São Oscar
Romero,
exemplo e estímulo para os povos da América Latina
"São Oscar
Romero soube encarnar, com perfeição, a imagem do Bom Pastor que dá a vida
pelas suas ovelhas", disse Francisco.
Cidade do
Vaticano - O Santo Padre
recebeu, na manhã desta segunda-feira (15/10), na Sala Paulo VI, no Vaticano,
cerca de cinco mil peregrinos de El Salvador e da América Latina, que vieram
para a Canonização de Dom Oscar Romero, entre outros, realizada ontem, domingo
(14/10), na Praça São Pedro.
Ao saudar os
milhares de fiéis, que vieram acompanhados por seus Bispos, sacerdotes e
inúmeros religiosos e religiosas, o Papa recordou o exemplo do novo santo de El
Salvador, Começando pelos Bispos, disse:
“São Oscar
Romero soube encarnar, com perfeição, a imagem do Bom Pastor que dá a vida
pelas suas ovelhas. Por isso, agora e, sobretudo, desde a sua canonização,
vocês podem encontrar nele ‘exemplo e estímulo’ no ministério que lhes foi
confiado: exemplo de predileção, para os mais necessitados da misericórdia de
Deus; estímulo para testemunhar o amor de Cristo e a solicitude pela Igreja.
Que o santo Bispo Romero os ajude a ser, para todos, sinais da unidade na
pluralidade, que caracteriza o santo povo de Deus”.
Inspirar-se no
estilo de vida do novo santo
A seguir,
Francisco dirigiu-se, de modo particular, aos numerosos sacerdotes e religiosos
e religiosas de El Salvador, chamados a viver o compromisso cristão, inspirados
no estilo de vida do novo santo, exortando-os a serem dignos de seus
ensinamentos, sendo, acima de tudo, "servidores do povo sacerdotal",
como Jesus, o único e eterno sacerdote:
“São Oscar
Romero concebia o sacerdote entre dois grandes abismos: o da infinita
misericórdia de Deus e o da infinita miséria dos homens. Queridos irmãos,
esforcem-se, sem cessar, para realizar este infinito anseio de Deus de perdoar
os homens, que se arrependem de suas misérias, e abrir os corações de seus
irmãos à ternura do amor de Deus, também mediante a denúncia profética dos
males do mundo”.
Enfim, o Papa
saudou, cordialmente, os numerosos peregrinos de El Salvador e de outros países
latino-americanos, aos quais recordou a mensagem que São Oscar Romero deixou a
todos, grandes e pequenos, sem exceção:
“Ele repetia,
com vigor, que todo católico deve ser mártir, porque mártir significa dar
testemunho da mensagem de Deus aos homens. Deus quer estar presente em nossas
vidas e nos convida a anunciar a sua mensagem de liberdade para toda a
humanidade. Somente nele podemos ser livres do pecado, do mal, do ódio em
nossos corações; livres para amar e acolher o Senhor e nossos irmãos e irmãs.
Esta verdadeira liberdade, aqui na terra, passa pela preocupação com o homem
concreto, para despertar em cada coração a esperança da salvação”.
Paz e
reconciliação a todos os povos da América Latina
Todavia, frisou
Francisco, “sabemos bem que não é fácil agir assim”. Por isso, precisamos do
apoio da oração e de estar unidos a Deus e em comunhão com a Igreja. São Oscar
Romero dizia que “sem Deus e sem o ministério da Igreja isso não é possível”.
Certa vez, referiu-se à Crisma como o "sacramento dos mártires": “sem
a força do Espírito Santo, os primeiros cristãos não teriam resistido às
provações da perseguição, não teriam morrido por Cristo”.
Ao término de
seu pronunciamento aos milhares de peregrinos e fiéis de El Salvador e da
América Latina, o Papa disse ainda:
“Envio a minha
saudação a todo o Povo de Deus, em peregrinação em El Salvador, que vibra,
hoje, pela alegria de ver um de seus filhos elevado à glória dos altares. Seus
habitantes têm uma fé viva, que expressa em diferentes formas de religiosidade
popular e à qual conforma a sua vida social e familiar. Todos devem cuidar do
Povo santo de Deus... não o escandalizem”.
Entretanto,
acrescentou o Papa, não faltaram as dificuldades e o flagelo da divisão e da
guerra. A violência fez-se sentir com veemência em sua história recente. Não
obstante, este povo resiste e vai adiante, embora muitos foram obrigados a
deixar suas terras em busca de um futuro melhor. E concluiu:
“A memória de
São Oscar Romero é uma oportunidade excepcional para enviar uma mensagem de paz
e reconciliação a todos os povos da América Latina”.
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Fonte: vaticannews.va
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