do Sínodo dos Bispos que teve início neste 3 de outubro
Cardeal Sergio
da Rocha, arcebispo de Brasília e Presidente da CNBB, é o Relator Geral da XV
Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos que teve início nesta quarta-feira, 3
de outubro, no Vaticano. Antes de partir para Roma, ele concedeu entrevista à
Agência de notícias SIR (Servizio di Informazione Religiosa) e tratou da
juventude, do Brasil e do seu trabalho no Sínodo.
Confira a
entrevista, na íntegra.
Agência de notícias SIR: Eminência, o
senhor foi o caminho de preparação para o Sínodo? O que o deixou mais
impressionado nesse processo?
Dom Sergio da Rocha |
Agência de notícias SIR: Este Sínodo é,
talvez, menos esperado do que aquele sobre a família e, no entanto, é
igualmente importante?
Dom Sergio da Rocha: A realidade
vivida pelos jovens e a sua relação com a Igreja, com tantos desafios, está
exigindo maior atenção, reflexão e respostas pastorais. As questões relativas à
juventude não são fáceis. Quem considera importante a presença dos jovens na
família, na Igreja e na sociedade, certamente considera este Sínodo também
muito importante. A atenção à família se completa com a atenção aos
jovens, pois ambos estão ligados. A realidade da família e a realidade da
juventude estão interligadas. O serviço pastoral à família e a pastoral juvenil
devem estar em diálogo constante.
Agência de notícias SIR: O que a Igreja é
chamada a fazer para ir ao encontro dos jovens que frequentemente não têm
confiança nela?
Dom Sergio da Rocha: Espero que a
Assembleia do Sínodo dos Bispos nos ajude justamente a refletir e a buscar
respostas a esta questão. É preciso estar atentos aos diferentes contextos socioculturais,
aos muitos rostos da juventude. Os passos que foram dados até aqui mostram o
caminho a seguir: aproximar-se dos jovens, para escutar, compreender e
valorizar a presença deles em nossas comunidades. É preciso abrir mais espaço
para participação juvenil na Igreja e contar mais com eles, de modo especial,
na evangelização de outros jovens.
Agência de notícias SIR: No Sínodo, o
senhor será o Relator Geral. Com que espírito o senhor acolheu esta nomeação e
como o senhor imagina de desempenhar esse papel?
Dom Sergio da Rocha: Acolhi a
nomeação com surpresa e profunda gratidão ao Papa Francisco, pois embora eu
seja membro do Conselho da Secretaria do Sínodo, não esperava ser convidado
para esta função. Certamente, há outros bispos que poderiam prestar este
serviço tão exigente, melhor do que eu, mas estou procurando fazer o melhor
possível, contando especialmente com a colaboração dos Secretários Especiais
nomeados por Francisco, além da própria Secretaria Geral do Sínodo. A
elaboração do Documento Sinodal é uma tarefa coletiva, apesar da responsabilidade
do relator. Espero colaborar para valorizar e acolher, o mais possível, as
contribuições dos participantes da Assembleia Sinodal, de modo que o texto
conclusivo seja da Assembleia unida ao Papa Francisco.
Agência de notícias SIR: Como o
presidente da CNBB, o senhor pode tem um ponto de observação privilegiado sobre
o grande país que é o Brasil. Como a Igreja no Brasil se preparou para o
Sínodo? Mudou o relacionamento entre os jovens e a Igreja depois da Jornada
Mundial da Juventude do Rio, em 2013?
Dom Sergio da Rocha: O Brasil é um
país com uma imensa população jovem. Em vista do Sínodo, têm sido inúmeras as
atividades pastorais nas paróquias e dioceses, contando com os próprios jovens.
Além de publicações, palestras e encontros de reflexão, tem sido grande o uso
das redes sociais para a divulgação do Sínodo. A Comissão Episcopal para a
Juventude da Conferência Episcopal tem desenvolvido um trabalho intenso e muito
bonito, procurando envolver os jovens das diferentes regiões do país nesta
etapa preparatória. Com a JMJ Rio 2013, a Pastoral Juvenil recebeu novo
impulso; a juventude sentiu-se amada pelo Papa e pela Igreja. Porém, temos um
longo caminho a percorrer, pois há muitos jovens que não conhecem a Cristo, que
não participam da vida da Igreja e que necessitam de uma vida nova. O
Sínodo está sendo outro momento importante de animação da evangelização da
juventude, incentivando os jovens a participarem mais das comunidades. A Igreja
“em saída”, enfatizada pelo Papa Francisco, necessita ir ao encontro dos
jovens, com redobrado empenho, para compartilhar com eles a alegria do
Evangelho.
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Fonte: cnbb.org.br
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