domingo, 21 de outubro de 2018

Papa no Angelus deste domingo:

Caminho do serviço,
antídoto contra a busca dos primeiros lugares
Para o Papa Francisco “o caminho do serviço é o antídoto mais eficaz contra a doença da busca dos primeiros lugares.

Cidade do Vaticano - A mensagem do Mestre é clara: enquanto os grandes da terra constroem “tronos” para o próprio poder, Deus escolhe um trono incômodo, a Cruz, para dali reinar dando a vida”: foi o que disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo (21/10) na Praça São Pedro, repleta de fiéis e peregrinos provenientes de todo o mundo.
“O Filho do Homem – disse - não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”, explicou, acrescentando: “o caminho do amor está sempre 'em prejuízo', porque amar significa deixar de lado o egoísmo, a auto-referencialidade, para servir os outros".
Para o Papa Francisco “o caminho do serviço é o antídoto mais eficaz contra a doença da busca dos primeiros lugares, é o remédio para carreiristas; esta busca dos primeiros lugares contagia muitos contextos humanos e não poupa nem mesmo os cristãos, o povo de Deus, também a hierarquia eclesiástica”.
“Por isso, como discípulos de Cristo, acolhamos este Evangelho como um chamado à conversão, para testemunhar com coragem e generosidade uma Igreja que se inclina aos pés dos últimos, para servir-lhes com amor e simplicidade.
O Evangelho deste domingo – disse Francisco no início da sua alocução - descreve Jesus que, mais uma vez, com grande paciência, tenta corrigir seus discípulos convertendo-os da mentalidade do mundo àquela de Deus. A ocasião foi oferecida pelos irmãos Tiago e João, os dois primeiros apóstolos que Jesus encontrou e chamou para segui-lo. Já tinham caminhado muito com Jesus, e pertenciam ao grupo dos doze Apóstolos.
Por isso, enquanto caminhavam para Jerusalém, onde os discípulos esperavam com ânsia que Jesus, por ocasião da Festa da Páscoa, pudesse finalmente instaurar o Reino de Deus, os dois irmãos tomaram coragem e dirigiram ao Mestre seus pedidos: “'Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!' (v.37).
Jesus sabe que Tiago e João têm um grande entusiasmo por Ele e pela causa do Reino, mas também sabe que as suas expectativas e seu zelo estão poluídos pelo espírito do mundo. Por isso responde: “Vós não sabeis o que pedis” (v.38). e enquanto eles falavam de “tronos de glória” para sentar ao lado do Cristo Rei, Ele fala de um cálice a ser bebido, de um “batismo” a ser recebido, ou seja, da sua paixão e morte. Tiago e João, sempre pensando ao privilégio esperado, dizem de ímpeto: sim, “podemos”! Mas, aqui também,  - disse Francisco – “não se dão conta do que dizem. Jesus preanuncia que eles irão beber o cálice e receberão o batismo, isto é, assim como os outros Apóstolos eles participarão da sua cruz, quando chegar sua hora. Mas, conclui Jesus – “não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado!”. (v.40). Ou seja: agora vocês me sigam e aprendam o caminho do amor “em prejuízo”, e quanto ao prêmio, será o Pai Celeste a dar.
O Papa concluiu pedindo à Virgem Maria, que aceitou plenamente e com humildade à vontade de Deus, para que nos ajude a seguir com alegria Jesus no caminho do serviço, o caminho principal que leva ao Céu.
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Assista:
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                                                                                                            Fonte: vaticannews.va
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Reflexão para seu domingo:
Missão da Juventude
Quem já tem a graça de uma boa educação, com formação sólida com os valores que dão sustentação à missão jovem, assume seu papel de conduzir a juventude ao caminho novo da novidade de Jesus e seu Evangelho.
Neste mês dedicado às missões temos a oportunidade de refletir sobre o presente e o futuro da juventude, em meio a toda a realidade boa e ruim em relação à sua vida de saúde física, intelectual, moral e espiritual. A forte influência da mídia e das demais redes sociais nem sempre colabora com sua educação para valores e a promoção da dignidade humana.
Dom José Alberto Moura
A boa formação do caráter começa com a família bem preparada e estruturada. Assim há a possibilidade de formação da pessoa surgida de pais equilibrados e preparados para ensinarem, mostrarem o caminho da vida de sentido e de valores humanos e espirituais.  Então a juventude aprenderá a fazer escolhas com senso crítico e discernimento. Ao contrário, o condicionamento do meio ambiente vai estruturar a consciência das crianças, dos adolescentes e jovens para uma vida de pouco sentido realizador e existencial.
Se não se inocularem nas pessoas, desde tenra idade, a abertura para a alteridade e a exercitação nas virtudes humanas e transcendentes, não vamos ter um futuro promissor para a realização feliz da juventude. Não basta a escolaridade, que já é muito deficitária para grande parcela da mesma. A boa escola e o investimento no ensino é preciso. Mas é necessário também haver a verdadeira educação familiar e social para o respeito ao outro, a contribuição para o uso dos carismas e oportunidades em bem da sociedade como um todo.
A família tem sido demais esmagada pelo materialismo, hedonismo, por grande parte da mídia e pelo consumismo. A verdadeira missão humana e cristã de jovens deveria levá-los ao protagonismo de uma nova sociedade. Assim, jovem evangeliza jovem, com a convivência na solidariedade, principalmente em relação ao semelhante em situação de miséria material, moral e espiritual. A educação libertadora dos vícios e de uma vida promíscua, nas drogas e o consumismo deve ser a verdadeira missão de ajuda à juventude. Quem já tem a graça de uma boa educação, com formação sólida com os valores que dão sustentação à missão jovem, assume seu papel de conduzir a juventude ao caminho novo da novidade de Jesus e seu Evangelho.
Jesus, abordado pelos apóstolos Tiago e João, sobre a possibilidade de eles se sentarem à esquerda e à direita no seu reino, ensina que o mais importante não é a posição de grandeza maior do que os outros e sim a de quem sabe servir os outros. Aliás, Ele lembra que veio para servir e não para ser servido. Precisamos ensinar e estimular a juventude a assumir essa missão de dar de si no serviço aos companheiros, ajudando-os a se perceberem importantes e grandes quando dão de si pelo bem de quem mais precisa.
                                                      Dom José Alberto Moura - Arcebispo de Montes Claros
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