Aprender a
rezar com coragem e insistência
"A oração é
um trabalho: um trabalho que requer de nós vontade, exige constância, pede que
sejamos determinados, sem vergonha", disse o Papa na homilia.
Cidade do Vaticano - O Evangelho de
hoje esteve no centro da homilia do Papa Francisco na missa celebrada esta
manhã (11/10) na Casa Santa Marta.
O tema é a
oração, de como nós devemos rezar. De fato, Jesus conta aos seus discípulos de
um homem que, à meia-noite, bate à porta da casa de seu amigo para pedir-lhe
algo para comer. O Papa destacou três elementos: um homem necessitado, um amigo
e um pouco de pão.
Rezar com
insistência
A visita do
amigo é inesperada, ele reza com insistência e deste modo, disse o Papa, o
Senhor quer nos ensinar como rezar:
Mas se reza com
coragem, porque quando rezamos normalmente precisamos de algo. Um amigo é Deus:
é um amigo rico que tem pão, tem aquilo de que necessitamos. É como se Jesus
dizesse: “Na oração sejam invasivos. Não se cansem”. Mas não se cansem do quê?
De pedir. “Peçam e lhes será dado”.
A oração é um
trabalho
O Papa continuou
afirmando que “a oração não é como uma varinha mágica”, não obtemos assim que
pedimos. Não se trata de rezar duas vezes o “Pai-Nosso” e depois ir embora,
assim não se tem a vontade de obter o que foi pedido:
A oração é um
trabalho: um trabalho que requer de nós vontade, exige constância, pede que
sejamos determinados, sem vergonha. Por quê? Porque estou batendo à porta do
meu amigo. Deus é amigo, e com um amigo eu posso fazer isto. Uma oração
constante, invasiva. Pensemos em Santa Mônica, por exemplo, quantos anos rezou
assim, com lágrimas, pela conversão do seu filho. O Senhor, no final, lhe abriu
a porta.
Francisco deu
outro exemplo, contando um fato que ele mesmo testemunhou em Buenos Aires: um
homem, um operário, tinha uma filha em fim de vida, os médicos não tinham dado
qualquer esperança.
Ele então
percorreu 70 quilômetros até o Santuário de Nossa Senhora de Luján. Chegou que
já era noite e o Santuário estava fechado, mas ele rezou do lado de fora toda a
noite, “implorando a Nossa Senhora: eu quero a minha filha. Eu quero minha
filha. O Senhor pode me dar”. E quando na manhã sucessiva voltou ao hospital,
encontrou a mulher que lhe disse: “Então, os médicos a levaram para fazer outro
exame, não sabem explicar porque acordou e pediu para comer, e não tem nada,
está bem, não corre mais perigo”. Aquele homem, disse o Papa, sabia como rezar.
Deus é um amigo
O Pontífice nos
convidou a pensar também nas crianças manhosas quando querem algo, e gritam e
choram dizendo: “Eu quero! Eu quero!” E no final os pais cedem. Alguém, porém,
pode se questionar: mas Deus não fica bravo se fizermos assim? O próprio Jesus,
prevendo isso, nos disse: “E vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos
vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o
pedirem!”.
É um amigo: dá
sempre o bem. Dá mais: eu peço para resolver este problema e ele o resolve e dá
também o Espírito Santo. Dá mais. Pensemos um pouco: como rezo? Como um
papagaio? Rezo propriamente com a necessidade no coração? Luto com Deus na
oração para que me dê aquilo de que necessito se é justo? Aprendamos deste
trecho do Evangelho como rezar.
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Fonte: vaticannews.va
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