sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Leituras do

27º Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura: Gn 2,18-24
Livro do Gênesis
O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele”.Então o Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu, e trouxe-os a Adão para ver como os chamaria; todo o ser vivo teria o nome que Adão lhe desse. E Adão deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens; mas Adão não encontrou uma auxiliar semelhante a ele.
Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando este adormeceu, tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Depois, da costela tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão.
E Adão exclamou: “Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ porque foi tirada do homem”. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.
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Salmo: 127
A lei do Senhor Deus é perfeita, alegria ao coração.
A lei do Senhor Deus é perfeita, alegria ao coração.


- Feliz és tu se temes o Senhor/ e trilhas seus caminhos!/ Do trabalho de tuas mãos hás de viver,/ serás feliz, tudo irá bem!
- A tua esposa é uma videira bem fecunda/ no coração da tua casa;/ os teus filhos são rebentos de oliveira/ ao redor de tua mesa.
- Será assim abençoado todo homem/ que teme o Senhor./ O Senhor te abençoe de Sião,/ cada dia de tua vida.
- Para que vejas prosperar Jerusalém,/ e os filhos dos teus filhos./ Ó Senhor, que venha a paz a Israel,/ que venha a paz ao vosso povo!
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2ª Leitura: Hb 2,9-11
Carta aos Hebreus

Irmãos: Jesus, a quem Deus fez pouco menor do que os anjos, nós o vemos coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte. Sim, pela graça de Deus em favor de todos, ele provou a morte. Convinha de fato que aquele, por quem e para quem todas as coisas existem, e que desejou conduzir muitos filhos à glória, levasse o iniciador da salvação deles à consumação, por meio de sofrimentos. Pois tanto Jesus, o Santificador, quanto os santificados, são descendentes do mesmo ancestral; por esta razão, ele não se envergonha de os chamar irmãos.
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Evangelho: Mc 10,2-16
Evangelho de São Marcos:
Naquele tempo, alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?”
Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto.
Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e se casar com outro, cometerá adultério”. Depois disso, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos.

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Reflexão:
O matrimônio segundo Jesus
Os evangelhos deste período litúrgico constituem uma sequência que podemos resumir no termo “discipulado”. O evangelista Marcos mostra Jesus a caminho, subindo a Jerusalém (Mc 8,31-10,45). Caminhando, Jesus ensina o caminho do Filho do Homem: sofrimento, cruz e ressurreição. Este ensinamento itinerante de Jesus é balizado pelos três anúncios da paixão (8,31-32; 9,30-32; 10, 32-34). Esses anúncios são entremeados por ensinamentos que explicam em que consiste ser discípulo e seguir Jesus. Ora, também um casamento fiel faz parte do seguimento de Jesus, do discipulado. Esse é o evangelho de hoje.
A legislação matrimonial do Antigo Testamento era um pouco mais frouxa que a moral católica hoje. Não proibia o homem de ter diversas mulheres, apenas aconselhava que não fossem muitas. Permitia ao homem despedir uma mulher quando notava algo desagradável (o quê, isso era objeto de discussão entre os doutores). Moisés até ordenou que, no caso de a mulher ser despedida, ela recebesse um atestado dizendo que estava livre (Dt 24,1); uma carta de demissão para que procurasse outro emprego… Por isso, Jesus é radical: quem despede sua mulher para casar com outra comete adultério contra ela, é infiel a seu amor. E para arrimar sua opinião, Jesus invoca a primeira página da Bíblia, bem anterior à “jurisprudência” de Moisés: Deus os criou homem e mulher, o homem deixará pai e mãe, os dois serão uma só carne – uma só realidade humana – e o que Deus uniu o homem não separe (1ª leitura). Assim é que Deus quis as coisas desde a criação. Ora, Jesus é o Messias que vem restaurar as coisas conforme o plano de Deus. Tinha de falar assim mesmo. (Outra coisa é quando um governo civil admite o divórcio: o governo não é o Messias… Tem de fazer como Moisés: dar uma legislação para a fraqueza, para a “dureza de coração”, para limitar o estrago…)
O projeto de fidelidade absoluta no amor faz do matrimônio fiel um sinal eficaz do amor de Deus para seu povo: um sacramento. Em Ef, 5,22-33, Paulo relaciona o amor de esposo e esposa com o amor que Cristo tem para a Igreja e chama isso de grande mistério ou sacramento. Ora, neste mistério de amor está presente o caminho de Cristo: assumir a cruz nos passos de Jesus.
Essa sublime vocação do matrimônio indissolúvel é hoje fonte de violentas críticas à Igreja. Que fazer com os que fracassam? Objetivamente falando, sem inculpar ninguém – pois desculpa só Deus entende, e perdoa – devemos constatar que há fracassos, e que fica muito difícil celebrar um “sinal eficaz do amor inquebrantável de Jesus” na presença de um matrimônio desfeito… Por isso, a Igreja não reconhece como sacramento o casamento de divorciados. Teoricamente, se poderia discutir se o segundo casamento não pode ser aceito como união não-sacramental (como se faz na Igreja Ortodoxa). E observe-se que muitos casamentos em nosso meio são, propriamente falando, inválidos, porque contraídos sem suficiente consciência ou intenção; poderiam, portanto, ser anulados (como se nunca tivessem existido).
Em todo caso, o matrimônio cristão, quando bem conduzido em amor inquebrantável, é uma forma de seguir Jesus no caminho do dom total.
                             Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                                                Reflexão: Franciscanos.org.br     Banner: cnbb.org.br

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