Momento de reconciliação e diálogo nacional
Dom Leonardo
Ulrich Steiner, Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) fala ao Vatican News sobre as eleições presidenciais no Brasil, que deu
a vitória ao candidato Jair Bolsonaro. Para Dom Leonardo o fato de as eleições
terem corrido em um ambiente harmônico é um bom sinal “sinal de que os
brasileiros querem um país com convivência mais fraterna, mais irmã!”.
Futuro do Brasil
Quanto ao
futuro, do Brasil, depende de “como se comportará o Supremo Tribunal, o
Executivo e o Legislativo, são os três poderes que devem ajudar o Brasil”.
Porém, para o Bispo, “existe uma preocupação porque muitas das afirmações
durante o tempo das eleições não eram favoráveis aos indígenas, quilombolas,
pobres e aos direitos humanos”. Então tudo depende deste período pós eleição se
muda a linguagem e as atitudes.
Reconciliação e
comunhão
Dom Leonardo
acredita que “como sociedade brasileira da qual a CNBB faz parte, agora temos
um momento necessariamente de comunhão”. Recordando a nota da CNBB antes das
eleições diz que foi falado de “reconciliação”, várias entidades buscam
isso neste momento. “Depois da eleição busquemos defender a democracia com a
reconciliação”.
Democracia
Ao falar de
democracia, diz o bispo “fala-se no sentido de que as pessoas possam participar
ativamente, viver na liberdade, mas ao mesmo tempo ter políticas públicas em
benefício de todos, essa é a tarefa de toda a sociedade”.
Tempo de
estender a mão
Hoje no Brasil
existe divisões mas também tensões, e não só na sociedade, mas nas nossas
próprias famílias, por isso chegou o tempo de fazer um movimento “de estender a
mão, saber ouvir! O tempo das eleições foi um tempo que não soube ouvir, havia
a capacidade de agressão e não da palavra, não da escuta – diz o bispo – e esse
tempo da escuta e da palavra deve vir agora.
Abrir-se ao
diálogo
Ao comentar
sobre qual seria o papel da Igreja para que este Brasil dividido possa se
reencontrar, Dom Leonardo diz que não será uma tarefa fácil, depende da atitude
dos governantes, evidenciado que “quando um governo assume precisa ouvir a
sociedade, não se impor, senão os movimentos sociais começam a se manifestar ir
às ruas e isso leva a tensões e divisões maiores ainda. Por isso o Governo
precisa estender a mão e abrir-se ao diálogo”.
Papel da Igreja
Quanto ao papel
da Igreja para diminuir as divisões, Dom Leonardo confirma que a CNBB “nunca
indicou um candidato, mas foram indicados critérios para escolher um candidato.
Tais critérios são a democracia, diálogo, opção pelos pobres, defesa da vida em
todos os sentidos, não apenas a questão do aborto, mas fala-se de toda a
abrangência que a palavra vida tem, inclusive a questão do meio
ambiente. Porém, frisou Dom Leonardo, “como Igreja é preciso ajudar a articular
para o diálogo e criar um movimento dentro do Brasil, para que possamos sentar
todos juntos ao redor de uma mesa”. “É um trabalho difícil mas a Igreja não vai
se furtar a esta tarefa que o Evangelho nos confia, de criarmos uma
fraternidade. Fraternidade significa um rumo, um rumo que é de justiça, de
verdade e de amor.
Mensagem ao novo
Presidente
“Desejo a
Bolsonaro um bom governo, que ele possa governar para os brasileiros, para
todos os brasileiros, todos. Se ele o fizer, certamente terá feito um bom
governo”.
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Fonte: cnbb.org.br
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