Vocação e serviço
A vocação, como
o nome indica, é a resposta da pessoa humana à voz de Deus, pronunciada através
do uso dos pendores, dos valores e dos anseios pessoais para atingir um
objetivo de vida realizador, no serviço prestado à comunidade humana. Ela é
clareada, como opção de vida, pela reflexão, orientação, oração e estímulo para
um estado de vida que vai fazer a pessoa a perceber-se realizada, contribuindo
para a promoção do bem comum. Assim, em contrapartida, vai conquistando
segurança e prazer em exercer determinada função social.
Na Igreja,
dentro dos estados que cada um escolhe em base à fé e aos valores pessoais, o
católico escolhe entre ser leigo, solteiro ou casado, na vocação matrimonial,
religioso ou ministro ordenado, nos diferentes graus de diácono, presbítero ou
bispo. Este último é de escolha da Igreja. Nestas diferentes vocações, em
vista do batismo e da fé, a pessoa toma consciência sobre a melhor forma de responder
ao chamado de Deus para servir a Igreja e a sociedade. No caso dos leigos, sua
ação se dá na família, na comunidade religiosa e no mundo profissional, como
luz ou indicativa de um caminho de seguimento a Jesus Cristo em seus ambientes.
A vida na consagração pelos votos religiosos em institutos específicos,
com seus carismas diferenciados para o serviço à Igreja, leva a pessoa a viver
na prática da pobreza evangélica, castidade celibatária e a obediência no
encaminhamento da própria vida. A consagração paro o ministério ordenado faz a
pessoa colocar-se no serviço de coordenação da comunidade religiosa,
instruindo oficialmente sobre a Palavra de Deus e os ensinamentos da Igreja e
dando os sacramentos para a santificação dos fiéis. Lugar privilegiado e
incentivador das vocações eclesiais são as famílias realmente cristãs.
Os ambientes e
as pessoas ajudam ou desestimulam essas diversas vocações. A mentalidade
consumista privilegia os encaminhamentos de vida para o ganho material e outras
vantagens sociais, empanando a fé comprometida com a causa do Evangelho. Quem,
no entanto, tem a felicidade de encontrar respaldo de pessoas, famílias e da
comunidade para uma escolha vocacional de valores elevados, assume realmente a
vocação de servir da melhor maneira com os dons recebidos de Deus. Quem sabe
viver o amor generoso a Deus, é capaz de fazer escolha para melhor servir o
semelhante na vocação eclesial. A sabedoria divina leva a pessoa a fazer a
melhor opção para servir, em base à fé (Cf. Sabedoria 18,9; Cf. Hebreus
11,1-2,8-19).
Quem é sólido na
fé não tem medo de fazer uma opção vocacional que contraria a mentalidade
mundana. Confia na ação divina, que lhe dá segurança para sua escolha e
seguimento vocacional bem discernido. Sabe da promessa de Cristo: “Não tenhais
medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o reino. Vendei
vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não estraguem, um tesouro no céu que
não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói” (Lucas 12,
32-33).
Dom José Alberto
Moura, CSS - Arcebispo de Montes Claros, MG
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Fonte: cnbb.org.br Banner: paroquiasaojoseassai.com.br
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