Sabedoria
Salvadora
A sabedoria, dom
divino para a melhor escolha entre as opções na vida, leva a pessoa ao contínuo
discernimento na busca do Absoluto, que a faz relativizar o que é passageiro.
A sabedoria
humana é boa se for usada para realizar o projeto de Deus, que culmina com a
salvação ou vida de sentido na terra e desemboca na felicidade imorredoura.
Dom José Alberto Moura |
Um homem foi
perguntar a Jesus sobre o que fazer para o ganho da vida eterna e recebeu a resposta,
ou seja, observar os mandamentos divinos. O Mestre desafiou essa pessoa, que
tinha muitos bens materiais, ensinando-a a dar tudo para os pobres e depois,
segui-lo na vida despojada de tudo. Mas o que abordara Jesus não aceitou
essa orientação e foi-se embora. O Senhor comentou que o apego aos bens
materiais dificulta e até impede a conquista da vida eterna feliz. O uso dons
bens materiais pode ser bom ou ruim, dependendo do como as pessoas os utilizam.
Muitos são mesquinhos, corruptos e avarentos, esquecendo-se de que tiveram
oportunidade de se avantajarem no ter as coisas, posições sociais e
oportunidades que outros não tiveram. Ninguém é dono absoluto de nada. Deus é o
dono. Somos apenas administradores, como na parábola dos talentos. Quem sabe administrar
utiliza bem o que recebeu para fazer o que o dono indica.
A falta da
sabedoria para discernir o que o Criador nos outorga para tudo realizar em bem
da solidariedade, da justiça, da misericórdia e do serviço ao próximo causa
muito sofrimento a todos. Quem não é solidário, principalmente com os que vivem
na pobreza e exclusão social, não merece os bens recebidos, mesmo com meios
lícitos honestos. É infeliz por não saber tudo usar para colaborar com o bem
comum e o ambiente.
Há quem seja
capaz até de renunciar o uso do que é lícito, tendo para si apenas o
indispensável para viver modestamente e na pobreza evangélica, como Jesus viveu
entre nós. É o caso dos Apóstolos que Jesus escolheu e de tantos outros e
outras, que até fazem voto de pobreza, mostrando que não são apegados ao que é
material e se solidarizam com a causa dos empobrecidos, trabalhando para sua
promoção e inclusão social. São muitos sacerdotes, religiosos, religiosas,
leigos e leigas. Jesus respondeu a Pedro que lhe perguntara sobre a recompensa
dos que deixaram tudo para segui-lo na vida pobre materialmente, mas rica em
sabedoria: “Quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filho, campos,
por causa de mim e do evangelho, receberá cem vezes mais, durante esta vida...
e, no mundo futuro, a vida eterna”! (Marcos10, 29-30).
A sabedoria, dom
divino para a melhor escolha entre as opções na vida, leva a pessoa ao contínuo
discernimento na busca do Absoluto, que a faz relativizar o que é passageiro. O
ser humano que o realiza, tem mais liberdade por não se apegar ao orgulho
pessoal e a ser solidária com o semelhante, a ponto de se doar para ajudá-lo na
promoção de sua dignidade. O resultado se dá na dimensão da auto- realização de
um ser humano mostrar-se fraterno com o próximo e ser recompensado por Deus.
Haja vista a parábola do bom samaritano!
Dom José Alberto Moura - Arcebispo de Montes Claros
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Fonte: cnbbleste2.org.br
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