitário e de formação profissional e humana.
O Papa presidiu
uma liturgia penitencial no local, com os menores e jovens, privados de
liberdade, partindo da citação evangélica: “Haverá alegria no céu por um só
pecador que se converte”. Jesus acolhe os pecadores e come com eles! Esse
gesto, disse o Papa, causou murmuração entre alguns fariseus e escribas,
escandalizados e incomodados com a atitude de Jesus. Eles queriam
desqualificá-Lo e desacreditá-Lo diante do povo.
Jesus não tem
medo de Se aproximar daqueles que, por inúmeras razões, carregavam o peso do
ódio social, como no caso dos publicanos – lembremo-nos que os publicanos se
enriqueciam roubando o seu próprio povo, provocando muita, mas muita indignação
– ou o peso das suas culpas, erros e enganos, como no caso daqueles que eram
conhecidos por pecadores. Fá-lo porque sabe que, no Céu, há mais alegria por um
só pecador convertido do que por noventa e nove justos que não precisam de
conversão (cf. Lc 15, 7).
O olhar da
murmuração e fofocas
Enquanto eles se
limitavam a murmurar ou a ficar indignados, sem a possibilidade de qualquer
mudança, conversão e inclusão, explicou o Papa, Jesus se aproxima, se
compromete, colocando em risco a sua reputação, e convida sempre a uma maior
renovação da vida e da história. Dois modos de se comportar, bem diferentes,
que se contrapõem: um olhar estéril e infecundo – murmuração e fofocas – e o
outro que convida à transformação e à conversão, proposta pelo Senhor.
Explicando o primeiro modo de se comportar, Francisco disse parece ser mais
fácil colocar etiquetas e rótulos que produzem divisão: aqui os bons, ali os maus;
aqui os justos, ali os pecadores.
Esse modo de
agir dos fariseus e escribas, disse o Papa, contamina tudo, levanta um muro
invisível, marginaliza, separa e isola num círculo vicioso.
“Que pena faz
ver uma sociedade que concentra as suas energias mais em murmurar e indignar-se
do que em comprometer-se, empenhar-se por criar oportunidades e transformação!”
O olhar da
conversão
Aqui, Francisco
esclareceu a atitude de Jesus que visa a conversão e a transformação, mediante
o amor misericordioso do Pai:
Um amor que não
tem tempo para murmurar, mas procura romper o círculo da crítica inútil e
indiferente, neutra e imparcial e assume a complexidade da vida e de cada
situação; um amor que inaugura uma dinâmica capaz de proporcionar caminhos e
oportunidades de integração e transformação, cura e perdão, caminhos de
salvação.
Ao comer com os
publicanos e pecadores, Jesus rompe a lógica de separação, exclusão, isolamento
e divisão entre bons e maus. Assim, rompe também com outro tipo de murmuração,
a interior, incapaz de transformação.
Por isso, o
Santo Padre exortou os presentes a percorrer esse caminho de superação,
proposto por Jesus, sem desanimar. A alegria e a esperança do cristão nasce da
experiência do olhar de Deus, que caminha conosco e nos ajudar a alcançar
nossas metas. "Amigos, cada um de nós é muito mais do que os rótulos que
nos dão", disse o Papa.
Uma sociedade
adoece quando não é capaz de fazer festa pela transformação dos seus filhos,
uma comunidade adoece quando vive a murmuração que esmaga e condena, sem
sensibilidade. Uma sociedade é fecunda quando consegue gerar dinâmicas capazes
de incluir e integrar, assumir e lutar para criar oportunidades e alternativas
que deem novas possibilidades aos seus filhos, quando se preocupa por criar
futuro com comunidade, instrução e trabalho. E embora possa experimentar a
impotência de não saber como, nem por isso se arrende, mas tenta de novo. Todos
nos devemos ajudar para aprender, em comunidade, a encontrar estes
caminhos.
O Papa finalizou
convidando todos "a lutar sem cessar para encontrar caminhos de inserção e
transformação", e a "experimentar o olhar do Senhor que vê, não um
rótulo ou uma condenação, mas filhos".
Após o rito
penitencial, o Papa Francisco deu de presente aos jovens detidos uma escultura
de ferro de Cristo na Cruz contornado por ramos de oliveira, de um artesão
italiano, Pietro Lettieri.
Ao término da
celebração, Francisco retornará à Nunciatura Apostólica da capital panamenha,
para o almoço e um breve momento de descanso. Na parte da tarde, o Santo
Padre se transferirá ao Campo de Santa Maria La Antigua, às margens do Oceano
Pacífico, onde presidirá à Via Sacra com os milhares de jovens desta 34ª
JMJ. Com este encontro, o Papa encerra seu terceiro dia de atividades em
terras panamenhas.
..............................................................................................................................................................
Papa Francisco:
Via-Sacra
de Jesus
prolonga-se nos jovens absorvidos numa espiral de morte
"O caminho
de Jesus para o Calvário é um caminho de sofrimento e solidão que continua em
nossos dias. Ele caminha e sofre em tantos rostos que padecem a indiferença da
nossa sociedade", disse Francisco.
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco
participou da Via-Sacra com os jovens, nesta sexta-feira (25/01), realizada no
Campo Santa Maria la Antigua, situado na orla marítima, em Cidade do Panamá. O
evento contou com a participação de 400 mil pessoas.
“O caminho de
Jesus para o Calvário é um caminho de sofrimento e solidão que continua em
nossos dias. Ele caminha e sofre em tantos rostos que padecem a indiferença
satisfeita e anestesiante da nossa sociedade que consome e se consome, que
ignora e se ignora na dor de seus irmãos”, disse o Pontífice em seu discurso.
Fácil cair na
cultura do bullying
Segundo o Papa,
“também nós, amigos do Senhor, nos deixamos levar pela apatia e inatividade.
Tantas vezes nos derrotou e paralisou o conformismo. Foi difícil reconhecer o
Senhor no irmão sofredor: desviamos o olhar, para não ver; refugiamo-nos no
barulho, para não ouvir; tapamos a boca, para não gritar”.
Francisco disse
ainda que é mais fácil e vantajoso “ser amigo nas vitórias e na glória, no
sucesso e no aplauso. É mais fácil estar próximo a quem é considerado popular e
vencedor. Como é fácil cair na cultura do bullying, do assédio e da
intimidação!”
A Via-Sacra de
Jesus se prolonga
Para o
Pontífice, a Via-Sacra de Jesus se prolonga hoje “no grito sufocado das
crianças impedidas de nascer e daquelas que não têm o direito de ter uma
infância, uma família, uma instrução; que não podem brincar, cantar e sonhar;
nas mulheres maltratadas, exploradas e abandonadas, despojadas e ignoradas na
sua dignidade; nos olhos tristes dos jovens que veem suas esperanças de futuro
serem arrebatadas por falta de instrução e trabalho digno; na angústia de
rostos jovens que caem nas redes de pessoas sem escrúpulos, redes de
exploração, criminalidade e abuso que se alimentam de suas vidas”.
A Via-Sacra de
Jesus se prolonga “em tantos jovens e famílias absorvidos numa espiral de morte
por causa da droga, do álcool, da prostituição e do tráfico humano, nos jovens
com rostos franzidos que perderam a capacidade de sonhar, criar e inventar o
amanhã, na solidão resignada dos idosos abandonados e descartados, nos povos
nativos, despojados de suas terras, raízes e culturas, silenciando e apagando
toda a sabedoria que possam oferecer, no grito da mãe Terra ferida em suas
entranhas pela contaminação da atmosfera, a esterilidade de seus campos, o lixo
de suas águas, e se vê espezinhada pelo desprezo e o consumo enlouquecido que
ignora razões. Prolonga-se numa sociedade que perdeu a capacidade de
chorar e comover-se diante do sofrimento”.
Como reagimos
diante de Jesus que sofre?
“Jesus continua
caminhando, carregando e padecendo em todos esses rostos, enquanto o mundo,
indiferente, consuma o drama da sua própria frivolidade”, destacou o Papa.
“E nós, Senhor,
o que fazemos?”, perguntou Francisco. “Como reagimos diante de Jesus que sofre,
caminha, emigra no rosto de tantos amigos nossos, de tantos desconhecidos que
aprendemos a tornar invisíveis? Permanecemos aos pés da cruz, como Maria?”
“Queremos ser
uma Igreja que apoia e acompanha, que sabe dizer: estou aqui, na vida e nas
cruzes de tantos cristos que caminham ao nosso lado”, concluiu o
Papa.
..................................................................................................................................................
Fonte: vaticannews.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário